Acordo de livre comércio entre Mercosul e Europa é decisivo para o crescimento econômico

6º Encontro Empresarial Brasil-União Europeia reuniu 130 empresários, em Brasília, para discutir sobre propostas para a retomada do comércio e dos investimentos

Tigre (D) entrega a Van Rompuy, Dilma e Durão Barroso as propostas dos empresários para incrementar o comércio e os investimentos entre Brasil e Europa

Preocupados com a desaceleração dos negócios, empresários brasileiros e europeus entregaram nesta quinta-feira, 24 de janeiro, à presidente Dilma Rousseff e aos presidentes da Comissão Europeia, Durão Barroso, e do Conselho Europeu, Herman Van Rompuy, um documento com propostas para a retomada do comércio e dos investimentos. Assinadas pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), a Eurochambres e o Business Europe, as sugestões foram discutidas e consolidadas durante o 6º Encontro Empresarial Brasil-União Europeia, que reuniu 130 empresários na quarta-feira, 23 de janeiro, na sede da CNI, em Brasília.

O setor privado concluiu que o principal entrave ao aumento do comércio bilateral, que caiu US$ 2,9 bilhões de 2011 para 2012, é o atraso nas negociações de um acordo de livre comércio entre o Mercosul e a União Europeia. Os representantes dos governos que participaram da 6ª Cúpula Brasil-União Europeia concordam que esse acordo é importante. "Mas chegar a um acordo como esse não é fácil, porque envolve o interesse de 32 países", disse o vice-presidente da CNI, Paulo Tigre, que acompanhou o encontro  governamental.

Conforme o presidente da União Brasileira de Avicultura, Francisco Turra, com a falta de um acordo, os europeus deixam de comprar produtos brasileiros para importar de regiões como o Sudeste asiático. "A União Europeia já tem acordos de preferências comerciais com mais de 40 países, já negocia novos acordos com outros 78 e está considerando abrir negociações com mais nove", argumentou Turra.

Outra sugestão do documento é que as regiões juntem forças nos fóruns econômicos mundiais para reduzir os desequilíbrios comerciais causados pela desvalorização artificial do câmbio em algumas potências econômicas.  A melhoria da regulamentação fiscal e o suporte à internacionalização de pequenas e médias empresas também são propostas dos empresários para solucionar a queda dos investimentos. Os investimentos europeus no Brasil caíram  63% em 2012 na comparação com 2011. No mesmo período, os investimentos do Brasil na Europa recuaram 28%.

"Com relação ao comércio bilateral, nosso grande esforço deve ser direcionado à ampliação do diálogo para remover as barreiras não-tarifárias. Embora esse assunto esteja em discussão no âmbito do acordo entre o Mercosul e a União Europeia, será possível desenvolver iniciativas de curto prazo, como ocorre com a Força Tarefa em Produtos Agroquímicos, criada pela CNI e a BusinessEurope, sob a liderança do SINDAG", disse Paulo Tigre, durante o encontro empresarial.

Ele também destacou que a formação de parcerias público-privadas para gerar inovação são cruciais para a aproximação das economias. De acordo com ele, o Brasil pode aprender muito com o modelo europeu de incentivo à inovação.

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