O Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI) do Amazonas realizou, na última semana, em diversas escolas do estado, a “Feira do Livro e Biblioteca Inclusiva” com exposições de livros, concursos de poesia, doações de livros, músicas, brincadeiras e jogos interativos, todos voltados para deficientes físicos, auditivos, intelectuais, visuais ou múltiplos.
Na feira, alunos do SENAI interagiram com jogos, simulando deficiências, como foi o caso do “Jogo da Memória” - peças com texturas em alto relevo, trabalhadas especialmente para pessoas com deficiências visuais. O jogo foi disputado em duplas, como foi o caso dos alunos Paulo Vinícius Souza, 18 anos, e Maria Eduarda Oliveira, 17 anos. Um jogo fácil, mas não para quem joga com vendas nos olhos. Para quem tem a deficiência deve ser um pouco mais fácil”, cometou Eduarda.
O diretor do SENAI Amazonas, Aldemurpe Barros, destacou a importância do evento voltado para pessoas com deficiências. “Temos que nos preocupar com a inclusão social em nosso Estado, principalmente por estarmos em um mundo cada vez mais competitivo, e com pessoas que precisam de oportunidades para ingressar no mercado de trabalho," destacou Aldemurpe.
A Fundação Paulo Feitosa (FPF), uma das parceiras do evento, levou aos alunos participantes da feira o Acessi Mouse, sistema que possibilita a utilização plena do computador com pequenos movimentos da cabeça e boca, por meio de imagens capturadas pela webcam instalada no computador, de modo a controlar os movimentos e cliques do cursor do mouse.
Para o aluno do curso de Assistente Administrativo Industrial, Dominique dos Santos, 18 anos, a feira permitiu experiência sem igual. “O Acessi Mouse é muito inteligente, nunca imaginei poder jogar no computador apenas usando a cabeça e a boca. É demais, uma experiência muito boa”, disse.
A atividade faz parte do Programa SENAI de Ações Inclusivas (PSAI) que, de acordo com a responsável pelo programa no Amazonas, Tatyanne dos Santos, oferece qualificação para que pessoas com deficiências trabalhem na indústria. “É preciso que tenhamos consciência de que essas pessoas podem fazer a diferença no mercado, que suas limitações devem ser olhadas e analisadas, pois com certeza têm algo a ser feito dentro das empresas por essas pessoas, basta que capacitemos. E é para isso que nosso programa está aqui”, explicou Tatyanne.
O programa existe no Amazonas desde o ano de 2000 e já capacitou mais de dois mil deficientes em seus cursos de profissionalização e capacitação. O ex-aluno Gabriel da Silva, 20 anos, conta que realizou os cursos Avançado de Informática e Operador de Computadores. “Minha base foi o SENAI, aprendi muito aqui, e sempre que tenho oportunidade como hoje, compareço, pois levo sempre algo novo para minhas novas conquistas”, disse Gabriel.