Com o intuito de mobilizar a educação no Estado quanto à importância de elevara qualidade do ensino para gerar jovens preparados para o mercado de trabalho, a Federação das Indústrias do Estado do Amazonas (Fieam) lançou ontem, em Manaus, o Programa de Educação para o Mundo do Trabalho que deve está em prática até o ano que vem. "A defasagem do sistema educacional, ao longo das décadas, prejudicou drasticamente a formação dos nossos trabalhadores e o déficit de escolaridade ainda é muito elevado", afirmou o vice-presidente da federação, Nelson Azevedo.
As ações do programa atenderão trabalhadores da indústria de todo o Amazonas que não possuem ensino médio, jovens que estão cursando o ensino médio e jovens de 18 a 24 anos, que interromperam seus estudos e estão fora do mercado de trabalho, "Um grupo de trabalho se reunirá com as instituições de ensino e empresas para elencar o que podemos fazer no curto prazo para, em seguida, planejarmos as ações", comunicou o diretor regional do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI), Aldemurpe Barros.
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No mapa estratégico, elaborado pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) para o período de 2013 a 2022, o qual contempla um conjunto de metas assumidas pelo setor em prol da educação do país, a situação do Brasil é preocupante. "Ocupamos a 26ª posição em termos de qualidade da educação primária e o quinquagésimo sétimo lugar em educação superior e treinamento", revelou o vice-presidente da Fiecam, empresários Nelson Azevedo.
Ele conta que o programa não irá oferecer cursos e, sim, tentar reverter uma realidade vivida na educação de todo o Estado, através parcerias e sensibilizações. "Dos 50 municípios do Brasil que apresentaram piores resultados na educação, segundo o índice de Desenvolvimento Humano (IDH), 11 são do Amazonas, que é considerado a quinta economia do nosso país, então precisamos mudar isso aí", frisou.
Segundo Azevedo, que também é embaixador do programa, um dos maiores entraves da indústria é a carência de mão de obra qualificada. "E esse não é um problema que vem do ensino médio ou superior; vem da educação básica, e percebemos isso quando vamos entrevistar um candidato que não sabe fazer uma simples operação de matemática ou redigir um texto", disse Azevedo.
Ele acrescenta que sem o capital humano, devidamente qualificado, não será possível a indústria incorporar novas tecnologias ao processo produtivo das fábricas, com isso não acontece nem aumento de produção, produtividade e, muito menos, de emprego.