indústria de a - z

Infraestrutura - O que é e quais os seus desafios e prioridades 

Obras de Infraestrutura brasileira

O que é infraestrutura?

 

Infraestrutura é o conjunto de serviços fundamentais para o desenvolvimento socieconômico de uma região tais como saneamento, transporte, energia e telecomunicação.  A falta de infraestrutura dificulta a atração de investimentos,  a competitividade das empresas e a geração de novos empregos.

A melhoria da infraestrutura brasileira é fundamental para o desenvolvimento socioeconômico, pois favorece um melhor ambiente de negócios, na atração de mais investimentos, na competitividade das empresas e na geração de empregos.

Outros temas: Metrologia IndustrialEmpreendedorismoLean ManufacturingReforma TributáriaLegislação Trabalhista

Uma rede de transportes adequada, disponibilidade de energia elétrica e banda larga livre de oscilações e interrupções a custos competitivos são insumos essenciais para alcançar esse objetivo.

Se isso não acontece, faltam empregos e a inflação e todas as operações comerciais são prejudicadas. Segundo o Mapa Estratégico da Indústria 2018-2022, para que se tenha uma economia mais produtiva e inovadora, é preciso atuar em duas frentes:

Superação das deficiências que comprometem a produtividade (má qualidade da educação e o alto valor de tributos);

Desenvolvimento de competências, focado no aumento da capacidade de inovação.

Nesta página você vai encontrar:
 
Seta bullet point, indicando tópicos de âncoras Seta bullet point, indicando tópicos de âncoras Seta bullet point, indicando tópicos de âncoras Seta bullet point, indicando tópicos de âncoras Seta bullet point, indicando tópicos de âncoras Seta bullet point, indicando tópicos de âncoras Seta bullet point, indicando tópicos de âncoras

Quais serviços fazem parte da infraestrutura?

 

Os serviços de infraestrutura são formados basicamente pelos sistemas de saneamento, transporte, energia e telecomunicação.

Fazem parte de uma infraestrutura: rodovias, usinas hidrelétricas, portos, aeroportos, rodoviárias, sistemas de telecomunicações, ferrovias, rede de distribuição de água e tratamento de esgoto, coleta de águas pluviais, gás canalizado e sistemas de transmissão de energia, entre outros. 

 

Obras de serviço de infraestrutura no Brasil

 

Quais os principais tipos de infraestrutura?

 

Para que o Brasil consiga se inserir nas cadeias de valor, é necessário o investimento em setores básicos, a exemplo do que vimos acima. De forma mais detalhada, veja como cada um tipo de infraestrutura se comporta:

 

- Infraestrutura urbana

É todo o conjunto de serviços básicos em uma cidade como telefone, água, gás, luz, transporte público em geral (aeroportos, portos, rodovias, ferrovias) e rede de esgoto - sistemas indispensáveis ao bem-estar e qualidade de vida da população.

 

-Infraestrutura econômica

A infraestrutura é essencial para o desenvolvimento econômico. A melhoria da infraestrutura econômica tem impacto direto em diversos segmentos de produção e da economia, como empresas, indústrias, bens e serviços, tecnologias e até mesmo na competitividade de mercados internacionais.

 

Infraestrutura industrial

A indústria é um dos segmentos diretamente afetados pelo desenvolvimento da infraestrutura. A infraestrutura industrial contribui para a cadeia produtiva, para a distribuição de cargas e produtos. 

 

-Infraestrutura de transportes

Corresponde aos sistemas de transporte, como rodovias, ferrovias, aeroportos, portos e hidrovias.

·        Rodovias: O Brasil é um dos países com maior dependência de modal rodoviário para transporte de cargas, que representa 61% da matriz de transporte brasileira ou, descontando a movimentação de minérios e petróleo, 86% do total.

Esse desbalanceamento na matriz eleva o custo de transporte e penaliza o setor produtivo e consumidores finais, especialmente devido à deterioração das estradas.

