Guias da CNI têm dicas para empresas reduzirem emissões de gases do efeito estufa

CNI lançou quatro guias setoriais com orientações para empresas reduzirem emissões de gases de efeito estufa

A Confederação Nacional da Indústria (CNI) lançou nesta segunda-feira (24), quatro guias setoriais com orientações para empresas reduzirem emissões de gases de efeito estufa. Os manuais Estratégias Corporativas de Baixo Carbono oferecem um passo a passo para indústrias dos setores elétrico e eletrônico, de tecidos e confecções, de produtos de limpeza e de mineração, que representam 3,4% do Produto Interno Bruto (PIB), inserirem questões relacionadas à mudança do clima nas estratégias empresariais.

As publicações são destinadas prioritariamente a gestores de áreas de meio ambiente das organizações. Nelas, há orientações para medição das emissões de gases de efeito estufa, avaliação de riscos e oportunidades, implementação de ações e envolvimento de funcionários, acionistas clientes e fornecedores nas estratégias de redução das emissões. Também há relatos de práticas adotadas por empresas e possíveis caminhos para a inserção do tema mudanças climáticas nas organizações.

No setor elétrico e eletrônico, por exemplo, o guia mostra práticas sustentáveis de empresas como Siemens, Whirlpool, Apple e Schneider. Entre as principais preocupações das multinacionais está a capacitação da cadeia de fornecedores para cumprir com as legislações trabalhistas e ambientais e tornar processos de fabricação ecologicamente corretos. No caso da Apple, em 2012, foram realizadas 393 auditorias com empresas fornecedoras para avaliar práticas ambientais. Isso representou um crescimento de 72% nesse tipo de ação realizado pela empresa.

Para o gerente do Departamento de Tecnologia e Inovação da Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (Abit), Sylvio Tobias Napoli Junior, é muito importante compartilhar esses guias. "O setor (têxtil) emprega quase 8 milhões de pessoas direta ou indiretamente. Devemos fazer uma peregrinação em todos os estados da federação para fazer isso in loco, divulgar e explicar as vantagens da adoção de estratégias de baixo carbono", disse.

Esse material é uma contribuição da indústria brasileira para os debates sobre o tema de mudanças climáticas", disse o presidente do Conselho Temático de Meio Ambiente e Sustentabilidade, Marcos Guerra, durante o lançamento dos guias. Os manuais setoriais são um desdobramento do guia Estratégias Corporativas de Baixo Carbono: Gestão de Riscos e Oportunidades, lançado pela CNI em 2011. O objetivo é fazer com que gestores procurem incorporar questões relacionadas à mudança do clima no desenvolvimento das estratégias empresariais. As publicações também serão distribuídas aos participantes do evento CNI Sustentabilidade: Mudanças Climáticas, que ocorre em 3 de setembro, no Rio de Janeiro.
 

OPINIÕES SOBRE OS GUIAS

Maria Eugênia Saldanha, presidente-executiva da Associação Brasileira das Indústrias de Produtos de Limpeza e Afins (Abipla)

"A Abipla tem em seu DNA o meio ambiente e não poderia estar fora da estratégia de baixo carbono. O guia ajudará muitas empresas de micro e pequeno porte a adotarem estratégias de baixo carbono e terem ações que levem a reduzir a emissão de CO2."


João Carlos Redondo, diretor de Sustentabilidade da Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica (Abinee)

"As publicações são uma forma de conscientizar empresários do setor a avaliar as suas emissões e buscar estratégias corporativas buscando oportunidade e mitigando os riscos envolvidos. Hoje, começamos a levar informações ao empresário para que ele possa materializar riscos e oportunidades. Isso vem num ano em que esperamos um grande avanço nessa agenda, na COP21."


Claudia Salles, gerente de Assuntos Ambientais do Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram)

"Esse documento não poderia ser mais oportuno. O Ibram vem trabalhando com essa agenda de mudanças climáticas há alguns anos. A ideia é que esse documento chegue ao máximo possível de empresas por meio da capilaridade da CNI e do Ibram."

MUDANÇAS CLIMÁTICAS – Os guias foram lançados durante a reunião do Conselho Temático de Meio Ambiente e Sustentabilidade da CNI. O tema de mudanças climáticas esteve na pauta do encontro, que reuniu 30 representantes do setor industrial. Na avaliação do gerente-executivo de Meio Ambiente e Sustentabilidade da CNI, Shelley Carneiro, a geopolítica terá um enorme peso nas negociações que acontecerão em Paris, em dezembro, durante a Conferência das Partes da ONU sobre Mudanças Climáticas (COP21). Na avaliação dele, a baixa do valor do barril do petróleo terá interferência no debate. “Acredito muito mais na evolução de processos de tecnologia do que acabar com petróleo e carvão no mundo de hoje”, disse.

No principal painel, cujo tema foi a Transição global para uma economia de baixo carbono, o professor Ronaldo Fiani, do Instituto de Economia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), mencionou que as negociações climáticas estão atreladas ao protecionismo comercial. Já a doutoranda em Relações Internacionais da Universidade de Brasília (UnB) Larissa Basso destacou que as propostas dos Estados Unidos e da China, de reduzir em emissões, são um avanço, porém ela diz não acreditar em um grande acordo na COP21. Em relação à expectativa que está colocada.

SAIBA MAIS - Veja abaixo os guias de cada setor:

Download de Arquivos

Mineração

Elétrico e eletrônico

Produtos de limpeza

Têxtil

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