O mundo está mudando, os processos de produção também e os países que não estiverem preparados vão se encontrar em apuros. A conclusão é do conferencista sênior do Massachusetts Institute of Technology (MIT) Thomas Roemer, que participou nesta sexta-feira (11) do debate Diálogos, os caminhos para a educação do futuro, durante a Olimpíada do Conhecimento em Brasília.
Segundo Roemer, a indústria 4.0 aumenta o aprendizado e os lucros de forma exponenciais. O novo conceito de indústria trata também de empregos diferenciados e de mudanças na área da educação, e os profissionais precisam estar preparados para as transformações que as ferramentas digitais estão provocando em todos os setores da economia.
“Isso explica um pouco o que aconteceu nos Estados Unidos há dois dias [com a eleição de Donald Trump]. Temos profissionais maduros que estão perdidos no mundo, vendo jovens de 20 anos dirigindo seus porsches e se perguntam: quando eu vou ter que fazer o upload do meu cérebro na nuvem?”, afirmou em tom de preocupação. Roemer se refere à base de apoio do futuro presidente americano, marcada por trabalhadores, acima de 45 anos, que enfrentam dificuldades diante das transformações da economia e da sociedade.
O debate, que teve como tema “O futuro do trabalho: o desenvolvimento de competências para a Indústria 4.0”, também teve participação do vice-diretor da Divisão de Gerenciamento Corporativo no Instituto Fraunhöfer de Sistemas de Produção e Tecnologia de Design (IPK), Holger Kohl, e do diretor das áreas automotiva e industrial para a consultoria Roland Berger na América do Sul, Rodrigo Custódio.
Para Custódio, a indústria 4.0 é uma convergência entre o mundo digital e a indústria tradicional. “A digitalização amplia os bolsões de lucros possíveis, criam empregos e produtos que valem mais do que antigamente”, explicou. Durante o debate, ele concluiu ainda que todos os países têm investido na educação profissional, na formação de engenheiros e em pesquisa e desenvolvimento, pois mais de 10 milhões de empregos vão acabar nas próximas décadas e outros 10 milhões diferentes vão surgir. “Nessa nova indústria, o capital humano é essencial”, comentou.
MANUFATURA PERSONALIZADA - Segundo Holger Kohl, do Instituto Fraünhofer, a indústria 4.0 é a próxima revolução industrial e trata da customização da produção. “Estamos falando em produtos produzidos em massa, mas personalizados. É a manufatura personalizada numa nova organização das cadeias globais de valores, em que a fábrica se comunica diretamente com o cliente”, disse.
Ele detalha que o instituto alemão está trabalhando em pesquisas sobre os produtos e os empregados do amanhã, muito apoiados na economia de tempo, aumento da capacidade de produção e na redução do trabalho como se conhece hoje. “Não significa a automação total da fábrica, até porque precisamos da inteligência para organizar e manter a empresa”, contrapôs.
OLIMPÍADA - A Olimpíada do Conhecimento 2016 reúne 1.200 estudantes em uma estrutura montada ao lado do ginásio Nilson Nelson, em Brasília. Além da competição principal, que contempla sete desafios multidisciplinares, ocorrem outras provas: desafios individuais, Avaliação Prática do Estudante, Inova SENAI e o Festival SESI de Robótica FLL.
Com provas que exigem habilidade técnica e conhecimento sobre o mercado de trabalho, a competição tem novos desafios que envolvem muita criatividade. Durante os quatro dias de torneio, os estudantes serão provocados a apresentar soluções e produtos para empresas e para a comunidade, além de participar de provas individuais que exigem precisão e raciocínio rápido.
SAIBA MAIS
Olimpíada do Conhecimento 2016
Quando: de 10 a 13 de novembro
Onde: Ginásio Nilson Nelson (estacionamento e parte interna) – Brasília / DF
Horário de visitação: 9h às 17h (todos os dias)
Acesse o site oficial
ENTRADA GRATUITA
