Durante o encontro da cadeia produtiva da indústria cerâmica, realizado nesta terça-feira (21/05) como parte da programação da Semana da Indústria, os empresários discutiram as demandas emergenciais do segmento no que diz respeito ao licenciamento ambiental, qualificação profissional, logística e normas regulamentadoras. Na reunião, o presidente da Fiems, Sérgio Longen reforçou o apoio às indústrias e a intenção de formar uma frente de trabalho para construir ações para promover o crescimento do setor no Estado. "Nossa intenção é fortalecer regionalmente as empresas e criar um ambiente favorável para atrair indústrias", destacou.
O vice-presidente regional da Fiems, Luiz Cláudio Sabedotti Fornari, afirmou que Fiems tem trabalhado para desenvolver e consolidar o mercado industrial do Estado. "Resultados concretos só virão por meio do empenho e esforço de todos", declarou. Já o diretor corporativo da Fiems, Jaime Verruck, detalhou o decreto, que trata sobre a prorrogação dos benefícios e incentivos fiscais até 2028 e hoje alcança 509 empresas incentivadas. Ele lembrou que através do Plano de Sustentabilidade, previsto no decreto, as indústrias passam a integrar o Programa de Gestão Socioambiental.
"É um decreto que contempla em até 5% as empresas que têm um sistema socioambiental, sendo que será concedido 1% de beneficio na adesão ao plano e este índice pode chegar até a 5% para empresas que adquirirem o Selo Verde, concedido pelo Senai", explicou Jaime Verruck. Um dos gargalos do setor é a taxa de extração, cujo decreto versa sobre as atividades de cimento e manganês, mas abre uma brecha para a cobrança da extração da argila, conforme informou o Sindicer/MS (Sindicato das Indústrias Cerâmicas de Mato Grosso do Sul), Natel Moraes.
"Isso incidiria em um aumento de 20% no custo da argila", falou. Ele acrescenta ainda que entre as necessidades do segmento cerâmico também está a questão das licenças ambientais. "Atualmente o tempo de concessão chega até 2 anos e meio, além da questão da quantidade de argila autorizada para a exploração e a redução do número de licenças", enumerou.
Para o empresário Alessandro Striquer, da Cerâmica Fenix em Rio Verde, um das questões principais a ser discutida é a concorrência com o Estado de São Paulo. "A mudança de tributação pode gerar um impacto negativo muito forte no setor", disse. Luciano Costa, proprietário da Cerâmica Vista Bella, destacou que o encontro foi muito vantajoso para o setor. "Assinar o decreto do novo imposto, da qual o setor cerâmico não será cobrado, vai acelerar o crescimento dessa indústria no estado", completou.
Já Daniel Yukito, sócio-gerente da Cerâmica Isabela, disse que as reivindicações são justas e que o encontro criou um canal de conversa mais prático. "Com certeza irá agilizar a solução dos problemas e consequentemente melhorar e desenvolver o setor", afirmou. Waldemar Guimarães, representante da Horizon, empresa de licenciamento ambiental, também participou da reunião da cadeia produtiva do setor cerâmico. "A aceleração da liberação dos lincenciamentos é a questão mais relevante para manter o setor cerâmico ativo", falou.