No último evento do Mercosul sob presidência brasileira, mais de 400 empresários dos países do bloco e Estados associados participam do I Fórum Empresarial do Mercosul, nesta sexta-feira, 7 de dezembro de 2012, no Hotel Royal Tulip, em Brasília. Promovido pelo Itamaraty com apoio da Confederação Nacional da Indústria (CNI), o encontro discute alternativas concretas para ampliar os negócios nos setores de infraestrutura e logística, agronegócio, recursos energéticos e inovação.
"Nas duas últimas décadas tivemos grandes avanços. O momento agora é de trabalhar para o desenvolvimento e a integração do bloco para o benefício da indústria regional", explica o diretor de Desenvolvimento Industrial da CNI, Carlos Abijaodi.
O estudo Sul Competitivo, patrocinado pela CNI, mostra que investimentos de R$ 12,9 bilhões, até 2020, em oito importantes eixos de transporte de cargas do Mercosul podem reduzir os gastos com logística em R$ 1,8 bilhão por ano. Com investimentos de R$ 782,5 milhões na rodovia Buenos Aires - São Paulo, via São Borja (RS), por exemplo, aponta o estudo, as empresas que dependem do transporte terrestre de cargas podem obter uma redução de até R$ 228,8 milhões por ano no custo total.
Entre as prioridades conjuntas do setor privado dos países do Mercosul estão ainda investimentos em outras cinco rodovias, entre elas Montevidéu-São Paulo e Assunción-Porto de Paranaguá, ferrovia Assunción-Paraguai e a hidrovia Lagoa Mirim, entre Brasil e Uruguai.
No setor de energia, a CNI entende ser fundamental trabalhar numa estratégia de longo prazo na construção de uma matriz energética moderna entre os estados-membros, capaz de responder às demandas do crescimento regional e aos principais desafios do Mercosul nos próximos anos.
Na área agrícola, o grande desafio é desenvolver a agroindústria. Os países do bloco aparecem entre os líderes de exportação mundial de grãos e carnes, mas precisam agregar valor à pauta de exportações. Já a ampliaçãoE investimentos em ciência e tecnologia são essenciais para promover a competitividade das cadeias de agronegócio e industria.
Em mais de 20 anos de parceria, são as diferenças entre os países que caracterizam o Mercosul. Por isso, assinala Abijaodi, regras homogêneas no comércio para organizar o mercado entre os países continuam necessárias. Segundo ele, as relações econômicas entre os países do bloco podem ser consideradas um projeto vitorioso.
O diretor de Desenvolvimento Industrial da CNI lembra que, juntos, os países do Mercosul reúnem uma população de 275 milhões de pessoas e são a sexta maior economia do mundo. O intercâmbio comercial entre os países do grupo e o mundo passou de US$ 508,64 bilhões, em 2007, para US$ 782,41 bilhões no ano passado.
Reforça ele que o bloco influenciou a atração de investimentos estrangeiros e a incorporação de progressos técnicos e teve papel fundamental no processo de internacionalização das empresas brasileiras.