Investimento crescerá 4% e impulsionará a economia em 2013

Informe Conjuntural da CNI estima que o PIB brasileiro crescerá 3,2% em um ambiente mais equilibrado entre a expansão do consumo das famílias e dos investimentos

"O desafio é ter celeridade na implantação de medidas favoráveis ao investimento" - Castelo Branco

Depois da queda de 4% registrada em 2012, os investimentos no país aumentarão 4% neste ano e serão a principal alavanca da indústria e da economia brasileira. Com a expansão do investimento, o Produto Interno Bruto (PIB) crescerá 3,2% e o PIB Industrial aumentará 2,6%. O consumo das famílias terá expansão de 3,5%. As estimativas estão no Informe Conjuntural do primeiro trimestre, divulgado nesta quarta-feir (3) pela Confederação Nacional da Indústria (CNI).

Segundo o gerente executivo da Unidade de Política Econômica da CNI, Flávio Castelo Branco, a aceleração do ritmo de crescimento dos investimentos e, consequentemente, da indústria e da economia depende da superação dos problemas que afetam a competitividade brasileira. "O desafio é ter mais celeridade na implantação das medidas que criam um ambiente mais favorável ao investimento", diz Castelo Branco. A CNI prevê expansão de 1,2% no PIB do primeiro trimestre do ano.

Embora as novas previsões para o desempenho do PIB e do PIB Industrial em 2013 estejam mais próximas da previsão menos otimista feita no final do ano passado, a CNI avalia que há sinais de recuperação da indústria. Os estoques estão no nível planejado pelos empresários, o que abre espaço para o aumento de produção nos próximos meses.

Além disso, a utilização da capacidade instalada aumentou 1,1 ponto percentual e alcançou 84% em janeiro, na série livre de influências sazonais, e aproximou-se dos 84,4% registrados em janeiro de 2008, o maior patamar da série iniciada em 2003. "Na média, há uma tendência de recuperação", considera Castelo Branco.

O estudo estima que o saldo da balança comercial será de US$ 11,3 bilhões, com exportações de US$ 253,4 bilhões e importações de 242,1 bilhões. "As exportações brasileiras devem aumentar em 2013, mais uma vez, por conta das vendas de commodities", avalia a CNI.

EMPREGO E RENDA - A recuperação da atividade econômica deve ampliar a oferta de empregos. A previsão é que taxa média de desemprego ficará em 5,4% e o rendi mento médio real dos trabalhadores continuará se expandindo neste ano. "A aceleração da atividade industrial em um cenário de taxa de desemprego em baixa histórica deverá intensificar ainda mais o problema de falta de trabalhador qualificado", afirma a CNI.

O Informe Conjuntural do primeiro trimestre prevê ainda que a inflação, medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), fechará o ano em 5,7%, abaixo do teto da meta de 6,5%. Com a inflação dentro do limite, a taxa básica de juros, a Selic, se manterá em 7,25% ao ano e os juros reais deverão recuar para 0,9%.

De acordo com o estudo, os gastos do governo federal cresceram 7,2% no primeiro bimestre do ano em relação ao mesmo período de 2012. "A composição do aumento dos gastos, com grande participação de despesas discricionárias, comprova que se trata de um movimento deliberado por parte do governo federal na tentativa de impulsionar a economia", afirma o Informe. A estimativa da CNI é que o déficit público nominal alcance 3,2% do PIB neste ano. O superávit primário deve ser de 1,7% do PIB e a dívida pública líquida chegará ao final de 2013 em 35,4% do PIB.

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