Empresários defendem a educação como prioritária ao desenvolvimento

Vice-presidente da CNI ressaltou, durante 4ª Cúpula União Europeia-América Latina e Caribe, que diferencial do século 21 é ter qualificação e capacidade de agregar conhecimento à produção

A indústria brasileira está convencida de que sem educação de qualidade o Brasil não será um país desenvolvido. O alerta foi dado pelo vice-presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Paulo Tigre, durante a 4ª Cúpula União Europeia-América Latina e Caribe, neste sábado, 26 de janeiro, em Santiago, no Chile. Enfatizou que o cenário externo atual comprova que a qualificação e a capacidade de agregar conhecimento à produção são o grande diferencial do século 21.

Segundo Tigre, o empresariado brasileiro acredita que o investimento em educação é fundamental para o aumento da competitividade. Na sua visão, a incorporação de novas tecnologias no processo produtivo requer uma força de trabalho apta a aprender e desenvolver novas tecnologias e, para isso, a matriz educacional brasileira precisa se voltar para a ampliação e o aprimoramento do ensino técnico profissional. "Trata-se de um grande desafio, considerando que, apesar de a participação do ensino profissional ter aumentado na educação brasileira, ainda existe um grau de desinformação muito grande sobre essa modalidade de ensino", assinalou.

Lembrou o vice-presidente da CNI que o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI) e o governo se associaram para aumentar a oferta de mão-de-obra técnica qualificada. O SENAI obteve financiamento de R$ 1,5 bilhão do BNDES e investirá mais R$ 400 milhões para dobrar o número de alunos matriculados até 2014. Além disso, construirá 61 institutos tecnológicos e 23 institutos de inovação até lá para atender as demandas de inovação e qualificação profissional das empresas industriais em todo o país.

Informou ele, na 4ª Cúpula União Europeia-América Latina, que além de oferecer educação e serviços de qualidade para os brasileiros, o SENAI, em parceria com o Ministério de Relações Exteriores, opera centros de formação profissional em Cabo Verde, Guiné Bissau, Guatemala, Paraguai e Timor Leste, adaptados à realidade da indústria local. Também estão sendo implantadas unidades de educação técnica em Moçambique, Peru, Jamaica e São Tomé & Príncipe, que ficarão prontas em 2014.

Tigre citou como exemplo a ser seguido nos países europeus o programa Ciência Sem Fronteiras, iniciativa do governo em parceria com o setor privado que enviará 101 mil alunos de graduação e pós-graduação brasileiros para fazerem estágios no exterior. A CNI financiou seis mil dessas bolsas. "Trata-se de uma importante oportunidade de acesso do setor privado brasileiro a instituições internacionais de excelência para capacitação de seus engenheiros, pesquisadores e trainees", concluiu o vice-presidente da CNI.

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