Conheça os vencedores do Prêmio Marcantonio Vilaça para as Artes Plásticas

Dentre 30 nomes selecionados, cinco venceram e, pela primeira vez, foi feita uma premiação para dois curadores

Os vencedores comemoram o resultado

Novos talentos da arte contemporânea brasileira foram reconhecidos na noite desta sexta-feira (24), durante a entrega do quinto Prêmio CNI SESI SENAI Marcantonio Vilaça para as Artes Plásticas . Dentre 30 nomes selecionados, cinco venceram e, pela primeira vez, foi feita uma premiação para dois curadores. 

Virgínia Medeiros (São Paulo), Berna Reale (Belém), Grupo Empreza (Goiânia), Nicolas Robbio (São Paulo) e Ge Orthof (Brasília). Além de dois curadores: Divino Sobral (Goiânia) e Raphael Fonseca (Rio de Janeiro) foram os homenageados da cerimônia realizada no Museu de Arte Contemporânea (MAC), em São Paulo. Os cinco artistas receberão R$ 40 mil cada um, e os dois curadores terão direito a R$ 20 mil cada. A  artista Virgínia Medeiros e o curador Raphael Fonseca, escolhidos pelo júri, ganharam uma bolsa-residência na Universidade Metropolitana de Manchester, no Reino Unido. 

A artista Berna Reale vibrou com a premiação. “Moro bem no meio da Amazônia e a gente, de tão longe, ganhar um prêmio da indústria, em São Paulo, é algo jamais sonhado. Uma oportunidade única e eu estou muito feliz. Além do mais, Marcantonio Vilaça é uma referência internacional”, diz. 

Já o curador Raphael Fonseca considera o Prêmio um importante reconhecimento para o trabalho de curadoria. “O grande mérito é sempre dos artistas. Eles são o prato principal, mas ter uma categoria de curadoria dentro do Prêmio valoriza a profissão, a ideia de mercado para os curadores”, elogia. 

MOSTRA COLETIVA – A partir deste sábado (25), os trabalhos dos 30 artistas selecionados para o Prêmio Marcantonio Vilaça ficam abertos à visitação no MAC. A entrada é gratuita, de terça a domingo. (Veja os horários ao final da reportagem). 

ARTE E INDÚSTRIA - AMELIA TOLEDO - O Prêmio Marcantonio Vilaça também organiza a 2ª edição do projeto “Matérias do Mundo: Arte & Indústria”, que tem por objetivo acentuar as relações entre os processos de criação artística e produção industrial, no mezanino do MAC. 

Nesta edição, a homenageada é a artista brasileira Amelia Toledo. Em sua trajetória profissional, ela trabalhou, pesquisou e valorizou não apenas materiais extraídos da natureza, mas também aqueles que, a partir de procedimentos manufaturados, permitem a ampliação da tecnologia e da criatividade humana. 

Amelia trabalha com placas metálicas, resinas plásticas, PVC, matérias têxteis, vidros e uma série de materiais industrializados que dialogam em harmonia com areias, conchas, pedras e madeiras. A curadoria convidou também artistas de relevância no cenário artístico nacional, com obras que dialogam com o trabalho de Amelia Toledo. 

O presidente da CNI, Robson Braga de Andrade, a artista Berna Reale e o ator Dan Stulbach, que apresentou a premição (da esquerda para a direita)

A personalidade que dá nome ao prêmio nasceu em Recife, em 30 de agosto de 1962. Formado em Direito, esteve à frente da galeria Pasargada Arte Contemporânea, em Recife, fundada com a irmã Taciana Cecília Vilaça Bezerra, que exibia, fora do eixo Rio-São Paulo, os bem-sucedidos nomes da geração 1980 das artes plásticas brasileiras. 

Em 1992, inaugurou em São Paulo a galeria Camargo Vilaça, com a sócia Karla Meneghel, que acabou se tornando a mais importante referência para a arte brasileira nos anos 1990. Com ela, Marcantonio promoveu a projeção internacional da arte contemporânea brasileira. Segundo o crítico e curador Paulo Herkenhoff, Marcantonio era "a voz mais autorizada do mercado de arte da América Latina”. 

Marcantonio Vilaça morreu precocemente no dia 1º de janeiro de 2000, aos 37 anos de idade, em Recife. Como reconhecimento aos inestimáveis serviços prestados à cultura, o governo brasileiro outorgou-lhe (post mortem) a mais alta condecoração do país, a Ordem do Rio Branco.

O PRÊMIO – A premiação é uma iniciativa da Confederação Nacional da Indústria (CNI) , do Serviço Social da Indústria (SESI) e do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI) . Nessa quinta edição, foram quase 600 inscrições. Nas edições anteriores, o evento premiou 20 artistas com bolsas de trabalho para produzir obras que foram expostas em todo o Brasil. 

Para o presidente da CNI, Robson Braga de Andrade, que participou da cerimônia, arte e indústria se complementam de maneira perfeita. “É a união do desenvolvimento, da criatividade e da inovação naquilo que a indústria mais precisa hoje, que é ser exatamente assim. Os empresários também se sentem valorizados nessa contribuição para o desenvolvimento da arte contemporânea brasileira”, afirmou. 

VISITE A EXPOSIÇÃO: 
Mostra Coletiva do Prêmio Marcantonio Vilaça para as Artes Plásticas 
Projeto Arte e Indústria - Amelia Toledo 
De 25 de abril a 6 de dezembro de 2015 
Horários de visitação: 3ª (10h às 20h) / 4ª a domigo e feriados (10h às 18h) / fechado às segundas 
Entrada gratuita 
Local: Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo 
Endereço: Avenida Pedro Álvares Cabral, 1301 – Parque Ibirapuera, antigo prédio do Detran – São Paulo 

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