
O tema da eficiência energética — que visa otimizar o uso da energia para evitar desperdícios — é estratégico para o desenvolvimento sustentável. Usar a energia de forma eficiente reduz custos, melhora a produtividade e, principalmente, minimiza os impactos ambientais da geração e do consumo de energia.
No Brasil, a indústria é responsável por cerca de 35% a 40% do consumo total de energia elétrica. Embora mais de 80% da matriz elétrica brasileira seja composta por fontes renováveis, como a hidrelétrica, essas fontes também podem causar impactos ambientais, especialmente em grandes empreendimentos.
Veja outros temas: Metrologia, Desmatamento, ESG na indústria, Empreendedorismo, Curso técnico, Inteligência artificial
O que é eficiência energética?
Eficiência energética significa produzir mais, com menos energia. Ou seja, gerar o mesmo volume de produtos ou serviços com menor consumo energético. Isso vale tanto para a indústria quanto para residências, serviços públicos e o agronegócio.
Além da economia financeira, a eficiência energética ajuda a reduzir a emissão de gases de efeito estufa, já que boa parte da energia mundial ainda depende de combustíveis fósseis.
Um exemplo cotidiano são as lâmpadas LED, que consomem até 85% menos energia que as incandescentes e duram muito mais. No setor industrial, as ações incluem desde automação de processos até o uso de equipamentos com selo de eficiência energética.
Na construção civil, a escolha de materiais e sistemas inteligentes de ventilação e iluminação também contribuem para edifícios mais eficientes. Na indústria automotiva, cresce o uso de carros híbridos e elétricos, que têm menor consumo energético e menor emissão de poluentes.
Os benefícios da eficiência energética
Usar bem a energia é uma forma inteligente de gerir adequadamente as demandas e melhorar a produtividade em qualquer contexto, tanto na área ambiental como na econômica.
Dentre os muitos benefícios da eficiência energética podemos citar:
Redução dos impactos ambientais
Melhorar a eficiência energética reduz a necessidade de geração de mais energia adiando a necessidade de construção de novas usinas e também contribui para redução das emissões de Gases de Efeito Estufa (GEE) e outros poluentes.
Gera redução de custos e economia
O custo com energia elétrica é muito alto tanto para produção industrial quanto para a população em geral, o aumento da eficiência reduz o custo e possibilita maior economia.
Para as empresas, adotar processos mais eficientes na produção se traduz em redução de custos, aumento da produtividade e dos lucros.
Melhora a qualidade do AR
Com a diminuição de emissão de poluentes no ar, também há diminuição de problemas respiratórios, mortes prematuras e consequente diminuição nos gastos com saúde. O estudo norte-americano realizado pela ONG American Council for an Energy-Efficient Economy (ACEEE), afirma uma redução de 15% do consumo de energia por ano resultaria em 2.190 vidas salvas, são 30 mil casos de asma a menos e uma economia de US$ 20 bilhões em gastos com saúde nos Estados Unidos.
Impulsiona a economia local
A diminuição do gasto com energia também tem outros efeitos, como o impulsionamento da economia local. A lógica é a seguinte: economizando com a conta de energia, as pessoas podem usar o dinheiro extra em lojas e serviços da cidade, contribuindo para a abertura de novas vagas de emprego.
É por todos esses motivos que a eficiência energética precisa ser adotada e aprimorada sempre.
O papel da indústria
Apesar dos benefícios já expostos para a indústria com a adoção de medidas de eficiência energética, sua aplicação no Brasil ainda é considerada tímida.
A eficiência energética é dos esforços do processo conhecido globalmente como transição energética, que significa a passagem de uma matriz em que predomina a utilização de combustíveis fósseis, com elevada emissão de gases de efeito estufa (GEE), para uma ancorada em fontes renováveis e com baixa emissão de carbono.
A promoção por parte dos países de um conjunto de inovações e transformações na forma como produzem e consomem a energia é uma das bases para a consolidação de uma economia de baixo carbono.
Este é um dos pilares da estratégia definida pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) e apresentada na Conferência das Partes sobre Mudanças Climáticas (COP26), em Glasgow, na Escócia, como um dos principais ativos do País em sua agenda ambiental.
Um dos projetos desenvolvidos em parceria com a CNI, a Associação dos Grandes Consumidores Industriais de Energia e de Consumidores Livres (Abrace), o Programa Nacional de Conservação de Energia Elétrica (Procel) e as indústrias, é o Programa Aliança que visa à competitividade e a sustentabilidade das empresas.
O uso racional de energia é crucial para diminuir os custos de produção e reduzir as emissões de gases do efeito estufa.