·        Ferrovias: Nos últimos anos, se, de um lado, o setor ferroviário avançou com a conclusão do principal trecho da Ferrovia Norte-Sul, após décadas de promessas para sua entrega, por outro, a malha ferroviária nacional continuou marcada pela baixa conectividade, a preponderância do minério de ferro como responsável por quase 80% da movimentação e a  extensão praticamente estagnada. 

Mais de 30% da extensão de trilhos ferroviários brasileiros estão inutilizados e 23% sem condições operacionais, segundo o estudo Transporte ferroviário: colocando a competitividade nos trilhos, feito pela CNI.

De acordo com a pesquisa, o aumento da malha e da conectividade do sistema são fatores-chave para a competitividade no transporte de cargas e o melhor aproveitamento das linhas.

·        Aeroportos: O programa de concessão aeroportuário pode ser considerado a experiência recente mais bem-sucedida de transferência de ativos de infraestrutura. Atualmente, o país conta com 22 aeroportos operados pelo setor privado, que respondem por 67% da movimentação de passageiros no país.

·        Portos: Todos os terminais portuários marítimos e fluviais brasileiros são operados por agentes privados, seja por arrendamento ou autorização. No entanto, a infraestrutura dos grandes portos permanece sob responsabilidade das Companhias Docas, estatais que apresentam um baixo nível de eficiência em suas administrações, elevados passivos trabalhistas e falta de gestão. 

Elaborado pela CNI , o estudo As barreiras da burocracia: o setor portuário estima um gasto adicional de R$ 2,9 bilhões a R$ 4,3 bilhões anuais com a demora na liberação de cargas e custos administrativos. O trabalho mostra também que os constantes atrasos nas obras de infraestrutura portuária deixam de gerar mais de R$ 6,3 bilhões de caixa aos investidores. 

·        Transporte Marítimo: Os usuários de transporte marítimo internacional (TMI) de carga conteinerizada, principal meio de movimentação de cargas industriais, são onerados por políticas adotadas há mais de meio século e que perderam a funcionalidade.

Problemas institucionais e relacionados à regulamentação tornam o país vulnerável a movimentos globais que aumentam o poder de mercado de armadores e pressionam para cima os níveis de frete.

 

 - Infraestrutura de telecomunicações

A infraestrutura de telecomunicações leva em conta o funcionamento de um sistema de redes de comunicações como satélites, redes telefônicas, televisivas, emissoras de rádio, Internet, entre outros.

A CNI apoia uma política pública capaz de ampliar e melhorar a infraestrutura de internet banda larga no Brasil. O serviço de banda larga no país é caro e a velocidade da conexão é baixa. No ranking do State of Internet Report 2017 (Akamai, 2017), composto por 148 países, o Brasil fica na 79º posição em velocidade média de internet.

A melhoria da infraestrutura de telecomunicações é determinante para permitir o desenvolvimento de soluções digitais e superar grandes desafios que o país enfrenta em áreas como saúde, educação, eficiência energética e mobilidade urbana.

 

-Infraestrutura de saneamento

Cerca de 35 milhões de brasileiros não têm acesso a água tratada. Metade da população não tem acesso aos serviços de coleta de esgoto. Dos efluentes coletados, apenas 45% são tratados. Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mostram que, além disso, 1.935 dos 5.570 municípios brasileiros - ou 34,7% do total - ainda registram epidemias ou endemias relacionadas à falta ou deficiência de saneamento básico.

Para apresentar o cenário atual do setor, a CNI apresenta o infográfico A realidade do saneamento básico no Brasil. A plataforma digital oferece um retrato completo dos serviços de água e esgoto no país, além de dados de investimentos e exemplos bem-sucedidos de municípios que recorreram à iniciativa privada para ampliar o atendimento à população.

 

-Infraestrutura energética

O sistema elétrico brasileiro, que já foi considerado um dos mais eficientes do mundo, precisa com urgência de mudanças regulatórias e normativas para que a energia elétrica volte a ser uma vantagem competitiva na economia do país.

Essas alterações são imprescindíveis para a redução da conta de luz, segundo o estudo inédito da CNI Energia Elétrica: custos e competitividade. Os ganhos de competitividade da indústria dependem da disponibilidade de energia com qualidade e preços internacionalmente competitivos.

