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Novo Ensino Médio 2022: entenda tudo que muda

O que é o novo ensino médio

Em 2020, o SESI e o SENAI formaram a primeira turma do Novo Ensino Médio, numa experiência pioneira no Brasil. São 198 jovens, dos quais 13% da classe C e 87% da classe D, que chegam ao mercado de trabalho com um diploma técnico.

O que é o Novo Ensino Médio?

 

O Novo Ensino Médio é o modelo atual da última etapa da educação básica no Brasil, composto por uma Formação Geral Básica (FGB), obrigatória para todos, e por Itinerários Formativos, que são percursos de aprofundamento escolhidos pelo estudante de acordo com seus interesses, incluindo a opção por uma formação técnica e profissional. Com a nova lei sancionada em 2024, ele passa a vigorar como Política Nacional de Ensino Médio e substitui parcialmente o modelo instituído pela Lei nº 13.415/2017.

 

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O que muda com o Novo Ensino Médio?

 

As principais mudanças do Novo Ensino Médio são o aumento da carga horária dos estudantes, a adoção de uma base comum curricular e a escolha dos itinerários formativos por parte do aluno. 

 

Quais os benefícios do novo ensino médio

 

A mudança vai aumentar a carga horária total ao longo dos três anos que vai passar de 2400 horas para 3 mil horas. Das 3 mil horas, 1800 horas serão destinadas para as disciplinas obrigatórias da base Nacional Comum Curricular e 1200 horas para os itinerários formativos. Cada escola terá que oferecer pelo menos uma opção complementar a formação dos alunos são elas:

 

- Linguagens e suas Tecnologias

- Matemática e suas Tecnologias

- Ciências da Natureza e suas Tecnologias ciências

- Humanas e sociais aplicadas

-Formação técnica e profissional

 

O novo modelo é focado na formação de cidadãos e no desenvolvimento de competências e habilidades, com disciplinas integradas em quatro áreas do conhecimento que possibilita que os alunos escolham itinerários formativos de acordo com áreas de seu interesse e projetos de vida e de carreira.

Todas as escolas devem oferecer, no mínimo, dois itinerários formativos distintos, com ênfases diversas — exceto aquelas que ofertam ensino técnico, que têm regras especiais para itinerário técnico / profissional.

A lei sancionada vetou mudanças previstas no Enem que permitiam cobrança de conteúdos dos itinerários nos exames. Ou seja, o Enem permanecerá como prova única no último ano do Ensino Médio, sem exigência de parte flexível dos itinerários.

O ensino médio deverá ser ofertado preferencialmente de forma presencial, admitindo-se uso de modalidades mediadas por tecnologia conforme regulamentos específicos.

Mais de 80  escolas do Serviço Social da Indústria (SESI) já estão integradas às novas regras. Para a oferta do itinerário V, de formação técnica profissional, o SESI conta com a parceria do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI), como forma de conectar educação com mercado de trabalho.

 

Por que reestruturar o ensino médio?

 

A proposta do Novo Ensino Médio surgiu após a percepção de uma estagnação dos índices de desempenho dos estudantes brasileiros. Além disso, entre as etapas da educação básica, o ensino médio é a que tem as maiores taxas de abandono, reprovação e distorção idade-série (atraso escolar de dois anos ou mais).

Foram muitas as justificativas para reformular a última etapa da educação básica: um ensino de baixa qualidade, generalista, com número excessivo de disciplinas, alto índice de evasão e de reprovação e distante das necessidades dos estudantes e dos problemas do mundo contemporâneo.

Ao tornar o ensino mais flexível e oferecer rotas diversas de aprofundamento, espera-se aumentar a atratividade da etapa, reduzir a evasão e conectar mais os jovens ao mundo profissional e social.

A escola precisa, portanto, conversar com a realidade atual, promover um ensino alinhado com as necessidades dos estudantes e os preparar para viverem em sociedade e enfrentarem os desafios de um mercado de trabalho dinâmico.
 

Quais os benefícios do novo ensino médio?

 

A implementação do novo ensino médio traz benefícios para alunos e professores. Primeiramente, destacado como ponto principal, que será possível disponibilizar mais tempo para os estudantes aprofundarem em conhecimentos específicos que vão agregar e são importantes para o futuro profissional que cada um escolher.


O Novo Ensino Médio contribui ainda com o desenvolvimento do projeto de vida e carreira dos alunos, já que as escolas deverão priorizar atividades que promovam a cooperação, a resolução de problemas, o desenvolvimento de ideias, o entendimento de novas tecnologias, o pensamento crítico, a compreensão e o respeito.

Apesar de serem premissas importantes na formação de qualquer cidadão e profissional, não são de aplicação obrigatória no modelo antigo de ensino.


Outro benefício da nova metodologia é o de proporcionar menos aulas expositivas e focar mais em projetos, oficinas, cursos e atividades práticas e significativas. É o que o SESI vem aplicando em suas escolas parceiras.


