Má qualidade da educação é entrave para qualificação de trabalhadores

Cinquenta e dois por cento das empresas industriais em todo o Brasil afirmam que a má qualidade da educação básica é uma das principais dificuldades que enfrentam para qualificar sua mão de obra

Cinquenta e dois por cento das empresas industriais em todo o Brasil afirmam que a má qualidade da educação básica é uma das principais dificuldades que enfrentam para qualificar sua mão de obra. É o que aponta o Relatório Global de Competitividade 2012/2013 levantado pela Confederação Nacional da Indústria (CNI). Além desta conclusão, o estudo também aponta que 94% das empresas que enfrentam a falta de trabalhador qualificado têm dificuldade para encontrar operadores para a produção e afirmam que o problema prejudica o aumento da competitividade.

Em virtude disso, a CNI irá lançar, em outubro, o projeto Educação para o Mundo do Trabalho, que estará pautado em um conjunto de ações a fim de reduzir a defasagem educacional a curto prazo, para três grupos da população: jovens entre 18 e 24 anos que estão no ensino médio, jovens entre 18 e 24 anos que não estudam e nem trabalham, e trabalhadores da indústria que não possuem ensino médio. Para isso, a instituição, com apoio das Federações de Indústrias de todos os estados, realiza, durante todo o mês de agosto, reuniões estaduais para mobilizar empresários, governos, organizações não governamentais, jovens e pais a aderirem à iniciativa e colher propostas para o projeto nacional.

Assim, este público-alvo, bem como representantes das instituições que compõem o Sistema Federação das Indústrias do Estado do Acre (FIEAC), atendeu ao chamado e participou ativamente do workshop Educação para o Mundo do Trabalho, realizado na manhã dessa quinta-feira, 15 de agosto, na Sala de Reuniões da Casa da Indústria. Durante o evento - comandado pelo diretor regional do SENAI/AC, João César Dotto, e pela diretora de Educação e Tecnologia da mesma instituição, Geane Reis de Farias -, o palestrante e professor Francisco Aparecido Cordão, que é conselheiro do Conselho Nacional de Educação, apresentou todos os resultados da pesquisa e explicou como é a dinâmica do projeto.

Agenda

A ideia é desenvolver ações que apresentem resultados de curto prazo, em ciclos de 12 e 24 meses, prevendo caminhos para a melhoria do desempenho dos jovens e dos trabalhadores em língua portuguesa e matemática, por exemplo. Para se ter uma ideia do contexto em que o Brasil se encontra, o Relatório aponta que o país ocupa a 126ª posição entre 144 países em termos de qualidade na educação pública. Está no 57º lugar em qualidade na educação superior e na 113ª posição na formação de engenheiros e cientistas.

Para o presidente do Sistema FIEAC, empresário Carlos Takashi Sasai, é evidente que, nesse cenário, ganhos significativos na competitividade ficam prejudicados. "Para que possamos ocupar posições de maior destaque no cenário mundial, é necessário construirmos coletivamente uma agenda de educação voltada para o mundo do trabalho. O objetivo é formular ações eminentemente práticas, em favor de uma educação de qualidade, que ofereça aos jovens insumos indispensáveis ao desenvolvimento pessoal formando cidadãos e agentes produtivos", destacou.

Relacionadas

Leia mais

População brasileira acredita que educação profissional abre portas para o mundo do trabalho
SENAI apresenta projeto Educação para o Mundo do Trabalho nesta quinta

Comentários