Desempenho fraco em dezembro reforça balanço negativo da indústria, diz pesquisa da CNI

Faturamento da indústria brasileira caiu e horas trabalhadas na produção também tiveram recuo em dezembro na comparação com novembro de 2014

O faturamento real da indústria brasileira caiu 3,1% e as horas trabalhadas na produção recuaram 3,3% em dezembro na comparação com novembro de 2014, na série livre de influências sazonais. No último mês do ano passado, a utilização da capacidade instalada ficou em 81%, praticamente estável frente a novembro, mas 0,7 ponto percentual menor que o registrado em dezembro de 2013. As informações são da pesquisa Indicadores Industriais divulgada nesta terça-feira, 3 de fevereiro, pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) .

"Os resultados de dezembro reforçam a tendência de contração da atividade industrial", avalia a CNI. A pesquisa mostra ainda que a massa real de salários teve queda de 1,8% e o rendimento médio real do trabalhador caiu 0,5%, enquanto que o emprego aumentou 0,4% em dezembro frente a novembro, na série com ajuste sazonal.

Na comparação anual (média de janeiro a dezembro de 2014 frente à média do mesmo período de 2013), o balanço da indústria no ano passado é negativo. O faturamento real registrou queda de 1,8%, o pior desempenho dos últimos cinco anos. As horas trabalhadas na produção caíram 3,7% e alcançaram o menor nível desde 2009.

O emprego industrial ficou 0,7 ponto percentual abaixo do registrado em 2013. "Mesmo nesse cenário de desaquecimento e demissões, o rendimento médio real dos trabalhadores da indústria manteve-se em alta em 2014, crescendo 2,3% frente a 2013", diz a pesquisa. A massa real de salários aumentou 1,5% no período.

De acordo com o gerente-executivo da Unidade de Política Econômica da CNI, Flávio Castelo Branco, os números de 2014 refletem as dificuldades que as empresas tiveram com a queda da demanda e dos investimentos. Ele acredita que a fraca atividade deve perdurar neste início de 2015. "A expectativa, no entanto, é que as medidas de ajuste fiscal surtam efeitos e que, a partir do segundo semestre, haja uma melhora da produção. O segundo semestre pode ser diferente", destacou Castelo Branco.

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