Exportações brasileiras perdem espaço na América Latina

Chama atenção a queda nas exportações para o principal parceiro brasileiro na região, a Argentina, que caiu de 31,3% em 2008 para 28,4% em 2011

A última edição do Integração Internacional, boletim da Confederação Nacional da Indústria (CNI), mostra que o Brasil perdeu mercado na América Latina para China, Coreia do Sul, Estados Unidos, México e União Europeia, entre 2008 e 2011. E, num sintoma desse cenário desfavorável, as exportações brasileiras de manufaturados ainda não alcançaram os patamares pré-crise.

O estudo analisou as importações de oito países da América do Sul – Argentina, Bolívia, Chile, Colômbia, Equador, Paraguai, Peru e Venezuela – e do México com os principais competidores mundiais. No período, a China ampliou sua presença em todos os mercados da região.  E os principais concorrentes brasileiros também, embora com perdas pontuais, como os Estados Unidos que reduziram suas exportações para Argentina e Colômbia e a Coreia do Sul no Chile, México e Venezuela.

No caso do Brasil, chama atenção a queda nas exportações para o principal parceiro brasileiro na região, a Argentina, que caiu de 31,3% em 2008 para 28,4% em 2011. No mesmo período, a China elevou sua participação de 12,4% para 15,6% no país vizinho. No Paraguai, a participação brasileira caiu de 26,9% para 26,3%. Uma queda pequena, mas o Brasil perdeu espaço num momento em que China, Estados Unidos, Coreia do Sul e União Europeia ampliaram sua participação no Paraguai.

O Brasil também deixou passar uma importante oportunidade no Peru. Embora o país tenha tido as maiores taxas de crescimento econômico da América do Sul. Entre 2008 e 2011 o país cresceu 6,6%, em média. A redução pode ser explicada pela nova tendência peruana de celebrar acordos comerciais. Em 2009, o acordo entre Peru e Estados Unidos entrou em vigor. Em março de 2010, foi a vez de abrir as portas para os chineses. Mais recentemente, celebrou acordos com a União Europeia e, em 2012, participou da criação da Aliança do Pacífico, com Colômbia, Chile e México.

No México, segundo destino mais relevante para as exportações brasileiras de bens industrializados na América Latina, a participação da China passou de 11,2% para 14,9% e dos Estados Unidos de 49,2% para 49,8%, enquanto o Brasil perdeu 0,4 pontos percentuais com a queda de 1,7% para 1,3%. A perda de participação não foi tão elevada, o maior prejuízo foi em dólares e perdas de oportunidade para os exportadores brasileiros.

PERDAS EM DÓLARES – O estudo mostra que o Brasil deixou de incrementar suas exportações em US$ 5,5 bilhões, caso tivesse mantido o mesmo patamar nas importações em cada um dos nove países da América Latina. As perdas estão concentradas na Argentina, México e Peru.

PERDAS POR SETORES – Entre 2008 e 2011, o valor das perdas potenciais de exportações também está concentrado. O setor de veículos respondeu por 38,2% das perdas em dólares. O setor de máquinas e aparelhos mecânicos por 12,6%. E o de borracha, 8,6%.

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