Atividade industrial cresce em julho após quatro meses de queda

Informações são da pesquisa Indicadores Industriais, divulgada pela Confederação Nacional da Indústria nesta quinta-feira

Após quatro meses consecutivos de queda, a atividade industrial voltou a crescer em julho. As horas trabalhadas na produção aumentaram 2,6% e o faturamento da indústria cresceu 1,2% em julho frente a junho, na série livre de influências sazonais. As informações são da pesquisa Indicadores Industriais , divulgada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), nesta quinta-feira (4).

O crescimento na atividade do setor elevou a utilização da capacidade instalada para 81% em julho, 0,6 ponto percentual acima do registrado em junho. No entanto, destaca a pesquisa, parte do crescimento desses indicadores deve-se ao menor número de dias úteis afetados pela Copa do Mundo em julho na comparação com junho.

De acordo com o gerente-executivo de Política Econômica da CNI, Flávio Castelo Branco, mesmo com o crescimento das horas trabalhadas, do faturamento e do uso da capacidade instalada, a indústria continua desaquecida. Ele acrescentou que as horas trabalhadas acumulam queda de 2,3% nos primeiros sete meses do ano. “Esse indicador, que é o mais ligado à produção industrial, ainda apresenta tendência de queda no ano”, destacou o economista. “A expectativa é de crescimento moderado da atividade industrial neste semestre, portanto, é muito improvável que se reverta esse quadro.”

Previsões recentes da CNI apontam um crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) de apenas 0,5% e recuo de 1,7% no PIB industrial neste ano. A queda no desempenho industrial será puxada, sobretudo, pela indústria de transformação, cuja retração será de 2,5% em 2014, prevê a CNI. “As razões para esse baixo desempenho da economia, especialmente do setor industrial, se deve a incertezas na economia, queda nos investimentos, inflação e juros elevados”, explicou Castelo Branco.

Conforme os Indicadores Industriais, a tendência de desaquecimento do setor é confirmada nos indicadores de emprego e de massa salarial, que registraram a quinta queda consecutiva. Tanto o emprego quanto a massa salarial recuaram 0,2% em julho ante junho, segundo dados dessazonalizados.

QUEDA FRENTE A JULHO DE 2013 – Com exceção do rendimento médio real, todos os indicadores registraram queda em julho deste ano frente ao mesmo mês do ano passado. Nessa comparação, as horas trabalhadas caíram 2,3%, o emprego retraiu 0,6% e a massa salarial recuou 0,2%. Já a utilização da capacidade instalada ficou 1,4 ponto percentual menor que em julho de 2013.

Embora o rendimento seja 0,4% maior em julho deste ano frente ao mesmo mês do ano passado, houve forte desaceleração nos últimos quatro meses nessa mesma base de comparação, destacou a pesquisa Indicadores Industriais.

SAIBA MAIS - Acesse a página da públicação para todos os detalhes da pesquisa Indicadores Industriais.

Relacionadas

Leia mais

Manutenção dos juros compromete retomada da  produção, avalia CNI
Dilma Rousseff diz que Olimpíada do Conhecimento constrói alicerce para o futuro
Brasil precisa elevar nível de investimento para sustentar crescimento

Comentários