Empresas concorrentes, reunidas num mesmo polo, deixando a rivalidade de lado e investindo em projetos conjuntos de pesquisa e inovação. Parece improvável? Pois essa prática, aparentemente inusitada, vem sendo utilizada com grande sucesso no Lindholmen Science Park, na Suécia.
Está em desenvolvimento, por exemplo, um projeto que reúne várias fabricantes de automóveis, governos e universidades na criação de um sistema de transporte urbano com emissão zero de poluentes para a cidade de Gotemburgo. “A vantagem é dividir investimentos e riscos”, diz Rosario Castro, gerente do local. “O centro gerencia o projeto de forma neutra e a propriedade intelectual final é livremente negociada entre os parceiros.” No total, são mais de 350 empresas reunidas no parque, que ainda abriga restaurantes, hotel e centro de convenções.
O modelo, agora, começa a ser exportado, e o Brasil é grande candidato a ter seu “polo da amizade”. A expectativa é que as empresas brasileiras comecem a seguir o exemplo a partir da parceria mantida entre o Lindholmen e o Centro de Pesquisa e Inovação Sueco-Brasileiro (CISB) de São Bernardo do Campo, na Grande São Paulo.
“Trabalhar com rivais anda é um tabu na maioria dos parques tecnológicos brasileiros”, diz Alessandra Holmo, diretora do CISB. “A maior parte dos parques ainda atua mais como centro incubador ou então com projetos individuais. Queremos mudar isso trazendo a cultura sueca de inovação colaborativa para cá.”