
O que é inflação?
Inflação é o aumento contínuo dos preços de bens e serviços na economia. Medido por índices como o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que reflete a perda do poder de compra da moeda. O IPCA atual é de -0,08%, acumulando 3,16% em 12 meses. Em 2023, acumulou 2,87%, enquanto em 2022 foi de 5,78%.
Quando a maior parte dos produtos e serviços consumidos pelas famílias fica mais cara, indica que a inflação está em alta. A medida oficial da inflação no Brasil é o IPCA - Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo.
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Como a inflação é calculada?
A inflação não é medida por um único índice. No Brasil, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) produz dois dos índices mais importantes do país: o IPCA, considerado oficial pelo governo federal, e o INPC. Outros índices relevantes são o IGP-M e o IPC-Fipe.
No Brasil, o governo federal utiliza o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) como índice oficial de inflação. Esse indicador é essencial para tomar decisões sobre taxas de juros e metas inflacionárias.
O cálculo do IPCA envolve a coleta de preços de uma cesta de produtos e serviços que representa o consumo das famílias ao longo do tempo. A variação percentual desses preços em determinado período é utilizada para determinar a taxa de inflação nesse período.
O que causa a inflação?
A inflação é causada por demanda alta, aumento de custos de produção, expectativas inflacionárias e maior emissão de moeda ou gastos governamentais, resultando em preços mais altos.
Confira as principais causas:
1 - Aumento da demanda: quando a procura é maior do que a oferta, os preços das mercadorias e serviços aumentam; e quando a procura é menor, os preços diminuem.
2 - Aumento ou pressões nos custos: quando há um aumento no custo da produção, como a alta nos gastos com matérias-primas ou no pagamento de salários.
Do mesmo modo, quando a produção encontra algum tipo de problema, por questões climáticas, por exemplo, a oferta diminui, enquanto a procura permanece igual ou maior, daí o aumento nos preços.
3 - Expectativas de inflação: ocorre quando a expectativa sobre a possibilidade de crescimento da inflação gera um aumento dos preços, na tentativa de antecipar o que virá no futuro.
4 - Aumento de emissão de moeda: quando a impressão de dinheiro feita pela Casa da Moeda supera a quantidade de mercadorias e produtos em circulação. Além disso, quando os gastos do governo superam a arrecadação de impostos e surge a necessidade de emitir mais papel-moeda.
Qual o impacto da inflação em nosso dia a dia?
A inflação impacta diretamente a vida dos consumidores. A alta dela representa o crescimento do custo de vida das pessoas e a redução do poder de compra da moeda.
Ao longo do tempo, a principal consequência da inflação é a perda do poder de compra. Por isso, uma forma simples de perceber a variação da inflação é quando o consumidor vai ao supermercado. O preço dos produtos nas prateleiras não são os mesmos de 10 anos atrás: estão mais caros.
O índice impacta ainda os valores do aluguel, automóveis, no pagamento de mensalidades de escolas de educação, por exemplo.
Quando está descontrolada, pode desestimular investimentos e melhorias no país, além de causar incertezas com relação aos rumos econômicos.
Além disso, afeta também o rendimento real de investimentos, que é aquela conseguida em uma aplicação, descontada a inflação.
O que fazer para combater a inflação?
Uma das medidas mais comuns utilizadas no combate ao aumento da inflação é o aumento das taxas de juros pelo Banco Central. Esse aumento tem como objetivo reduzir o crédito disponível, diminuindo o poder de compra dos consumidores e, consequentemente, controlando os preços e o custo de vida.
Diferentes tipos de inflação e suas características
As categorias de inflação giram em torno de como a subida dos preços ocorreu ou como os efeitos são sentidos na economia. Confira:
1. Inflação de demanda: ocorre quando a procura é maior que a oferta. É quando há mais consumidores interessados em certos produtos ou serviços, do que produtores dispostos ou capazes de ofertá-los.
2. Inflação de custos ou inflação de oferta: os preços sobem por causa do aumento dos custos de produção: insumos, gastos com energia, salários, fatores climáticos, entre outros.
3. Inflação global: é a situação em que várias economias no mundo registram aumento dos seus índices de inflação de modo simultâneo. Isto significa que os preços estão aumentando em diversos países.
4. Inflação inercial: acontece quando mesmo com a subida da taxa de juros a inflação diminuiu lentamente, ou seja, os preços de produtos e serviços continuam sendo reajustados ou aumentados mesmo com o estímulo negativo da taxa de juros.
5. Inflação reprimida: ocorre quando o governo coloca em prática a política de congelamento de preços ou determinação de preços máximos. Sem incentivos ou chance de lucro ao produzir, os produtores abandonam o mercado, gerando escassez.
6. Estagflação: É quando a economia não cresce e os preços disparam, mesmo quando há um consumo menor.
7. Hiperinflação: descontrole
Qual o posicionamento da CNI sobre o tema?
Periodicamente, a Confederação Nacional da Indústria se posiciona sobre o comportamento da inflação, as políticas econômicas e as ações do governo para combatê-la.
A CNI tem reiterado sua preocupação com os impactos da política monetária atual sobre a atividade econômica. Em julho de 2025, considerou insuficiente e equivocada a decisão do Copom de manter a taxa Selic em 15% ao ano, diante de um cenário de desaceleração da indústria e alta do custo do crédito. Para a CNI, o atual patamar de juros reais (10,1% ao ano) está bem acima da taxa neutra e impõe barreiras ao crescimento econômico, devendo ser corrigido com urgência. “Precisamos de menos juros e mais crescimento”, afirmou o presidente da CNI, Ricardo Alban.
O crédito mais caro tem dificultado os investimentos das empresas e o consumo das famílias. Segundo dados do Banco Central citados pela CNI, entre setembro de 2024 e junho de 2025, a taxa média cobrada das empresas subiu de 20,6% para 24,3% ao ano, enquanto para os consumidores saltou de 52,3% para 58,3% ao ano. Com isso, setores produtivos perderam ritmo: a produção industrial caiu 1,2% em abril e maio, e as vendas no varejo recuaram 1,6%. O IBC-Br, indicador que antecipa o desempenho do PIB, também apontou retração em maio.
Apesar desse cenário, a inflação vem se comportando de forma mais favorável. O IPCA caiu de 1,31% em fevereiro para 0,24% em junho de 2025, com destaque para a redução nos preços dos alimentos e dos bens industriais. A valorização do real no primeiro semestre — 11,9% frente ao dólar — também ajudou a conter os preços. Diante disso, a CNI avalia que há espaço para corte da Selic sem risco inflacionário. A expectativa para a inflação ao final de 2025 está em 5,1%, com nove semanas consecutivas de revisão para baixo.