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O que é inovação? Definição, importância e as ações que têm impulsionado a inovação no Brasil

O que é trabalho intermitente

Inovar vai muito além do desenvolvimento de novos produtos ou serviços. A inovação se tornou imperativo para qualquer tipo de negócio e é capaz de impulsionar a economia de países

O mundo da Indústria 4.0, da internet das coisas e de tecnologias comandadas pela inteligência artificial, é uma realidade hoje graças à capacidade que as empresas têm de inovar.

Mas não se deve restringir a inovação as transformações radicais ou que exigem elevados investimentos. Inovar é basicamente gerar valor para o negócio por meio de um novo produto, processo ou serviço. Se não gerar benefícios para a empresa, a novidade pode até ser uma invenção, mas não será inovação.

As empresas inovam  em modelos de negócios, processos, serviços ou produtos, que podem ser novos para empresa, para seu mercado ou para o mundo. Empresas que inovam são mais competitivas, tendem a pagar melhores salários e empregar profissionais mais qualificados. Países reconhecidos pela inovação se destacam no mercado global. Por isso, os governos adotam políticas de inovação para impulsionar o crescimento econômico e a competitividade.

Conheça outros temas: Tecnologia 5G , Engenharia, Lean Manufacture, Licenciamento ambiental, Saúde e Segurança no Trabalho, Privatização, Retomada do crescimento, Economia, Cibersegurança, Micro e pequena empresa, Comércio Exterior

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Qual o conceito de inovação?


Você já se perguntou qual o conceito de inovação? Inovar é criar algo novo, é introduzir novidades, renovar, recriar. A inovação é sempre tida como sinônimo de mudanças e/ou melhorias de algo já existente.

Um dos grandes pensadores da inovação, o economista e cientista político austríaco Joseph Schumpeter, tinha claro que a inovação  é o motor do crescimento econômico. Criou o conceito de "destruição criativa", que pode ser resumido na ideia de destruir o antigo para criar algo novo, um processo intrínseco à dinâmica do capitalismo.

Outro austríaco também entusiasta da inovação, Peter Drucker, escritor e professor, dizia que a inovação era a habilidade de transformar algo já existente em um recurso que gere riqueza. "Qualquer mudança no potencial produtor-de-riqueza de recursos já inexistentes constitui inovação”, afirmou em 1987.

Mas como podemos definir o que é inovação hoje? De acordo com o Manual de Oslo, a publicação da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) tida como referência mundial para os conceitos e metodologia para analisar a inovação nas empresas, a inovação pode ser definida como:

 “...um produto ou processo novo ou aprimorado (ou uma combinação dos dois) que difere significativamente dos produtos ou processos anteriores da empresa e que tenha sido introduzido no mercado ou colocado em uso pela empresa”.

Um dos componentes centrais desse conceito de inovação é o conhecimento, seja ele prático, técnico ou científico. O conhecimento serve como base para o processo de solução de problemas, prospecção e criação de novos negócios ou melhorias inéditas no processo produtivo, ou seja, inovações.

Outro componente decisivo para se conceituar a inovação é a implementação, já que é ela quem diferencia inovação de outros conceitos, como o de invenção. Ou seja, a inovação se concretiza quando ela é colocada em uso ou disponibilizada para o uso de quem quer que seja. Ela deve sair do papel, ser aplicada.  

Inovar é transformar uma ideia em solução com criatividade. Inovar é fundamental para empresas de qualquer setor e porte, e, claro, para um país. A inovação é um dos motores do crescimento. É por isso que a maioria das nações adota uma série de políticas públicas para estimular as atividades de inovação, seja no setor produtivo, na educação, no governo, na saúde, na segurança ou em infraestrutura.

Inovar é uma necessidade que nos acompanha desde que o mundo é mundo. A inovação nas organizações não é diferente. É uma peça-chave para o desenvolvimento de novos produtos, tecnologias, métodos, formas de trabalhar e de se relacionar com os diferentes públicos que se tornam mais próximos com a transformação digital. E isso demanda, a cada dia, mais transformações.

A inovação é o centro da estratégia para o desenvolvimento da indústria nacional. Nesse sentido, a agenda de inovação é urgente e precisa ser tratada como prioridade para o país, assim como a cultura da inovação deve fazer parte do DNA das empresas. De acordo com a Confederação Nacional da Indústria (CNI), priorizar a inovação é uma das chaves para o crescimento sustentável do Brasil.

 

Quais são os tipos de inovação?
 

Por mais amplo que seja o conceito de inovação, existe algum consenso sobre quais são seus principais tipos. Como é possível inovar em diferentes contextos, pesquisadores da inovação e formuladores de políticas públicas adotaram recortes do conceito mais abrangente de inovação para melhor analisar suas características, a frequência com que ocorrem nas empresas e quais são as condições para que aconteçam.  

