Robôs simulam dificuldades do dia a dia dos idosos

Engenhocas criadas por estudantes do ensino fundamental estão no torneio nacional realizado pelo SESI. Etapa nacional acontece neste fim de semana, em Taguatinga (DF)

As 57 equipes que participam do Torneio de Robótica FIRST® LEGO® League (FLL) passaram por dois rounds de disputa neste sábado (9), o primeiro dia de competições. Os robôs criados com peças de plástico tiveram de cumprir 13 missões. Realizado no Brasil desde 2004, o torneio deste ano trouxe como tema a melhoria de vida para idosos. Assim, os desafios a serem superados pelas engenhocas simulam situações como subir escadas, separar medicamentos, desligar um fogão e até mesmo o esforço cardiovascular.

O torneio é realizado pelo Serviço Social da Indústria (SESI) e o Instituto Aprender Fazendo, em conjunto com os parceiros fundadores LEGO e a organização americana FIRST. As provas seguem até 10 de março, na escola SESI em Taguatinga (Distrito Federal), quando acontece o terceiro e último round.

Além dessa etapa, os jovens tiveram de elaborar uma pesquisa para desenvolver soluções, a partir da robótica, para a população da terceira idade. O resultado final do torneio se dá com o somatório de pontos da disputa e a avaliação da pesquisa, que devem apresentar critérios como inovação, criatividade e o uso de especialistas no processo.

A equipe SESI Geeks (foto acima), de Americana (SP), foi a que chegou ao final dos dois primeiros rounds com a maior quantidade de pontos: 515. De acordo com o técnico do grupo e professor do SESI de Americana, Dênis Rodrigo Santana, o resultado veio por conta da calma dos operadores e do programador do robô. “Eles mantiveram frieza e deu tudo certo”, contou.

Conhecimento antecipado – Na equipe de oito estudantes do 8º ano do ensino fundamental, Luís Felipe Nascimento, 13 anos, ficou reponsável por desenvolver os comando que dão vida ao robô. Ele conta que trabalha nesse projeto há um ano e dois meses. Desde então, o gosto por estudar física aumentou. “Hoje, entendo mais que antes e já aprendi temas de mecânica que nem são para a minha idade”, revelou ele, que aproveita o livro didático da irmã, que cursa o terceiro ano do ensino médio, para aguçar a curiosidade.

Segundo o diretor do Instituto Aprender Fazendo, Marcos Wesley (foto acima), a contribuição do torneio de robótica é exatamente a experiência de Luís Felipe. “Queremos estimular o interesse de crianças e adolescentes pela ciência e pela tecnologia”, destacou. Marcos acredita que assim o Brasil traça um caminho para acabar com a escassez de trabalhadores nessas áreas.

Um bom exemplo de que a estratégia dá resultado está no próprio torneio. Cesar Barsevicius, coordenador técnico do evento, começou a participar de desafios de robótica em 2005. Cinco anos depois, foi vitorioso no campeonato mundial realizado na Dinamarca. “Quando estava nas competições, com 10 anos de idade, não tinha ideia do quanto isso poderia fazer diferença na minha vida. Aqui, usamos robôs para ajudar a construir pessoas”, ressaltou. Cesar, hoje com 20 anos, cursa a graduação em sistemas de informação e já trabalha como desenvolvedor de aplicativos para plataformas Apple.

Transmissão ao vivo – neste domingo (10), último dia de torneio, você também pode acompanhar o evento do SESI pela internet. Basta acessar a página da transmissão ao vivo. Não perca: domingo agora, a partir das 9h.

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