ENAI 2014: Política comercial não deve escolher parceiros, dizem empresários

Opinião de Márcio Utsch, presidente da Alpargatas, foi proferida na manhã desta quinta-feira (6)

Marcos Sawaya Jank (BRF), Ailtom Barberino do Nascimento Filho (Stefanini S/A), Márcio Luiz Simões Utsch (Alpargatas S/A) e o moderador do debate, Sérgio Leo

O comércio exterior brasileiro vive tempos difíceis, mas o industrial conhece bem a receita para que o Brasil volte a ter importância na economia global. "Temos que abrir o mercado. Priorizar países por questões ideológicas é uma bobagem", disse o presidente da Alpargatas, Márcio Utsch, na manhã desta quinta-feira (6), durante o 9º Encontro Nacional da Indústria (ENAI). A advertência de Utsch é para que o governo passe a negociar com parceiros estratégicos como Estados Unidos e União Europeia e não fique limitado a relação Sul-Sul, Mercosul e África. Ouça clicando aqui.

Utsch participou do debate Como integrar mais e melhor o Brasil à economia mundial durante o 9ª ENAI e foi amplamente aplaudida pelo cerca de mil empresários presentes. Ao seu lado estavam o diretor global de Assuntos Corporativos da BRF, Marcos Jank, e o vice-presidente global da Stefanini, Ailtom Barberino.

ISOLAMENTO - Para Marcos Jank, os acordos comerciais são fundamentais para criar condições de isonomia entre o Brasil e seus concorrentes internacionais. Ele reforça que o Brasil não pode ficar isolado, enquanto Estados Unidos negociam com 12 outras economias no Tratado do Transpacífico, e com a União Europeia, no Tratado do Transatlântico. Chile, Peru, Colômbia e México estão na Aliança do Pacífico. Além disso, a Ásia vem se fechando em blocos.

"As Américas estão interligadas do Canadá ao Chile. Se nós não participarmos vamos sofrer desvio de comércio, não é que o jogo ficará zero a zero, vamos perder mercado. Há 10 anos, éramos os campeões em mega blocos, hoje estamos isolados", afirmou Yank. Atualmente, a BRF está presente em 217 países.

Vice-presidente global da Stefanini, Ailtom Barberino disse que sua empresa está em 34 países e, pela sua experiência, o Brasil também precisa resolver seus problemas estruturais, com as reformas tributárias e trabalhistas, e investir em infraestrutura e logística, além de qualificar mão-de-obra. "Além disso, temos que buscar parceiros naturais, que são aqueles com mercados mais desenvolvidos, onde poderemos participar das cadeias produtivas, agregar valor aos nossos produtos e aos produtos deles", diz Barberino.

REFLEXÕES PARA O PAÍS - O Encontro Nacional da Indústria, que ocorre anualmente desde 2006, é a maior reunião de líderes empresariais e representantes de sindicatos e associações industriais de todo o país. No evento, empresários, representantes do governo, líderes políticos e acadêmicos refletem, debatem e propõem ações sobre os temas que têm impacto no desempenho da indústria e da economia brasileiras. O ENAI expõe a agenda do setor produtivo e fortalece o diálogo entre os empresários, o governo e os outros segmentos da sociedade.

PROPOSTAS DA INDÚSTRIA - Confira o site com todos os estudos organizados pela CNI com as sugestões do setor para o próximo governo. Nele é possível fazer o download dos estudos em PDF ou dos infográficos que resumem as 42 propostas.

MULTIMÍDIA - O Portal da Indústria transmite a 9ª edição do ENAI ao vivo . Você também pode acompanhar a cobertura completa do evento nos perfis da CNI no Facebook e no Twitter, além de acessar as principais fotos no Flickr.
 

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