Brasil prepara competidores estrangeiros para mundial de profissões

Entre 11 e 16 de agosto, mais de 1,2 mil competidores, todos com menos de 22 anos de idade, de mais de 60 países, disputam medalhas em 50 profissões técnicas da indústria e do setor de serviços

Nouf Aldosari veio dos Emirados Árabes Unidos para quatro dias de preparação com a equipe brasileira de joalheira

Até agosto, o Brasil oferecerá treinamento a 11 jovens profissionais estrangeiros que participarão da WorldSkills 2015 , a competição internacional de ocupações técnicas que será realizada em São Paulo. Entre 11 e 16 de agosto, mais de 1,2 mil competidores, todos com menos de 22 anos de idade, de mais de 60 países, disputam medalhas em 50 profissões técnicas da indústria e do setor de serviços. Ao longo de quatro dias de provas, eles precisam alcançar índices de excelência ao executar tarefas semelhantes às que realizariam em situações reais do dia a dia das indústrias ou no setor de serviços. 

Parte do compromisso dos países associados à entidade que organiza a competição, o intercâmbio de competidores busca que nações com expertise em diferentes áreas fortaleçam a preparação de outras com menor tradição. Além disso, como é a sede da disputa, o Brasil facilitará o acesso dos participantes de outros países às máquinas que serão utilizadas no mundial. No grupo que vem ao Brasil, há colombianos, árabes e até um coreano que está em São Paulo esta semana para treinar com o atual campeão mundial em Polimecânica. 

Nouf Aldosari, 18 anos, veio dos Emirados Árabes Unidos para quatro dias de preparação com a equipe de joalheira em Brasília. Ela conta que começou a estudar a área em 2013, mas não havia se dedicado muito à prática. “Aqui no Brasil é muito melhor. Nesses quatro dias, eu pratiquei muito e acompanhei o treinamento com o professor Werner”, afirma a jovem que esteve no Brasil acompanhada pela mãe. 

O professor Werner Baumann, com que Nouf teve a oportunidade de treinar, é ninguém menos que um joalheiro suíço com quase 60 anos de profissão. Ele participa da preparação do Brasil para a WorldSkills desde 2007. Desde então, o país conquistou duas medalhas de prata – uma em Calgary (Canadá) em 2007 e outra em  Leipzig (Alemanha) em 2013 – e a medalha de ouro, na edição de Londres (Inglaterra), em 2011. “Os Emirados são um país importador de joias; produz muito pouco. Vimos essa defasagem na formação ao longo da semana. Por outro lado, a competidora demonstrou muito interesse e isso deve mudar sua preparação até as provas em agosto”, explica. 

TECNOLOGIA NACIONAL – Dois anos depois de conquistar o ouro em Polimecânica, será a vez de o paulistano Richard Souza receber o competidor coreano Jun Oh Park. Durante uma semana, Park dividirá o espaço de treinos com o competidor brasileiro Felipe Augusto Gutierra, que é orientado por Richard. “Ele fará uma semana de ambientação conosco, porque já temos a máquina que estará na competição. Pedimos a ele que trouxesse suas próprias ferramentas para que esse período seja mais proveitoso”, revela. Richard Souza passou por uma experiência semelhante à do coreano um mês antes de competir em Leipzig, há dois anos. “Fiquei uma semana treinando em Luxemburgo e isso foi importante porque não perdi tempo durante a competição para ganhar confiança no equipamento”, conta. O resultado foi o primeiro lugar em solo alemão. 

Três competidores brasileiros também participam do intercâmbio este ano. Victor Bernardo, da Tecnologia de Mídia Impressa, e Alef Scholze, da Fresagem CNC, embarcam em junho e julho para Alemanha e Inglaterra, respectivamente. Assim como o coreano Jun Oh Park, Bernardo vai se adaptar à máquina que estará na competição. Já Alef e o representante inglês da mesma ocupação participam, com seus treinadores, de uma atividade de aprimoramento e avaliação dos processos das provas. Rodrigo Campos, da Manutenção de Aeronaves, visitará durante três semanas empresas nos Estados Unidos, Finlândia e Inglaterra para melhorar seu treinamento. 

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