Os empresários chineses que participaram do Seminário Empresarial Brasil – China tiveram a oportunidade de conhecer investimentos em agronegócio, infraestrutura e no setor industrial brasileiro. O evento foi organizado pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) em parceria com a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil), o Conselho Empresarial Brasil-China (CEBC) e a Confederação Nacional do Transporte (CNT). O encontro foi realizado na sede da CNI, em Brasília (DF), nesta quarta-feira (16).
Para o presidente da CNI, Robson Braga de Andrade, este é um momento especial nas relações entre brasileiros e chineses. “Estamos comemorando 40 anos de uma bem sucedida parceria entre os dois países. As relações econômicas entre Brasil e China passam por uma transformação qualitativa e quantitativa”, afirmou.
Durante discurso de abertura do seminário, o presidente da CNI citou os números que colocaram a China como o maior parceiro comercial do Brasil. Ouça aqui.
OPORTUNIDADES - Em 2010, os chineses anunciaram a intenção de investir US$ 70 bilhões no Brasil. Desse total, US$ 10 bilhões já foram aplicados. Diante desse cenário, o presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Luciano Coutinho, destacou outras oportunidades de investimentos na área de infraestrutura (telecomunicações, energia e logística). Ele lembrou de um possível aumento na demanda por fornecedores e bens de serviços.
Coutinho disse ainda que, devido à competitividade consolidada, a base de exportação atual (mineral e commodities agrícolas) vai continuar oferecendo oportunidades de investimento.
AGRONEGÓCIO - O agronegócio também quer atrair os chineses. Para o diretor da Confederação Nacional da Agricultura (CNA), Eduardo Correa Riedel, os dois países se complementam. “Em relação ao desenvolvimento do setor de agronegócio, nós temos um défict de infraestrutura e logística. E nesse ponto a China pode contribuir muito. Ela tem experiência em projetos nessa área, tem recursos e pode ajudar o Brasil a fazer esse investimento tão necessário para a competitividade”, disse. Apenas no ano passado, o Brasil exportou mais de US$ 20 bilhões em agronegócio para a China.
DESAFIOS – O diretor de Desenvolvimento Industrial da CNI, Carlos Abijaodi, lembrou que é preciso explorar melhor a relação entre Brasil e China. “Nós temos mantido, por algum tempo, uma posição defensiva contra a China. Agora, chegou o momento de ter uma relação mais propositiva. Precisamos esclarecer os pontos divergentes que podem facilitar e aumentar o comércio e os investimentos.”
Abijaodi também disse que o seminário Brasil-China aproxima os investidores e pode ajudar na queda de barreiras comerciais. Ele citou alguns desses entraves. Ouça aqui.
O diretor da CNI ainda apontou setores que podem ser ampliados na relação comercial com os chineses. O estudo foi feito pelo Conselho Empresarial Brasil-China. “Nós temos oportunidades de aumentar exportações em alimentos e na área médico-hospitalar, onde temos muitos equipamentos. Precisamos pensar nos setores onde somos mais competitivos, ou que possamos trazer competitividade do mercado chinês”, finalizou.