Desempenho do Brasil na avaliação internacional dos estudantes preocupa indústria

A média do Brasil em matemática foi 391 pontos e a dos países da OCDE ficou em 494 pontos. Mesmo assim, entre 2003 e 2012 o Brasil teve o maior aumento entre todos os países analisados

Apenas um em cada cem alunos consegue desenvolver e trabalhar com modelos de situações complexas no Brasil

Os dados divulgados nesta terça-feira (3) pela Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) sobre o Programa Internacional de Avaliação dos Estudantes (PISA) preocupam a Confederação Nacional da Indústria (CNI). Os alunos brasileiros de 15 anos e com, pelo menos, sete anos de estudo estão a quase cem pontos de diferença da média da OCDE.

A média do Brasil em matemática foi 391 pontos e a dos países da OCDE ficou em 494 pontos. Mesmo assim, entre 2003 e 2012 o Brasil teve o maior aumento entre todos os países analisados. O ranking feito pela OCDE considera a área de conhecimento enfatizada na edição.

“Em cinco anos, quando estiverem no mercado de trabalho, esses estudantes terão mais dificuldade para absorver e trabalhar com novas tecnologias, o que impacta diretamente a produtividade e a competitividade do país”, avalia o gerente-executivo de Estudo e Prospectiva da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Luiz Caruso. No ranking de matemática, o Brasil figura na 58ª posição entre 65 avaliados. Está melhor que Peru (65º), Indonésia (64º), Colômbia (63º), Catar (62º), Jordânia (61º), Tunísia (60º) e Argentina (59º). Já do ponto de vista da economia internacional, o Brasil compete, por exemplo, com China e Coreia, que figuram no topo da lista com médias, em matemática, superiores a 550, ou seja, mais de 160 pontos acima do Brasil.

Os avanços conquistados nos últimos anos devem ser aplaudidos – destaca o especialista – mas não podemos perder de vista o quanto o Brasil ainda precisa caminhar se quiser estar ao lado das nações mais importantes. “O estudante brasileiro precisa desenvolver, por exemplo, maiores habilidades de raciocínio lógico para que se tornem trabalhadores preparados”, diz, ao destacar que apenas 1,1 % dos estudantes tem o melhor desempenho em matemática. Apenas um em cada cem alunos consegue desenvolver e trabalhar com modelos de situações complexas e trabalhar estrategicamente usando habilidades de pensamento e raciocínio bem desenvolvidas.

EDUCAÇÃO COMO PRIORIDADE - Em maio de 2013, a CNI lançou o Mapa Estratégico da Indústria 2013-2022, documento estruturado em dez fatores-chaves capazes de garantir a produtividade e a competitividade da indústria brasileira. A educação é a base do Mapa. A indústria precisa de equipes educadas e bem formadas que saibam utilizar melhor os equipamentos, criar soluções para os problemas do dia a dia, adaptar processos e produtos e desenvolver e implementar inovações.

A meta do setor é de que, até 2022, o Brasil passe da 53ª posição do ranking do PISA/OCDE para a 43ª. O ranking geral considera 65 países. Para isso, a nota média deverá passar de 401, em 2009, para 480, em 2021.

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