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O que é Powershoring?

Powershoring é o termo que se refere à instalação de indústrias em locais com alto potencial de energias renováveis, como eólica, solar e biomassa.

O que é powershoring?

Powershoring é o termo que se refere à instalação de indústrias em locais com alto potencial de energias renováveis, como eólica, solar e biomassa.

A implementação dessas novas indústrias é uma forma de descentralização das cadeias globais de valor a partir da produção de energia em países onde existem fontes renováveis disponíveis com grande potencial, como energia eólica, solar e biomassa – caso do Brasil.

O powershoring é visto como uma estratégia-chave para a neoindustrialização, com foco em energias renováveis, hidrogênio verde, biocombustíveis e novas tecnologias. A energia limpa, os investimentos verdes, a tecnologia e a inovação são essenciais para essa transformação, combinando respeito e proteção ao meio ambiente com desenvolvimento econômico.

Esta é uma grande janela de oportunidades aos governos da América Latina e do Caribe, especialmente o Brasil, para atrair investimentos estrangeiros que oferecem energias alternativas e limpas.

Quais são as vantagens do powershoring?

O Brasil é destacado neste contexto devido à abundância em fontes renováveis de energia.

Algumas vantagens e pontos relevantes do powershoring incluem:

  1. Meio ambiente: benefício direto pela rápida transição energética (com redução do uso de fontes de energia que emite gases do efeito estufa pela eólica, solar, hidrogênio verde, entre outras), pelo aumento da produção de produtos verdes e pelo aumento do mercado de créditos de carbono;
  2. Empresas: acesso à energia limpa a preços competitivos e alinhamento às crescentes exigências e regras ambientais, contribuindo para a redução da emissão de carbono;
  3. País receptor das plantas industriais: receberá investimentos em tecnologia, terá oportunidade de criação de empregos e renda, aumento das exportações e se beneficiará de novo impulso às cadeias de valor nacionais e regionais. 
  4. País de origem da empresa: ao investir no Brasil para descarbonizar seus processos produtivos, essas companhias mitigam a necessidade de fornecer energia de fontes emissões de gases de efeito estufa a empresas de alto consumo energético, acelerando e viabilizando a transição energética, além de reduzir os custos da descarbonização;

Quando surgiu o conceito “powershoring”?

O conceito de powershoring foi criado pelo Banco de Desenvolvimento da América Latina e Caribe (CAF) a partir da janela de oportunidades para o Brasil e a região ao oferecer vantagens na produção de energia limpa e renovável às empresas.

O CAF observou as possibilidades ao atrair principalmente plantas manufatureiras intensivas em energia, interessadas no consumo de energia limpa para descarbonizar seus processos, tendência cada vez mais impulsionada pelas mudanças climáticas e por fatores geopolíticos contemporâneos.

Vale lembrar que o powershoring se soma a outras estratégias de reposicionamento das cadeias globais, como o offshoring, termo que se refere à movimentação das empresas ao levar suas fábricas para países com mão de obra mais barata – principalmente a China – e, agora, o reshoring, o nearshoring e o friendshoring. São movimentos de relocalização das plantas produtivas para reduzir vulnerabilidades e aumentar a resistência dos países a novas crises, tendências acentuadas após a pandemia de Covid-19 e da guerra na Ucrânia.

Como o powershoring pode ajudar a economia do Brasil?

A região da América Latina e do Caribe é a mais promissora na lista de destinos na adoção da estratégia do powershoring. O Brasil é líder na condição de produção de energia renovável porque já tem uma matriz energética limpa. O país se destaca como um dos principais destinos do powershoring em nível global, uma vez que é capaz de produzir energia limpa a preços competitivos e tem novas fontes de energia renovável, além do desenvolvimento de projetos promissores na produção de hidrogênio verde, o que irá alavancar a capacidade de produção do setor energético.

Além disso, é o país do G20 – grupo das maiores economias do mudo - com a energia mais verde e protagoniza a agenda de biocombustíveis. O Brasil e desenvolvendo novos modelos de negócios e tecnologias para o setor energético; conta com um ecossistema de apoio a novas plantas industriais; centros de pesquisa e instituições acadêmicas com experiência industrial e tecnológica; institutos de capacitação de mão de obra; portos modernos com zonas industriais e com energia verde; diversas empresas multinacionais – e abundante disponibilidade de água e minerais.

Nesse ecossistema, os Institutos de Inovação e de Tecnologia do SENAI têm desempenhado papel estratégico ao alinhar conhecimentos de pesquisa com as demandas da indústria na agenda de uma economia de baixo carbono.

A estratégia de powershoring é capaz de se tornar a ponta de lança de uma neoindustrialização em que a energia limpa, os investimentos verdes, as vantagens comparativas, o compliance ambiental, o recurso estrangeiro, a exportação, a tecnologia e a inovação têm papel fundamental, aliado ao respeito e a proteção ao meio ambiente.

O powershoring na indústria brasileira

Atenta aos temas atuais, a Confederação Nacional da Indústria (CNI) tem promovido discussões sobre o tema, como a conferência O Powershoring e a Neoindustrialização Verde do Brasil – Perspectivas, Potencial, Políticas Públicas e Privadas.

Especialistas de diversos setores debateram o potencial da descentralização de cadeias produtivas internacionais para países próximos a centros de consumo e defenderam que o powershoring é a grande oportunidade do Brasil de participar da gigantesca agenda produtiva de manufaturas verdes.

Neste sentido, o país poderá acelerar seu crescimento, baseado numa agenda de descarbonização, criação de emprego e renda e de participação na economia mundial a partir de uma perspectiva sofisticada e de alto valor agregado.