Novamente, a referência mais adotada mundialmente é o Manual de Oslo, especificamente sua última edição de 2018. Para diferenciar os contextos da inovação como um processo ou como um resultado, o Manual adota os termos atividades de inovação (processo) e inovação empresarial (resultado). A definição destes termos são as seguintes:

Atividades de inovação: incluem todas as atividades de desenvolvimento, financeiras e comerciais realizadas por uma empresa que se destinem a resultar em uma inovação para a empresa.

Inovação empresarial: é um produto ou processo de negócios novo ou aprimorado (ou uma combinação disso) que difere significativamente dos produtos ou processos de negócios anteriores da empresa e que tenha sido introduzido no mercado ou colocado em uso pela empresa.

Para se referir à uma inovação considerando seu propósito, o Manual estabelece dois principais tipos, de produto e de processo. O termo produto inclui em sua definição também novas ofertas de serviços prestados pelas empresas. Já em processo se compreendem os processos produtivos da empresa e suas atividades de logística e pós-venda. Portanto, a inovação em produto ou processo são conceitos centrais para definir e analisar a inovação e seus resultados nas empresas. Portanto, a definição precisa desses conceitos é:

Inovação de produto: é um produto ou serviço novo ou aprimorado que difere significativamente dos bens ou serviços anteriores da empresa e que foram introduzidos no mercado.

Inovação de processo: é um processo de negócios novo ou aprimorado para uma ou mais funções de negócios da empresa que diferem significativamente de seus processos de negócios anteriores e que foi colocado em uso na empresa.
 

Qual a relação entre ciência, tecnologia e inovação?


A inovação está presente em diferentes áreas, embora seja comum associá-la ao desenvolvimento científico e tecnológico.

Isso ocorre porque ciência e tecnologia são elementos que frequentemente acompanham a inovação. A ciência, por meio da pesquisa, básica ou aplicada, contribui com novos conhecimentos e metodologias que podem ser aplicados pelas empresas. A tecnologia, essa mais próxima da atividade produtiva, oferece as ferramentas e soluções para o setor produtivo, seja na criação de produtos ou serviços. Em tempos de transformação digital, em que as tecnologias digitais são aplicadas em quase todas as esferas de nossas vidas, a tecnologia e a inovação se retroalimentam. Nesse processo, novas tecnologias são criadas, frutos da inovação tecnológica, para levar mais produtividade, mais valor e mais benefícios aos clientes.

A inovação científica e tecnológica possui poder transformador, como ficou evidente durante a pandemia de COVID‑19. A rápida produção de vacinas exigiu que laboratórios, empresas farmacêuticas e manufatureiras destinassem recursos para pesquisa, desenvolvimento e inovação. Segundo a OCDE, por meio de ciência, tecnologia e inovação, países que responderam melhor à crise puderam proteger seus cidadãos e suas economias.

Além disso, empresas e pessoas estão cada vez mais conectados por meio das inovações em comunicação e isso vem alterando profundamente nossa forma de viver e a cultura das empresas. As empresas adotaram novas tecnologias, implementaram processos inovadores e, com isso, as relações interpessoais também foram afetadas. O teletrabalho ganhou proporções não imaginadas e os aplicativos de mensagens, as vídeo-chamadas e diferentes softwares passaram a ocupar parte relevante do tempo dos trabalhadores.

No processo de inovação tecnológica, seja em grandes,  médias ou pequenas empresas, ou também nas startups, são desenvolvidas atividades de pesquisa e desenvolvimento (P&D) capazes de produzir novos conhecimentos. Mas as inovações não derivam necessariamente de P&D. Inovações consideradas mais incrementais podem ser resultado de novo uso ou uma nova “roupagem” dada a algo conhecido. Essas inovações, muitas vezes, são consideradas incrementais, pois não exigem grandes investimentos em pesquisa, embora possam gerar importantes retornos para as empresas.  .

Apesar disso, muitas empresas ainda afirmam não saber inovar ou associam inovação a algo complexo e caro. Segundo a Pintec Semestral 2023 (IBGE/CNI/ABDI/UFRJ), 64,6% das empresas industriais com 100 ou mais funcionários realizaram alguma inovação, uma queda em relação aos 68,1% de 2022 e 70,5% de 2021.

Neste cenário, é preciso disseminar conhecimento sobre como inovar e sobre que tipo de apoio existe para as empresas que realizam projetos de inovação. Outra prioridade, é tornar mais próximas empresas e Instituições de Ciência e Tecnologia (ICTs), unindo Ciência, Tecnologia e Inovação, de modo estimular todo tipo de inovação empresarial, das incrementais as radicais.
 

Por que é importante investir em inovação?

Investir em inovação é fundamental para empresas em todo o mundo. Organizações inovadoras tendem a crescer mais, se manter alinhadas às tendências tecnológicas e desenvolver produtos melhores, reduzir custos, otimizar processos, aumentar produtividade, promover ambientes de trabalho mais seguros, melhorar relações com clientes e crescer social e economicamente.