Um relatório de percepção de estudantes em escolas piloto do SESI que já tiveram o Novo Ensino Médio aplicado em parceria com o SENAI, mostra ampla satisfação com o novo modelo.

Uma pesquisa feita e publicada pela CNI aponta que nove, em cada dez alunos participantes do projeto-piloto, estão satisfeitos com a experiência. Na percepção desses alunos, a experiência do Novo Ensino Médio é positiva em todos os aspectos analisados.


Para os professores, a mudança mais significativa que o novo modelo traz é a abertura de leque de possibilidades em relação à contratação, com a inclusão dos profissionais de notório saber para o itinerário de formação profissional e técnica.

 

Quando entra em vigor o Novo Ensino Médio?         

 

 Com a Lei nº 14.945/2024 sancionada em 31 de julho de 2024, as regras começam a valer a partir de 2025, iniciando pela 1ª série do Ensino Médio. Em 2026, a 2ª série também adotará as novas diretrizes, e em 2027 a 3ª série.

 

O que muda na rotina das escolas?          

 

Com o Novo Ensino Médio, a educação maker, conceito que foca na aprendizagem por meio de atividades e soluções práticas (o famoso “mão na massa”) aliadas à inovação, à criatividade, à sustentabilidade e à autonomia, ganha ainda mais força.


A matriz de referência curricular pode ser organizada por disciplina ou por área de conhecimento e temos a oferta de cinco itinerários. A carga horária de ensino também sofrerá alteração e, de maneira progressiva, todas as escolas de ensino médio passarão a ter ensino integral .

 

O que é a Base Nacional Comum Curricular (BNCC)?

 

Segundo o Ministério da Educação (MEC), a BNCC é um documento de caráter normativo que define o conjunto orgânico e progressivo de aprendizagens essenciais que todos os alunos devem aperfeiçoar ao longo das etapas da Educação Básica.

A BNCC pretende promover a elevação da qualidade do ensino no país por meio de uma referência comum obrigatória para todas as escolas de educação básica, respeitando a autonomia assegurada pela Constituição aos entes federados e às escolas.

 

O que é a LDB e o que mudou em 2020? 

 

A Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB) define e regulariza a organização da educação brasileira com base nos princípios presentes na Constituição. Trata-se de uma lei constantemente atualizada.


No primeiro semestre de 2020, com a pandemia da Covid-19, foi publicada a Medida Provisória nº 934, que dispõe sobre a quantidade de dias letivos para a educação básica e ensino superior. A MP dispensou a obrigatoriedade de 200 dias letivos descritos na LDB.


O Decreto, entretanto, deixa explícita a obrigatoriedade da carga horária mínima atual, para estabelecida nos dispositivos da Lei º 9.394, ou seja, 800h ainda devem ser cumpridas.

 

Novo Ensino Médio e ENEM: o que muda?

 

O Novo Ensino Médio estabelece uma formação geral básica articulada com a parte específica escolhida, o itinerário formativo. Assim como o Enem (Exame Nacional do Ensino Médio), é organizado em competências e habilidades.

As disciplinas, em vez de serem avaliadas de maneira isolada, são integradas.


O foco dessa estrutura, presente no Novo Ensino Médio e no Enem, é desenvolver a capacidade de aplicar os conhecimentos em diversos contextos.

Assim, o aluno demonstra o que aprendeu nas formas escrita e oral, prática e teórica, sempre ampliando o pensamento para responder aos desafios diante de uma decisão a ser tomada.


A formação geral do aluno nas áreas de linguagens, matemática, ciências da natureza e ciências humanas e sociais aplicadas, prevista na BNCC, e o maior engajamento do estudante com o conteúdo do itinerário escolhido serão muito importantes em avaliações como o Enem.


Outra novidade para os alunos das próximas turmas de ensino médio é o Enem Seriado. O conteúdo das provas será readaptado à nova matriz de referência curricular, e as provas serão aplicadas em três fases.

A mudança é o modo de avaliação, isto é, enquanto o Enem é aplicado no último ano do Ensino Médio, o Enem Seriado será realizado nos três últimos anos do ensino básico.

 

O que muda na educação do Brasil?

 

Pesquisa do Todos Pela Educação mostra que muitos jovens sequer chegam ao Ensino Médio e a taxa líquida de matrícula é de apenas 62%. Entre os que estão matriculados na etapa, a taxa de conclusão é baixa e a aprendizagem está muito aquém do esperado.


Este ciclo da educação brasileira é distante da realidade dos jovens, pouco atraente e sem flexibilidade para os interesses dos alunos. O ensino técnico e profissional é pouco acessado, assim como o Ensino Superior após o Ensino Médio, que fica restrito a uma pequena parte da população.


Por esses motivos foi considerada essencial a implementação de um novo modelo que torne o Ensino Médio mais atraente e aderente à realidade do século XXI. As mudanças da educação do Brasil buscam resultados na conexão dos jovens ao que é ofertado no ensino e maior inserção desses jovens ao mercado de trabalho.