Alemanha propõe pacote abrangente de cooperação com o Brasil

A proposta foi feita nesta segunda-feira, 13 de fevereiro, na Confederação Nacional da Indústria (CNI), no seminário Oportunidades e Desafios Brasil-Alemanha

O ministro das Relações Exteriores da Alemanha, Guido Westerwelle, propôs "um pacote abrangente" de cooperação com o Brasil, que inclua a oferta de tecnologia alemã em trens e ferrovias de alta velocidade, em energia renovável, especialmente eólica e solar, em TI (tecnologia da informação) e em educação. A proposta foi feita nesta segunda-feira, 13 de fevereiro, na Confederação Nacional da Indústria (CNI), no seminário Oportunidades e Desafios Brasil-Alemanha, que promoveu junto com a BDI, sua congênere alemã, e o governo alemão.

Westerwelle declarou que, pela estabilidade da sua economia, pelo amplo mercado interno, por abrigar mais de 1.200 empresas alemãs, o que o torna o país com maior número de empresas germânicas fora da Alemanha, o Brasil está incluído como parceiro econômico estratégico da Alemanha.

Elogiou a Lei de Responsabilidade Fiscal, que limita os gastos de estados e municípios, e o programa Ciência Sem Fronteiras, que oferece bolsas de estudo no exterior, enfatizando que o Brasil tornou-se uma potência. “É importante nos abrirmos mais um para o outro, interconectar melhor nossas economias, com benefícios econômicos e sociais mútuos”, sublinhou.

O ministro alemão das Relações Exteriores defendeu rapidez nas negociações do acordo de livre comércio entre a União Europeia e o Mercosul e do tratado para evitar dupla tributação entre Alemanha e Brasil. Enfatizou que o governo do seu país se opõe “energicamente” a práticas protecionistas e defende com vigor a livre concorrência.

REFORMAS - Westerwelle destacou que a crise econômica europeia não se deve a riscos na estabilidade do euro, mas ao alto nível de endividamento dos governos da região, que gerou desconfiança. Elogiou a aprovação do parlamento grego ao programa de cortes de despesas do país, que inclui redução do salário mínimo e das aposentadorias e cortes no emprego público.

A solução da crise na União Europeia, na sua visão, passa necessariamente por reformas estruturais e pela privatização, que podem trazer benefícios imediatos e não apenas no longo prazo. Disse que, como a Alemanha fez o “dever de casa”, adotando reformas estruturais, como ampliação do prazo das aposentadorias, escapou da crise atual e lidera a busca de soluções para eliminá-la.

O presidente do Conselho de Integração Internacional da CNI, Paulo Tigre, que abriu o seminário Oportunidades e Desafios Brasil-Alemanha, assinalou que o processo de internacionalização das empresas brasileiras abre possibilidades de cooperação com empresas alemãs em terceiros mercados, como África e América Latina.

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