Um projeto do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI) , com o Instituto Fraunhofer, da Alemanha, e um grupo de 20 empresas brasileiras quer tornar mais competitivo o setor que fabrica moldes e matrizes para a indústria de transformação. Nos últimos anos, esse segmento estratégico, que fornece insumos para a produção de automóveis, eletrodomésticos, embalagens entre outros produtos industrializados, vem sofrendo com a concorrência internacional. Por um lado, enfrenta o baixo preço dos mercados asiáticos e, por outro, o alto valor agregado dos moldes produzidos na Europa e nos Estados Unidos.
De acordo com a Associação Brasileira da Indústria de Ferramentais (Abinfer), entre 2008 e 2013, a cada ano, 10% dessas indústrias fecharam as portas. Ao final dos próximos dois anos, o setor deve encolher outros 30%.
O trabalho do SENAI – desde 2012 – tem sido o de contribuir para reverter esse quadro, por meio da transferência de tecnologia para as duas mil ferramentarias instaladas no Brasil. Elas são, em geral, empresas de pequeno porte, concentradas no Rio Grande do Sul, Santa Catarina e em São Paulo.
A Artis Martiz participa do projeto desde 2012 e integrantes da equipe estiveram em todas as cinco rodadas de palestras realizadas no Brasil e na Alemanha. De acordo com Murilo Olenik, responsável pela empresa, as mudanças nos processos internos de trabalho permitiram, por exemplo, começar a atender a indústria de moldes para implantes dentários. "Já podemos afirmar que teremos um aumento de 10% no faturamento anual por conta disso", afirma Olenik.
PALESTRAS - Nos dias 8 e 9 de dezembro, será realizada a sexta rodada de palestras, desta vez em Joinville (SC), na sede do Instituto SENAI de Inovação Sistemas de Manufatura. Entre os temas, está a produção de micromoldes e utilização de laser.
Pelo projeto que segue até 2015 com um montante de recursos de 600 mil euros, o SENAI traz para as ferramentarias do país novas tecnologias, propiciando atendimento de novos nichos de mercado. Além disso, oferece às empresas a opção de utilizar a infraestrutura do SENAI para desenvolver moldes mais modernos, atendendo a indústrias mais exigentes, que têm buscado soluções em outros países.
