Nova Délhi – A presidente Dilma Rousseff afirmou a duas dezenas de empresários brasileiros nesta quinta-feira, 29.03, em reunião à tarde de hora e meia no Taj Palace Hotel, estar impressionada com o potencial de crescimento do comércio bilateral com a Índia, ao ser informada pelos presentes dos negócios em andamento paralelamente à Cúpula dos BRICS, de que participa. A corrente de comércio entre os dois países superou US$ 9 bilhões em 2011.
A presidente estava descontraída e bem-humorada, conforme relato do vice-presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Paulo Tigre. Declarou-se surpreendida com o tamanho da missão empresarial brasileira na Índia – 128 dirigentes – e com a estimativa da participação de mais de 450 empresários indianos no Encontro Empresarial Brasil-Índia, amanhã, sexta-feira, 30.03, no Taj Palace Hotel, que ela encerra no início da tarde.
Segundo Paulo Tigre, a presidente da República considerou bastante úteis encontros prévios com missões empresariais como o desta quinta-feira, por darem, a partir das experiências de cada empresa no país visitado, uma visão realista dos problemas a serem superados nas relações comerciais bilaterais. Acenou com a possibilidade de repeti-los nas suas próximas viagens internacionais.
O presidente da Marcopolo, José Rubens de La Rosa, informou a Dilma Rousseff que sua associação com a montadora indiana Tata produzirá 60 ônibus por dia. Já o presidente da empresa Perto, José Luís Korman, comunicou estar abrindo um amplo mercado na Índia com a instalação de terminais eletrônicos bancários. A Andrade Gutierrez anunciou estar instalando um escritório em Nova Délhi, enquanto o diretor administrativo da Figwal Transportes, Deonísio Petry, assegurou à presidente da Republica haver um vasto mercado de logística a ser explorado na Índia.
Financiamentos – Antes do encontro com Dilma Rousseff, os empresários brasileiros tiveram um café da manhã com o presidente da África do Sul, Jacob Zuma. O vice-presidente da CNI propôs a Zuma maior participação dos bancos de desenvolvimento nos financiamentos aos negócios dos países dos BRICS - além do Brasil, Índia, China, Rússia e África do Sul.
“Os países que integram os BRICS precisam reforçar o ambiente para fortalecimento das parcerias e cooperação entre empresas. O tema financiamento é fundamental para concretizar novas oportunidades para as empresas do grupo. É preciso que os bancos de desenvolvimento construam alternativas para apoiar o investimento e o fortalecimento das atividades das empresas em nossos países”, conclamou Tigre, que preside o Conselho de Integração Internacional da CNI.
Jacob Zuma apontou o setor de infra-estrutura como central para aprofundar as relações comerciais entre os países dos BRICS. “É preciso realizar investimentos em infra-estrutura observando novas tendências tecnológicas e inovação”, disse o presidente da África do Sul aos empresários.
