CNI prega urgência na modernização das relações trabalhistas

Presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Robson Braga de Andrade defendeu rapidez na modernização das relações trabalhistas, na abertura da 1ª Conferência Nacional de Emprego e Trabalho Decente, no Centro de Convenções Ulysses Guimarães, em Brasília

O presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Robson Braga de Andrade, defendeu rapidez na modernização das relações trabalhistas. “O país precisa urgentemente acordar para a questão trabalhista. Governo, trabalhadores e empregadores devem se unir em torno de uma agenda de melhorias concretas”, declarou ele, nesta terça-feira, 8 de agosto, na abertura da 1ª Conferência Nacional de Emprego e Trabalho Decente, no Centro de Convenções Ulysses Guimarães, em Brasília.

Segundo Andrade,  o custo do trabalho tem crescido de forma acelerada no Brasil, bem acima dos ganhos de produtividade das empresas, pressionado pela burocracia, por excesso de encargos e obrigações acessórias, pela insegurança jurídica e por restrições à própria produtividade.  Citou estudo da Fundação Getúlio Vargas mostrando que um empregado da indústria de confecções custa para a empresa 183% a mais que o salário. “Em grande medida, a excessiva oneração não se reverte em ganho ao trabalhador”, assinalou.

Para o presidente da CNI, “excessos na legislação rigorosa, que busca conferir alto grau de proteção a quem tem carteira assinada, dificultam o ingresso de milhões de pessoas no mercado formal”.  Lembrou que garantia forte de direitos do trabalho não assegura necessariamente  a manutenção do emprego, exemplificando com as altas taxas de desemprego na Espanha e Portugal.

“Não basta aprovar leis impositivas que obriguem os empresários a formalizar os empregados e a oferecer a eles um trabalho decente. É preciso remover os obstáculos que os impedem de tomar essas medidas. Não há mais espaço para a crença em soluções fáceis e milagrosas. A proteção do trabalhador só se concretiza em um ambiente fértil  para as empresas. Não acreditamos em fórmulas que sufoquem os negócios, transfiram para a sociedade o ônus da baixa eficiência do Estado, prejudiquem nossa competitividade e exportem empregos industriais”, destacou Andrade.

DIÁLOGO - Reconheceu que mudar a legislação trabalhista envolve grande complexidade, mas é uma necessidade que não pode ser adiada e, por isso,  implica em diálogo produtivo e permanente entre empresários, trabalhadores e governo. “São muitos os posicionamentos antagônicos, mas existe uma grande possibilidade de convergência de interesses”, disse.

Na avaliação do presidente da CNI, “menos do que insistir em afirmações de teses e dogmas, o diálogo entre governo, empresários e empregados precisa nos ajudar de fato a construir soluções de consenso”, as quais, na sua opinião, geram “propostas melhores e mais legitimadas, facilitando a implantação das decisões”. 
Andrade sublinhou que houve grandes progressos nas condições de saúde e segurança no trabalho no Brasil, com a taxa de mortalidade em acidentes de trabalho se reduzindo em 50% entre 2000 e 2010, atingindo níveis menores do que em vários países desenvolvidos.

A 1ª Conferencia Nacional de Emprego e Trabalho Decente, promovido pela OIT (Organização Internacional do Trabalho), Ministério do Trabalho e as confederações de trabalhadores e empregadores, discute, até sábado, 11.08,  633 propostas, das quais 125 sugeridas pelos empresários.  As propostas aprovadas serão encaminhadas ao governo, judiciário e Congresso Nacional. Com cerca de 1.200 participantes, a conferência foi aberta nesta terça-feira com a presença de oito ministros de Estado. O presidente da CNI falou na abertura em nome do empresariado.

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