CNI lança agenda nacional para melhorar formação dos profissionais brasileiros

O objetivo de acelerar a transformação da educação brasileira

81% dos empresários brasileiros dizem que a maior dificuldade para qualificar os empregados é a baixa qualidade da educação básica

A Confederação Nacional da Indústria (CNI) lançou, nesta quarta-feira (30), o projeto Educação para o Mundo do Trabalho – iniciativa que mobilizará empresários, governos, educadores, pais e alunos com o objetivo de acelerar a transformação da educação brasileira. O plano é voltado especialmente aos trabalhadores da indústria, aos jovens do ensino médio e às pessoas entre 18 e 24 anos que não estudam e não trabalham. 

O que se busca é oferecer a esses grupos da população caminhos para o desenvolvimento pessoal e, ao mesmo tempo, aumentar a produtividade do trabalho no Brasil. “A escola brasileira precisa mudar, dialogar mais com o jovem e prepará-lo para o trabalho. E essa preparação é mais complexa do que simplesmente anos de estudo”, afirma do diretor de Educação e Tecnologia da CNI, Rafael Lucchesi. 

A proposta do projeto é melhorar a educação para 16,4 milhões de pessoas, das quais 8,7 milhões são jovens que estão no ensino médio e outros 2,1 milhões fora da escola e sem emprego, além de 5,6 milhões de trabalhadores da indústria. Desses últimos, 81 mil são analfabetos, 2,6 milhões têm ensino fundamental incompleto, 1,8 milhão têm ensino fundamental completo e 1,1 milhão tem ensino médio incompleto. 

As ações seguirão quatro linhas: 
1. Promoção da melhoria do nível de escolaridade básica do trabalhador industrial; 
2. Promoção da educação profissional como forma de ampliar a qualificação do trabalhador industrial; 
3. Aproximação entre o jovem e o mundo do trabalho; 
4. Reversão do desalento dos jovens aproximando-os da escola e do trabalho. 

Essas diretrizes surgiram ao longo das discussões estaduais, entre agosto e setembro deste ano, que contaram com a participação de 1.400 especialistas em educação, empresários, gestores da área, professores, pais e alunos. 

ADESÃO – Até dezembro, as federações das indústrias nos estados aprofundarão a mobilização já iniciada em agosto para que as ações sejam definidas. Além das próprias federações, do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI) e do Serviço Social da Indústria (SESI) – as entidades do Sistema Indústria – outras instituições poderão aderir à iniciativa ao desenvolverem ações dentro do escopo do projeto. 

Com o objetivo de fortalecer essa mobilização, em maio de 2014, a CNI lançará o Prêmio Educação para o Mundo do Trabalho. O objetivo é destacar os principais resultados obtidos ao longo do primeiro ano do projeto. O projeto da CNI busca resultados imediatos para acelerar iniciativas de médio e longo prazos de governos e outras organizações para melhorar a educação. 

Veja agenda com os próximos passos:

Dez/2013: consolidação dos 27 núcleos regionais de Educação para o Mundo do Trabalho; 

Dez/2013: consolidação das parcerias nacionais;

Março/2014: criação da governança nacional e regional;

Março/2014: planejamento dos projetos que serão elaborados em 2014 nos regionais;

Maio/2014: lançamento do prêmio Educação para o Mundo do Trabalho;

2014: monitoramento e avaliação dos projetos;

Maio/2015: premiação dos melhores projetos

NÚMEROS DA QUALIFICAÇÃO – A pesquisa Sondagem Especial – Falta de trabalhador qualificado, divulgada pela CNI, esta semana, mostrou que 65% dos empresários têm problemas para encontrar profissionais capacitados. Entre eles, 81% dizem que a maior dificuldade para qualificar os empregados é a baixa qualidade da educação básica. A realidade está também descrita na posição do Brasil em algumas avaliações internacionais. O ranking Global de Competitividade 2013/2014 (do Fórum Econômico Mundial) coloca o país em 136º entre 148 nações no quesito qualidade da educação de matemática e ciências. 

O entendimento da CNI é que a baixa qualidade da educação básica, a reduzida oferta de ensino profissional e as deficiências no ensino superior limitam a capacidade de inovar das empresas e sua produtividade, com impactos significativos sobre a competitividade do país. Nesse sentido, a melhoria da educação foi apontada pelos empresários como uma meta prioritária e foi incluída no Mapa Estratégico da Indústria (2013-2022) como fator-chave para a competitividade da indústria brasileira. O Educação para o Mundo do Trabalho é o primeiro desdobramento disso. “Se o quadro atual da educação não mudar, a falta de qualidade do trabalhador vai se tornar um entrave para o crescimento do país”, comenta Lucchesi. 

LEIA TAMBÉM: 
01.08.2013 - CNI prepara ações de curto prazo para melhorar educação 
25.06.2013 - Ensino profissional é chave para mudanças no país, afirmam especialistas

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