Estudantes apresentam projetos inovadores de inclusão no Torneio Nacional de Robótica

O Torneio Nacional de Robótica FIRST LEGO League tem tema de projeto definido pela FLL em todo o globo para cada nova temporada

Torneio Nacional de Robótica FIRST LEGO League vai além dos desafios dos robôs na arena de competição. A cada temporada, os estudantes precisam desenvolver projetos de pesquisa a partir de um tema definido pela FLL em todo o mundo. Desta vez, o futuro da aprendizagem foi o assunto que norteou os estudos dos alunos de 9 a 16 anos. Nos estandes das equipes, no Centro de Convenções Ulysses Guimarães, em Brasília, o que se percebe é que, para muitos, o futuro é agora. Basta ver o interesse de algumas instituições em tirar essas ideias do papel. 

A Universidade Federal de Goiás (UFG), por exemplo, já está fechando uma parceria com o SESI Canaã, de Goiânia. O que chamou a atenção da UFG é o projeto apresentado pela equipe SESI Canaã Robots. O time fez uma pesquisa sobre a discalculia - transtorno neurológico crônico que afeta a habilidade de uma pessoa em compreender e manipular sinais matemáticos. 

O resultado foi a criação do portal Avatar, que quer dizer Ambiente Virtual de Aprendizagem e Tecnologias Associadas em rede. No Avatar, quem tem discalculia pode acessar uma série de atividades educativas baseadas em jogos. Tudo desenvolvido pela equipe de acordo com as fases do transtorno. Os estudantes também criaram um jogo de tabuleiro, o Conte Comigo. Um jeito divertido de aprender sobre cálculos e formas geométricas. 

Para a estudante Maria Eduarda Caetano, 13 anos, o projeto começou depois de conversas com psicólogos e professores da escola. “Nós percebemos essa dificuldade dos alunos e procuramos fazer algo pela inclusão. Com atividades lúdicas, a matemática fica mais fácil”, explica.

A pesquisadora do Laboratório de Educação Matemática da UFG Silmara Epifânia de Castro Carvalho diz que a ideia pode ser facilmente aplicada em sala de aula. Por isso, ela conta que a universidade vai dar todo apoio aos alunos. Ouça aqui.

A equipe SESI Canaã usa a educação a favor da inclusão e já ganhou apoio da UFG

A inclusão também foi o tema do projeto de pesquisa dos alunos do Colégio Liceu Franco-Brasileiro, do Rio de Janeiro. A equipe FrancoDroid queria melhorar o aprendizado das cores pela criança autista, e conseguiu. Para isso, o time carioca criou o kit Cor e Ação, com diversas atividades que também estimulam o contato visual, a coordenação motora, expressões faciais e os sentidos. A criança precisa combinar as cores dos objetos com as cores apresentadas nos tabuleiros.

A estudante Júlia Lago Ribeiro, 15 anos, diz que faltam essas ferramentas de ensino no mercado e por isso o interesse da equipe. Segundo Júlia, o mais importante nesse projeto é conseguir a inclusão dos autistas. Ouça aqui.

Os kits Cor e Ação serão doados para ongs e instituições interessadas

Cidadania política também é assunto para a sala de aula. Pensando em como tornar o tema mais atraente para os estudantes, a equipe Dynasty, do SESI Piatã, de Salvador, desenvolveu um jogo de tabuleiro, o Cidadanópolis. A ferramenta pedagógica pode ser utilizada por professores de História ou Ética no ensino fundamental II (6º ao 9º ano).

Camila Medeiro dos Santos, 16 anos, conta que a equipe percebeu uma deficiência nesse tipo de ensino e decidiu pesquisar sobre o tema. Para ela, a intenção é ajudar o estudante a conhecer o cenário político, desde os cargos aos problemas. Assim, a partir do conhecimento, os alunos podem formar uma opinião sobre o tema. Ouça aqui.

O Cidadanópolis pode até sair do tabuleiro e parar no mundo virtual. Segundo Camila, o projeto Plenarinho, da Câmara dos Deputados, tem interesse em levar o jogo para o site.

O Cidadanópolis já está sendo usado por alunos de três escolas da Bahia

A COMPETIÇÃO – O torneio é uma iniciativa do grupo Lego, da Dinamarca, e da organização americana FIRST (For Inspiration and Recognition of Science and Technology), realizado em mais de 80 países. No Brasil, o SESI é o organizador oficial do evento. O objetivo é fazer com que essa experiência criativa desperte o interesse das crianças e adolescentes para as carreiras de engenharia e tecnologia.

MULTIMÍDIA - Todas as fotos do evento estão no perfil da CNI no Flickr. Acompanhe a disputa também pelo Facebook, Instagram, e pelo perfil do Torneio no Snapchat: @roboticafll.

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