SENAI inaugura Instituto de Inovação em Biomassa

O projeto é o único no Brasil direcionado ao segmento da biomassa e vai atender a demanda da indústria por produtos sustentáveis, que gerem resíduos biodegradáveis. A unidade fica na cidade de Três Lagoas (MS)

"Ainda não sabemos, ao certo, como será a indústria daqui a 20 anos, quais inovações virão, mas o que sabemos é que o SENAI e seus institutos de inovação estarão na vanguarda desse processo” - Robson Braga de Andrade

A indústria de Mato Grosso do Sul passa a contar oficialmente com a estrutura do Instituto SENAI de Inovação em Biomassa (ISI Biomassa), de 4.500 m² inaugurada nesta sexta-feira (15). A unidade foi construída onde funcionava a antiga Ferroviária da Noroeste do Brasil, que marcou história em Três Lagoas (MS). O Instituto foi idealizado para proporcionar às empresas locais e de todo o país a possibilidade de usar laboratórios de ponta e a expertise da equipe para desenvolver tecnologias inovadoras no campo da biomassa.

A inauguração, realizada pelo presidente da Federação das Indústrias do Estado de Mato Grosso do Sul (FIEMS), Sérgio Longen, contou com a presença do presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Robson Braga de Andrade, do governador Reinaldo Azambuja, da senadora Simone Tebet, do prefeito de Três Lagoas, Ângelo Guerreiro, e outras autoridades do município.

Longen comemorou o fato de a solenidade ocorrer um dia após a cidade consolidar-se como o maior PIB Industrial do Estado, ultrapassando, inclusive, a capital Campo Grande. O desempenho de Três Lagoas chegou a R$ 4,23 bilhões, o que equivale a 26% do PIB Industrial total do Estado, conforme divulgado pelo IBGE. “Em maio de 2008 a FIEMS apresentou uma pesquisa que projetava que em 2015 Três Lagoas assumiria o 1º lugar no PIB Industrial de Mato Grosso do Sul. Passados nove anos, o PIB oficial dos municípios do Estado foi divulgado e confirmou a projeção feita pela FIEMS”, comentou.

O montante equivale a 26% do PIB industrial total de Mato Grosso do Sul. A indústria é, de longe, o setor mais representativo no PIB de Três Lagoas, respondendo por 59% de toda riqueza gerada na cidade. “Nos deixa muito satisfeitos poder entregar mais esta estrutura parta a cidade em meio ápice do desenvolvimento da indústria”, disse o presidente.

Ele acrescentou, ainda, que o estudo da FIEMS também projetou que em 2020 o PIB industrial de Três Lagoas será o dobro do segundo colocado. “Provando que Campo Grande é a capital do Estado, mas Três Lagoas, mais do que nunca, se consolida como a capital da indústria, o que muito orgulha, porque reforça a importância que as ações do Sistema FIEMS têm para o apoio ao desenvolvimento de Mato Grosso do Sul e do País”, salientou.

O presidente da CNI, Robson Braga de Andrade, destacou os R$ 2,5 bilhões investidos nos 25 Institutos SENAI de Inovação e 57 Institutos SENAI de Tecnologia, lembrando que as estruturas atuam em rede em prol da indústria de todo o país. “Cada instituto atua em diferentes áreas e atuam em rede, por isso, os empresários que atuam no Maranhão, no Acre, e que buscam pesquisas no campo da biomassa, da sustentabilidade, usarão os serviços deste instituto. Ainda não sabemos, ao certo, como será a indústria daqui a 20 anos, quais inovações virão, mas o que sabemos é que o SENAI e seus institutos de inovação estarão na vanguarda desse processo”, afirmou.

O INSTITUTO - O diretor-regional do SENAI, Jesner Escandolhero, destacou, que o ISI Biomassa proporcionará à indústria local e de todo o país a possibilidade de usar laboratórios de ponta e a expertise da equipe do instituto. “O projeto é o único no Brasil direcionado ao segmento da biomassa e visa, entre outros serviços, atender a uma demanda da indústria nacional por produtos sustentáveis, que gerem resíduos biodegradáveis. Hoje, empresas instaladas em vários estados, e que atuam em diferentes áreas, buscam fabricar itens que sejam menos poluentes. Essas empresas têm boas ideias, mas desperdiçam a chance de tirar essa inovação do papel em razão da falta de estrutura e profissionais capacitados para tanto. O Instituto SENAI de Inovação vem para suprir esta necessidade das empresas”, acrescentou. 

As atividades do instituto tiveram início em 2014 que, desde então, funciona a pleno vapor, movimentando a economia do estado com oportunidades de negócios e gerando competitividade para as indústrias. Foram investidos R$ 35 milhões, entre edificação do espaço físico e aquisição de equipamentos. É a primeira instituição de Mato Grosso do Sul e a segunda da Região Centro-oeste a ser credenciada pela Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial (Embrapii ), estando apta a receber recursos para desenvolver projetos de inovação e soluções em parceria com empresas.

Até o momento, já foram concluídos nove projetos, totalizando investimento superior a R$ 6,5 milhões. Há outros 16 projetos em fase de contratação e desenvolvimento, que totalizam R$ 9 milhões. O ISI Biomassa conta com um Laboratório de Processos Químicos, dois de Preparo de Matérias Primas, um de Microbiologia, um de Bioquímica e Biologia Molecular, quatro plantas piloto para Processos Biotecnológicos, uma área piloto para Processos Químicos e um Laboratório de Análise Instrumental, como suporte aos demais.

MAIS TECNOLOGIA - A unidade foi dividida em quatro áreas: Energia e Sustentabilidade, Desenvolvimento de Materiais Orientados a Produtos, Utilização de Resíduos e Engenharia de Processos e Biotecnologia Industrial, e Engenharia de Bioprocessos. Estas áreas devem atender as demandas dos setores de Papel e Celulose, Sucro-Energético, Biocombustíveis e Biodiesel e Químico. Possui equipamentos de ponta, entre eles de análise de cromatografia gasosa, cromatografia gasosa acoplado a um espectrofotômetro de massa, de cromatografia líquida e FPLC. Há também equipamentos para análise térmica e espectrofotômetros.

Nos laboratórios destacam-se os reatores de hidrólise a alta pressão e alta temperatura, construídos em liga especial para suportar condições severas, os fermentadores, os biorreatores de sacarificação e fermentação simultânea, o fotobioreator – para cultivo de microalgas, os reatores de pirólise, a briquetadeira e a peletizadora, equipamentos específicos para biologia molecular (PCR, eletroforese, fotodocumentadora), moinhos e ultrafreezers a -80oC. Há também duas câmaras frias para estocagem de materiais sensíveis ao calor e a degradação. A equipe científica conta com oito pesquisadores, seis deles doutores, dois mestres, dois técnicos de nível superior e estagiários.

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