Acordo de comércio entre EUA e União Europeia pode apressar acerto do Mercosul com europeus

Para a CNI, as negociações no hemisfério norte podem levar as discussões com o bloco sul-americano, antes prioridade do velho continente, a um segundo plano

Soraya Rosar, gerente-executiva de Negociações Internacionais da CNI

O anúncio recente das negociações para um acordo de livre comércio entre os Estados Unidos e a União Europeia deve obrigar os países integrantes do Mercosul a retomar as discussões sobre acordo semelhante com os europeus, debatido há dez anos, mas sem avanços. A avaliação é da gerente-executiva de Negociações Internacionais da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Soraya Rosar. Para ela, as discussões com o Mercosul, antes prioridade dos europeus, correm o risco de passar ao segundo plano, superadas pelo acerto com os EUA.

"A oportunidade de o Mercosul apressar as negociações para um acordo de livre comércio com a União Europeia ocorrerá dia 1º de março, em Montevidéu", acredita. Nessa data, os governos de Brasil, Uruguai, Argentina e Venezuela se reúnem para discutir justamente a posição de cada país sobre a assinatura do acordo com as nações europeias. Paraguai fica fora, porque está temporariamente suspenso do bloco.

"Além das negociações com os Estados Unidos, outro agravante que pode adiar ainda mais a possibilidade de um acerto entre o Mercosul e a União Europeia é a saída, em 2014, do português Durão Barroso da presidência da Comissão Europeia. Ele sempre foi um grande incentivador desse acordo", lembra Rosar. "Temos de recuperar rapidamente o tempo perdido", propõe a gerente-executiva de Negociações Internacionais da CNI.

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