Inovar ajuda a evitar obsolescência -- num mundo cada vez mais conectado, soluções que não acompanham as demandas tecnológicas perdem competitividade. Países com empresas inovadoras podem reduzir a distância até fronteiras tecnológicas globais, aumentando a geração interna de riqueza e impulsionando o desenvolvimento social.

 

Investimentos em P&D

Em 2023, os investimentos da indústria brasileira em P&D totalizaram R$ 38,3 bilhões, um aumento nominal de 4% em relação a 2022, conforme divulgado pela Pintec Semestral 2023.

Desse total, 86,4% foram concentrados na indústria de transformação, equivalendo a R$ 33 bilhões. Ainda assim, a taxa de inovação caiu: foi de 70,5% em 2021 para 68,1% em 2022 e chegou a 64,6% em 2023.

 

O Brasil no ranking mundial de inovação

Na edição mais recente do Índice Global de Inovação (IGI), publicada em 2024, o Brasil ocupou a 50ª posição entre 133 países, consolidando-se como o país mais inovador da América Latina e Caribe. Em 2023, já havia alcançado o 49º lugar, com avanço de cinco posições em relação a 2022.

O Brasil obteve melhores resultados nos indicadores de sofisticação empresarial (39º), produtos criativos (42º), sofisticação de mercado (47º) e produtos de conhecimento e tecnologia (50º).

O lançamento do Índice Brasil de Inovação e Desenvolvimento (IBID) em 2024 trouxe indicadores regionais: na primeira edição, São Paulo (0,891) lidera o ranking estadual, com média nacional de 0,291.

 

Estrutura do Índice Global de Inovação 2

Estrutura do Índice Global de Inovação

 

Inovação na Indústria

A inovação torna as empresas mais preparadas para vencer no mercado. É por meio dela, por exemplo, que empresas industriais podem ampliar sua produtividade e, consequentemente, reduzir custos e aumentar sua competividade nacional e, possivelmente, internacional. Inovações nos modelos de negócio, lançamento de novos produtos e melhoria de processos produtivos são essenciais, principalmente devido às mudanças tecnológicas proporcionadas pela Indústria 4.0.

Apesar de sua relevância para os negócios, a capacidade de inovação das empresas do Brasil ainda é pouco desenvolvida. Para tentar impulsionar o avanço do país nessa área considerada tão estratégica para o desenvolvimento econômico e social, a CNI tem participado ativamente desse debate por meio da Mobilização Empresarial pela Inovação (MEI), movimento criado em 2008 que tem entre seus objetivos incentivar as empresas a colocarem a inovação no centro de suas estratégias de negócios.

A MEI se consolidou como o principal fórum de articulação entre o setor empresarial, governo, academia e demais instituições que atuam em favor da inovação o país. Sua agenda de prioridades inclui o aprimoramento do marco regulatório da inovação, a modernização do sistema de financiamento e a melhoria dos cursos de engenharia, entre outras medidas.

 

Ações do Sistema Indústria em prol da inovação

A Mobilização Empresarial pela Inovação (MEI) — iniciativa da CNI desde 2008 — continua sendo o principal fórum de articulação entre setor produtivo, governo, academia e instituições de inovação. Entre seus objetivos estão fortalecer a regulamentação, modernizar o financiamento e aprimorar a formação em engenharia e tecnologia.

O Mapa Estratégico da Indústria 2024–2028, em linha com o plano Nova Indústria Brasil (NIB), traça metas para ampliar a taxa de inovação, estimular inovação aberta com ICTs e startups, promover tecnologias da Indústria 4.0 e fortalecer a cooperação entre academia e empresas.

Para a inovação, as orientações da CNI são:

 

Objetivo:

Ampliar a inovação em produtos, processos e modelos de negócios

Meta:

Aumentar a taxa de inovação, de 36,4% para 45,0%

Iniciativas:

Promoção da inovação em produtos, processos e modelos de negócios;

Promoção dos projetos de inovação aberta com ICT, startups e cadeias de valor;

Disseminação de informações e serviços em inovação;

Promoção da adoção de tecnologias associadas à Indústria 4.0;

Promoção da relação ICT-empresa;

 

Entre outras importantes ações da CNI, da MEI e do Sistema Indústria para fomentar a inovação no Brasil, estão as seguintes:

 

- Parceria CNI-SOSA de Inovação Aberta 

- Congresso Brasileiro de Inovação da Indústria 

- Ciclo de Lives da MEI 

- Publicação “Inovar é desenvolver a indústria do futuro” com 30 casos de inovação na indústria

- Portal MEI Tools, ferramentas para promover a inovação nas empresas 

- InforMEI, a revista digital da MEI 

- Grupo de Trabalho MEI de Engenharia / STEAM 

- Grupo de Trabalho MEI Indicadores de Inovação

- Imersões em Ecossistemas de Inovação 

- NAGI Digital, Rede de Núcleos de Apoio à Gestão da Inovação 
- Operação da Rede Institutos SENAI de Inovação e Tecnologia

- Plataforma de Inovação para a Indústria (Sebrae, SESI, SENAI)

- Centros de Inovação do SESI