Durante o encerramento do I Fórum Empresarial do Mercosul, o presidente do Uruguai, José Mujica, afirmou que é preciso internacionalizar o Mercosul. Horas antes, Mujica havia recebido das mãos da presidente Dilma Rousseff a presidência rotativa do bloco econômico.
Para ele, é preciso olhar o mundo daqui a 30 anos com a Índia e a China completamente internacionalizadas e os latino-americanos olhando cada um para si. “Temos que construir uma empresa multinacional latino-americana para poder competir. O mundo está se organizando em uma comunidade”, afirmou Mujica.
Por oito horas intensas, especialistas e autoridades brasileiras, argentinas, uruguaias e venezuelanas discutiram a urgência em estreitar os laços comerciais. O Mercosul é estratégico para os estados-membros e associados, num momento em que só se fortalece a tendência mundial de comércio entre blocos.
O encontro inédito –organizado pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), a convite do Ministério das Relações Exteriores, para encerrar a presidência pro tempore do Brasil no Mercosul –mostrou que a indústria brasileira quer trabalhar pela aproximação dos setores privados para aperfeiçoar a integração.
OTIMISMO – “Apesar dos desafios conhecidos, as imensas potencialidades do Mercosul evidenciadas no dia de hoje nos deixam muito otimistas. Vimos que o setor agroindustrial, por exemplo, ocupa um papel estratégico em nossa região e dispõe ainda de enormes possibilidades de ampliação das fronteiras físicas e tecnológicas”, disse, em entrevista, o presidente da CNI, Robson Braga de Andrade.
Ele lembrou que o setor agrícola tem grande capacidade de gerar divisas em exportações. Mas não só com a venda de produtos básicos, disse Andrade, também com o avanço na cadeia agroalimentar e a formação de marcas globais que ampliam as receitas das empresas.
O Fórum deixou claro que Mercosul deve induzir ganhos de escala, diferenciação de produtos e competitividade para que as empresas se fortaleçam e ampliem sua participação nos mercados globais. “Os debates não deixam dúvida de que uma das condições mais importantes para o fomento ao comércio intrabloco e aos ganhos de escala é uma infraestrutura regional mais eficiente”, ponderou Andrade.