A indústria é a maior consumidora de energia elétrica no Brasil. O setor industrial é o mais impactado pelo preço acima da média mundial, praticado no mercado doméstico, e pela baixa qualidade do serviço prestado.

Segundo a CNI, as falhas no fornecimento de energia causam prejuízos significativos para 67% das empresas industriais brasileiras, que utilizam principalmente energia elétrica em seu processo produtivo.

 

-Infraestrutura logística

Tem como prioridade investir em ferrovias, rodovias, portos, aeroportos e hidrovias. O objetivo é melhorar a eficiência e o escoamento da produção brasileira e garantir a segurança dos usuários.

Além disso, tem como objetivo ampliar o acesso à internet em regiões remotas, aumentar a segurança na comunicação de dados e melhorar a interconectividade da rede brasileira com outros países.

 

-Infraestrutura turística

A infraestrutura turística incorpora valor agregado e ambiente favorável para o desenvolvimento do turismo no país. Fazem parte deste tipo de infraestrutura obras em sinalização turística; revitalização de praças, monumentos culturais, centros de convenção, museus e orlas marítimas; acesso e mobilidade; estradas, ferrovias, pontes e viadutos; saneamento básico e resíduos sólidos; e terminas rodoviários, aeroviários e fluviais. 

 

Quais são os principais problemas da infraestrutura brasileira?

 

 

O Brasil ainda apresenta deficiências de infraestrutura que dificultam o crescimento do país. Melhorar a infraestrutura é essencial para expandir a produção e elevar a capacidade competitiva da indústria.

Especificamente no pilar de Infraestrutura, a posição do país foi 78ª. Em relação à Infraestrutura de Transportes, o Brasil cai para o 85º lugar.

Privatizações e concessões de ativos do Estado são consideradas instrumentos decisivos para modernizar setores como energia, saneamento básico e transportes. Segundo dados da CNI, atualmente são 5.300 municípios atendidos por empresas públicas, a maioria com baixa eficiência.

O caminho a ser percorrido para superar o déficit geral de investimentos ainda é longo. De acordo com estimativas da Inter B. Consultoria, os investimentos públicos e privados em infraestrutura totalizaram 1,87% do PIB em 2019, o que representa cerca de R$ 136 bilhões.

Esse nível de investimento permanece há anos abaixo do mínimo de 4% necessário para compensar a depreciação e manter a qualidade dos ativos.

A desburocratização do licenciamento ambiental é outro projeto que corrobora para a melhoria da infraestrutura. O processo atual é visto pelo setor produtivo como um empecilho para a atração e investimentos e para a competitividade do Brasil.

A aprovação de um novo conjunto de regras reduziria a burocracia e a insegurança jurídica, sem comprometer a proteção ao meio ambiente, ao proporcionar maior previsibilidade e ordenamento à legislação.

Estudo realizado pela CNI com 583 executivos indica que, para 95,4% dos entrevistados, o licenciamento é um importante instrumento para a conservação do meio ambiente. Mais de 50% afirmaram que as regras atuais não atingem esse objetivo. 

 

O que pode ser feito para melhorar a infraestrutura?

 

Para melhorar a infraestrutura de uma cidade é preciso investir em serviços básicos à população como transporte, distribuição de água, rede de esgoto, energia elétrica, internet e telefonia.

Investir em infraestrutura possibilita a atração de investimentos, a geração de empregos, o crescimento econômico, o aumento na competitividade do país frente a mercados internacionais e a melhoria em serviços públicos à sociedade.

É necessário um esforço urgente de ampliação e de melhoria da qualidade da infraestrutura existente no Brasil. Isso exige aumento do investimento público e privado e maior eficiência na gestão. 

Existem várias ações quem podem ser tomadas para melhorar a infraestrutura brasileira, são exemplos:

 

·        A criação de parcerias com a iniciativa privada para captar investimentos;

·        Concessões de aeroportos;

·        Mudanças em legislações;

·        Redução do Custo Brasil;

·        Obras em rodovias e conclusão de obras em estágio mais avançado;

·        Novo marco legal do saneamento básico;

·        Uso de fontes renováveis de energia;

·        Articulação com o Congresso Nacional para liberação de emendas para obras públicas.

