Robson Braga de Andrade defende acordo de livre comércio entre Brasil e Estados Unidos

Discurso do presidente da CNI aconteceu nesta terça-feira (12) para empresários americanos no Federal Reserve Bank of Kansas City, em Denver

“Como líder na América Latina, o Brasil precisa buscar novas parcerias, sem ficar amarrado ao Mercosul" - Robson Braga de Andrade

O presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Robson Braga de Andrade, afirmou que Brasil e Estados Unidos devem começar a negociar um acordo de livre comércio. "Um acordo de livre comércio não é feito da noite para o dia. Temos que começar a negociar um acordo com os Estados Unidos, pois a indústria brasileira se tornará mais competitiva”, disse Andrade nesta terça-feira (12),  em discurso para uma plateia de 200 empresários americanos, na sede do Federal Reserve Bank of Kansas City, em Denver (Colorado).

Andrade explicou que Brasil e Estados Unidos precisam reforçar as relações bilaterais e ampliar investimentos. Segundo ele, os Estados Unidos são o segundo parceiro comercial do Brasil, atrás apenas da China. De janeiro a setembro deste ano, as exportações brasileiras para os Estados Unidos somaram US$ 18,4 bilhões, um valor 10,67% inferior ao mesmo período do ano passado. E desde 2008, o Brasil não tem superávit comercial com os Estados Unidos.

No entanto, o presidente da CNI destacou que o Mercosul é importante para o Brasil, mas não se pode ficar restrito a esse bloco econômico. “Como líder na América Latina, o Brasil precisa buscar novas parcerias, sem ficar amarrado ao Mercosul. Quero deixar claro que o Mercosul é importante, mas não é mais suficiente”, afirmou.  Ele lembrou que dois passos importantes nas relações entre Brasil e Estados Unidos são a assinatura de um acordo que evite a bitributação e o fim da exigência de visto para os brasileiros entrarem nos Estados Unidos.

Em seu discurso, Andrade falou da importãncia da assinatura de um acordo que evite a bitributação e do fim da exigência de visto para os brasileiros entrarem nos EUA

NEGÓCIOS - Andrade lembrou de sua primeira conversa com um embaixador dos Estados Unidos na década de 90. “Ele chegou em Minas Gerais, meu estado, e disse, sem meias palavras: ‘eu não vim comprar, vim vender'”, contou, arrancando gargalhadas da plateia. E completou: “Por isso, posso falar, sem cerimônias, que eu vim vender e não comprar”.

O presidente da CNI destacou que a democracia é a base da sociedade brasileira e que há diversos motivos para se investir no Brasil. “A desigualdade de renda e a pobreza estão diminuindo, o Brasil tem um enorme mercado consumidor e excelentes oportunidades de investimento”, afirmou. Além disso, acrescentou, a indústria brasileira é bastante diversificada e competitiva e oferece uma série de oportunidades para investimentos, seja por meio de associações ou por injeção direta de capital.

Entre os setores que oferecem boas oportunidades de investimentos, destacam-se o aeroespacial, calçados, bebidas e refrigerantes, borracha, celulose, automóveis e siderurgia. “Quero convidar todos para conhecer melhor o Brasil”, disse ao encerrar a apresentação.

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