CNI lança agenda com propostas para desenvolver bioeconomia no Brasil

Modernização do marco regulatório, o aumento dos investimentos em pesquisa, desenvolvimento e inovação, a ampliação e modernização da infraestrutura laboratorial e o estímulo ao empreendedorismo e à cultura da inovação estão entre as propostas

"Nossa missão é promover inovação, reconhecer e superar desafios com o objetivo de tornar o Brasil competitivo”, Carlos Abijaodi

A Confederação Nacional da Indústria (CNI) apresentou nesta quinta-feira (10), em São Paulo, uma agenda com propostas para o Brasil aumentar os investimentos em biotecnologia industrial, promoção da saúde humana e do agronegócio. Entre as propostas da Agenda de Bioeconomia da CNI estão a modernização do marco regulatório, o aumento dos investimentos em pesquisa, desenvolvimento e inovação, a ampliação e modernização da infraestrutura laboratorial, o estímulo ao empreendedorismo e à disseminação da cultura da inovação.

"Ao apresentar esse conjunto de propostas, a CNI assume o protagonismo das discussões sobre bioeconomia no Brasil. Nossa missão é promover inovação, reconhecer e superar desafios com o objetivo de tornar o país mais competitivo”, afirmou o diretor de Desenvolvimento Industrial da CNI, Carlos Eduardo Abijaodi. Ele participa do 2° Fórum de Bioeconomia, que a instituição realiza em parceria com a Harvard Business Review Brasil. O Fórum reúne, no Hotel Grand Hyatt, em São Paulo, especialistas, empresários, representantes da indústria e da academia.

"A bioeconomia é a onda mais promissora vista pela humanidade", disse Bernardo Gradin, presidente da GranBio, durante a apresentação das propostas para alavancar investimentos no setor. Conforme estimativas da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), a biotecnologia industrial deve movimentar € 300 bilhões em 2030.

Bernardo Gradin

OBSTÁCULOS AO INVESTIMENTO - O Brasil, dono da maior biodiversidade do mundo, pode ser um dos líderes desse mercado. A agenda proposta pela CNI pretende remover os obstáculos que os empresários enfrentam para investir na área. Entre os principais fatores que desencorajam os investimentos, estão a falta de recursos humanos qualificados, leis confusas, infraestrutura básica precária e falta de investimento público em pesquisa e desenvolvimento, informa a pesquisa inédita da CNI feita em parceria com a Harvard Business Review Brasil.

Apresentada junto com a agenda, a pesquisa revela ainda que os investimentos brasileiros em biotecnologia ainda são baixos. O estudo ouviu 369 pessoas entre fevereiro e julho. A maioria, 76%, ligada ao setor privado. Do total, 62% dos entrevistados não têm orçamento e planos para investimento ou pesquisa em biotecnologia. Apenas 6% pretendem investir entre R$ 2 milhões e R$ 5 milhões nos próximos cinco anos.

Além disso, os entrevistados dizem ter pouco conhecimento sobre o assunto. Apenas 4% responderam conhecer o tema totalmente. Outros 11% admitiram não ter nenhum conhecimento sobre bioeconomia. Os empresários também não acreditam que o Brasil se transformará em uma potência na área a curto prazo. Entre os entrevistados, 41% disseram que isso deve demorar mais de 12 anos. Outros 28% responderam que isso só deve ocorrer, no mínimo, daqui a nove anos.

A agenda da CNI para bioeconomia está alinhada com o Mapa Estratégico da Indústria 2013-2022, que aponta caminhos que a indústria e o Brasil devem percorrer para aumentar produtividade e eficiência, e alcançar um elevado grau de competitividade, respeitando critérios de sustentabilidade.

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