Representantes da indústria debatem panorama das negociações internacionais em torno do Acordo de Paris

Tema foi assunto da reunião do Conselho de Meio Ambiente e Sustentabilidade da CNI realizada na última quinta-feira (14)

A ratificação recente do Brasil à Emenda de Doha, que formaliza o segundo período de compromissos do Protocolo de Kyoto, acordo assinado em 1997 para redução de emissões de gases de efeito estufa, também esteve na pauta

O financiamento para combate aos impactos das mudanças climáticas é um dos principais desafios a serem superados para regulamentação do Acordo de Paris, que deve ocorrer em 2018 na 24ª Conferência das Partes sobre Mudanças Climáticas (COP-24), na Polônia. O tema foi debatido entre representantes do setor industrial na reunião do Conselho de Meio Ambiente e Sustentabilidade (Coema) da Confederação Nacional da Indústria (CNI), na última quinta-feira (14), em Brasília.

Do fundo que prevê US$ 100 bilhões anuais a serem mobilizados pelos países desenvolvidos entre 2020 e 2025, apenas US$ 10 bilhões estão disponíveis no Green Climate Fund (GCF). Com a saída dos Estados Unidos do Acordo de Paris, acentuam-se os impasses em torno do financiamento. “Além disso, os critérios acordados até o momento para acesso aos recursos restringem a captação pelos países em desenvolvimento”, destacou Luiz de Andrade Filho, chefe da Divisão da Mudança do Clima do Ministério de Relações Exteriores.

Outro assunto debatido na reunião do Coema foi a ratificação recente do Brasil à Emenda de Doha, que formaliza o segundo período de compromissos do Protocolo de Kyoto, acordo assinado em 1997 para redução de emissões de gases de efeito estufa. Pela Emenda, esse período vai até 2020. 

“Entre os desafios está fazer a conexão do Protocolo de Kyoto com o artigo 6º do Acordo de Paris, que trata da estruturação de mecanismos de mercado para comercialização de emissões”, disse o coordenador da Rede Clima da CNI, Marcos Vinícius Cantarino. Para entrar em vigor, a Emenda de Doha precisa que 144 países ratifiquem. Até o momento, 96 nações o fizeram.

Também participaram da reunião o presidente do Coema, Marcos Guerra, o secretário-executivo do Coema, Shelley Carneiro, e o diretor do Departamento de Políticas em Mudança do Clima do Ministério do Meio Ambiente (MMA), José Domingos Miguez.

ECONOMIA CIRCULAR – Também na quinta-feira (14) foi realizada ainda a reunião do Coema Nordeste, em que foram debatidos temas relacionados à economia circular, como reuso de água e logística reversa.

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