Condições estruturais, inovação e mudanças no regime tributário são prioridades para os empresários

Aumentar a produtividade da indústria brasileira depende de uma combinação ampla de medidas, que devem ser tomadas dentro e fora das empresas pelo setor produtivo e pelo Estado. Entre as mais urgentes, citadas por empresários durante o 9º Encontro Nacional da Indústria (ENAI), estão a cultura da inovação, as reformas tributária e trabalhista e o investimento em pessoas.

Durante o painel A produtividade nas empresas: os desafios para a gestão, o diretor-presidente da Embraer, Frederico Curado; o diretor-superintendente da Brasilata, Antonio Carlos Teixeira Alvares; o presidente do Conselho de Administração da WEG, Décio da Silva; e o diretor-presidente do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), Luiz Barretto, discutiram as alternativas para impulsionar o desempenho produtivo do país.

À frente da Embraer, uma das empresas brasileiras que mais cresceu nos últimos anos, Frederico Curado defendeu a abertura da economia brasileira e a participação mais representativa da indústria nas cadeias produtivas globais. Isso, segundo ele, depende de um ambiente mais favorável ao empresário. “Ao invés de subsídios, o Brasil precisa dar condições estruturais, que atraiam o investimento”, afirmou.

Sob a ótica do diretor da Brasilata, Antonio Carlos Teixeira Alvares, um dos pilares do desempenho de uma empresa é a cultura da inovação, que pode vir em mudanças simples. “É preciso incentivar a inovação dentro das empresas. E as ideias vêm de todas as partes. Do soldado ao general. As empresas precisam ter uma cultura da inovação. E isso passa pelo investimento em pessoas, em ouvir o funcionário, fazer dele um sócio”, frisou.

Já o representante da WEG acredita que o país precisa, rapidamente, de mudanças no regime tributário. “Não vamos conseguir tudo, mas pelo menos o fim do imposto ao investimento é essencial”, disse Décio da Silva. Ele citou ainda que é preciso modernizar a legislação trabalhista, elaborada há 70 anos, para flexibilizar a relação entre capital e trabalho. “É  uma legislação complexa. Ela foi importante quando criada pois corrigiu um desequilíbrio, mas a realidade é muito diferente”, observou.

MICRO E PEQUENAS EMPRESAS - As micro e pequenas empresas enfrentam as mesmas dificuldades que os gigantes da indústria, mas geralmente, são as primeiras a sentir os efeitos de uma crise. E, de acordo com o diretor presidente do Sebrae, Luiz Barretto, uma das medidas mais importantes para alavancar o desenvolvimento dos pequenos é, primeiro, fazer a progressão suave de tributação para as empresas que saem do Simples. “Além disso, precisamos aumentar o teto. Sobretudo para as micro e pequenas indústrias, para quem um faturamento anual de R$ 3,6 milhões é um limite muito baixo para inclusão na simplificação”, avaliou.

REFLEXÕES PARA O PAÍS - O Encontro Nacional da Indústria, que ocorre anualmente desde 2006, é a maior reunião de líderes empresariais e representantes de sindicatos e associações industriais de todo o país. No evento, empresários, representantes do governo, líderes políticos e acadêmicos refletem, debatem e propõem ações sobre os temas que têm impacto no desempenho da indústria e da economia brasileiras. O ENAI expõe a agenda do setor produtivo e fortalece o diálogo entre os empresários, o governo e os outros segmentos da sociedade.

PROPOSTAS DA INDÚSTRIA - Confira o site com todos os estudos organizados pela CNI com as sugestões do setor para o próximo governo. Nele é possível fazer o download dos estudos em PDF ou dos infográficos que resumem as 42 propostas.

MULTIMÍDIA - O Portal da Indústria transmite a 9ª edição do ENAI ao vivo. Você também pode acompanhar a cobertura completa do evento nos perfis da CNI no Facebook e no Twitter, além de acessar as principais fotos no Flickr.

 

COBERTURA COMPLETA

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