 

CNI elencou uma relação de 10 Projetos de Lei (PLs) que são fundamentais para o desenvolvimento da infraestrutura nacional. O setor industrial já acompanha e defende a aprovação dos seguintes PLs que tramitam no Congresso Nacional:

 

1.     PL 6.407/2013, que estabelece o novo marco legal do gás natural;

2.     PL 5.877/2019, que trata da privatização da Eletrobras;

3.     PL 232/2016, que estabelece um novo modelo para o setor elétrico;

4.     PL 3.975/2019, que trata do risco hidrológico;

5.     PLS 261/2018, que define novas regras para o setor ferroviário;

6.     PL 2.646/2020, que dispõe sobre as debêntures de infraestrutura;

7.     PL 3.729/2004, que desburocratiza as regras para o processo de licenciamento ambiental;

8.     PL 3.178/2019, que permite a realização de concessões em áreas do pré-sal e revoga o direito de preferência da Petrobras nas licitações de partilha de produção;

9.     PL 1.292/1995, que cria o novo marco legal de licitações; e

10. PL 7.063/2017, que institui o novo marco legal das concessões e parcerias público-privadas (PPPs).

 

O caminho para modernizar a infraestrutura brasileira é longo. É preciso alcançar os aportes na área para um patamar mínimo de 4,15% do PIB, o equivalente a R$ 274 bilhões.

As estimativas são do estudo da CNI Oportunidades para a privatização da infraestrutura: o que fazer, como fazer, que lista as medidas prioritárias para o avanço do país nas áreas de transporte, mobilidade urbana, energia, saneamento e telecomunicações.

De acordo com o documento, o fator que mais contribuiu para o atraso da infraestrutura no país foi a reduzida capacidade do setor público de investir. O estudo aponta ainda que legislações e regras voltadas a proteger o erário dificultam e atrasam o tempo de reação da empresa aos desafios do mercado. 

Na avaliação da Confederação, não haverá mais espaço no orçamento para que o governo se responsabilize por metade dos aportes necessários no intuito de modernizar a infraestrutura brasileira, como fez nos últimos 15 anos.

Os 43 documentos com propostas da CNI foram elaborados com base no Mapa Estratégico da Indústria 2018-2022, que aponta os caminhos para o Brasil construir, nos próximos quatro anos, uma economia mais produtiva, inovadora e integrada ao mercado internacional.

Os estudos sugerem ações em áreas como eficiência do estado, segurança jurídica, infraestrutura, tributação, educação, meio ambiente, inovação, financiamento e segurança pública.

 

Quais os principais desafios da infraestrutura no Brasil?

 

O país convive há muitos anos com um processo de progressiva deterioração da infraestrutura, fundamentalmente por uma combinação de baixos investimentos, escolhas por vezes errôneas no que investir e problemas de integridade na execução dos projetos, gerando comumente dilação nos custos e prazos.

Investe-se, há mais de duas décadas no Brasil, pouco mais de 2% do Produto Interno Bruto (PIB) em infraestrutura. O setor público é responsável por cerca de metade desse montante. Para compensar a depreciação do capital fixo per capita, o país deveria investir no mínimo 3% do PIB para manter o estoque de capital.

 

VEJA TAMBÉM: Infraestrutura | Mapa estratégico da indústria 2018-2022 

 

A infraestrutura brasileira em 2020

 

Levantamento da CNI, que compara agosto de 2020 com agosto de 2019, mostra que algumas modalidades de transporte de carga já conseguiram retomar o ritmo das atividades.

 

VEJA TAMBÉM: Painel da Infraestrutura brasileira 

 

Os investimentos aprovados no orçamento da União de 2020 para o Ministério da Infraestrutura somam R$ 7,9 bilhões. Os valores constantes, atualizados pelo IPCA, apresentam tendência de queda desde 2012, quando comparados com o orçamento do antigo Ministério dos Transportes.

De acordo com levantamento da CNI, o montante para este ano é o menor da série iniciada em 2001 e inferior ao de 2019, em R$ 113,4 milhões.