O presidente da Empresa de Planejamento Logístico (EPL), Bernardo Figueiredo, defendeu como prioridade para suprir a deficiência de integração logística do Brasil com os países vizinhos o fortalecimento da malha ferroviária que liga os oceanos Atlântico e Pacífico.
“Se pudermos escolher por onde escoar nossos produtos, aumentariam nossas possibilidades de exportação”, declarou ele nesta sexta-feira, 07 de dezembro, no I Fórum Empresarial do Mercosul, no Hotel Royal Tulip, em Brasília, organizado pelo Ministério das Relações Exteriores, com apoio da Confederação Nacional da Indústria (CNI).
A CNI apresentou, no Fórum, projetos para corrigir essa deficiência. O estudo Sul Competitivo mostra que investimentos de R$ 12,9 bilhões, até 2020, em oito importantes eixos de transporte de cargas do Mercosul podem reduzir os gastos com logística em R$ 1,8 bilhão por ano.
Com aportes de R$ 782,5 milhões na rodovia Buenos Aires - São Paulo, via São Borja (RS), por exemplo, as empresas que dependem do transporte no trecho podem obter uma redução de até R$ 228,8 milhões por ano no custo do frete.
“Isso representa um retorno sobre investimento fantástico”, afirmou o presidente da Macrologística, empresa responsável pelo estudo, Renato Pavan, que também participou dos debates sobre logística.
Pavan explicou aos empresários e técnicos do governo que os projetos ainda não saíram do papel por questões políticas e burocráticas. Segundo ele, falta apenas a pavimentação de 30 quilômetros de estradas para a conclusão das obras da Rodovia Buenos Aires – São Paulo, que dependem da liberação do Ibama.
Entre as prioridades conjuntas do setor privado dos países do Mercosul estão ainda investimentos em outras cinco rodovias, entre elas Montevidéu-São Paulo e Assunción-Porto de Paranaguá, a ferrovia Assunción-Paraguai e a hidrovia Lagoa Mirim, entre Brasil e Uruguai.