Participar de um torneio brasileiro com chances de representar o Brasil numa competição internacional parece ter despertado o interesse de muitos jovens pelo país. A edição 2014/2015 do Torneio de Robótica FLL, realizado pelo Serviço Social da Indústria (SESI), mobilizou 1.200 equipes desde as seletivas para as etapas regionais. O número é mais de duas vezes maior que os 500 times participantes da edição 2013/2014. A expectativa é que na próxima edição o número seja ainda maior já que haverá, pelo menos, mais um estado envolvido.

"A partir de 2014, conseguimos levar o torneio para todo o país. O objetivo é justamente reunir mais jovens que se interessem em fazer projetos na área de ciência e tecnologia, de robótica. O torneio é certamente um dos maiores indutores dessa prática hoje no Brasil”, afirma o gerente-executivo de educação do SESI, Sérgio Gotti. Ouça aqui.

Interessados em estabelecer parcerias para o desenvolvimento de pesquisas científicas, representantes da Academia Brasileira de Ciências (ABC) visitaram o espaço do torneio realizado em Brasília (DF). “Eventos, como esse, que estimulam o interesse na área de ciências aplicadas são poucos. É preciso explicar para as pessoas que ciência não tem a ver com genialidade. Está muito mais próxima da curiosidade e do trabalho árduo”, explica o professor Heraldo Matto, do Departamento de Engenharia Mecânica da Universidade Federal Fluminense (UFF).

"É preciso explicar para as pessoas que ciência não tem a ver com genialidade. Está muito mais próxima da curiosidade e do trabalho árduo” - Heraldo Matto

Juliana Loureiro, professora da Coppe da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), um dos mais importantes centros de pesquisa em Engenharia do país, destaca a importância do desenvolvimento de habilidades como trabalho em equipe, integração e responsabilidade. “Ninguém constrói um prédio ou uma ponte sozinho. Você sempre está numa rede. Essas competências, porém, são ainda muito pouco trabalhadas na escola tradicional”, avalia Juliana. O importante aqui – diz ela – não é formar futuros engenheiros. “Independentemente da profissão que escolham, o raciocínio analítico e o entusiasmo em descobrir soluções para os problemas continuam com eles”.

NOVO DESAFIO – Depois de temas como terceira idade, fenômenos naturais extremos e novas formas de aprendizagem, a FIRST LEGO League já definiu o tema mundial do desafio para a edição 2015/2016 do torneio. Trash track ou Como cuidamos do nosso lixo vai direcionar as pesquisas e o desenvolvimento do robô das equipes que quiserem estar na próxima etapa nacional.

As seletivas regionais estão previstas para começarem em agosto. Até lá, times formados em escolas ou grupos de amigos podem ir se preparando. As inscrições devem ser abertas em outubro de 2015 no site do Torneio de Robótica.

MULTIMÍDIA - Todas as fotos do evento estão no perfil da CNI no Flickr. Acompanhe a disputa também pelo Facebook, Instagram, e pelo perfil do Torneio no Snapchat: @roboticafll.

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