O presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI) , Robson Braga de Andrade, defendeu a urgência da redução do chamado Custo Brasil - entraves à competitividade como infraestrutura deficiente, legislação trabalhista arcaica, sistema tributário complexo e elevado, excesso de burocracia - para que as indústrias possam inovar. A declaração foi feita nesta quarta-feira, 26 de outubro, no 6º Encontro Nacional da Indústria (ENAI), no Transamérica Expo Center, em São Paulo.
"Se não se reduzir o custo Brasil, não vamos inovar. As empresas precisam garantir a competitividade tanto no mercado interno quanto externo e para isso vão ter de inovar", disse Andrade, nos debates do painel A Agenda do Brasil para a Competitividade.
Segundo o presidente da CNI, a área com mais chance de avançar na redução do Custo Brasil é a de infraestrutura, por conta das obras para a Copa do Mundo e as Olimpíadas. "É onde temos mais chance e resultado mais rápido, mas gostaria de ver um resultado imediato na queda dos juros. O juro penaliza enormemente a atividade produtiva", afirmou.
Andrade assinalou que políticas de incentivo a inovação e de redução do Custo Brasil devem ser complementares para garantir a competitividade da indústria. "Precisamos de uma política industrial consistente e de longo prazo, com impacto positivo no setor industrial", enfatizou.
Para a secretária de Desenvolvimento da Produção do Ministério de Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Heloísa Menezes, as duas políticas são complementares. “As duas são estruturantes. O governo tem se mobilizado para oferecer financiamento para incentivar a inovação”, disse ela.
Assinalou que o Plano Brasil Maior traz medidas para garantir a competitividade das empresas. “O aumento da competitividade vem por meio da inovação, da defesa da indústria nacional e o Plano Brasil Maior veio para isso”, concluiu Heloisa Menezes.
O diretor-presidente do Grupo Gerdau, André Gerdau Johanpeter, que também participou do painel, disse que a indústria brasileira é eficiente e produtiva, mas perde competitividade ao ser prejudicada pelo câmbio. "O mercado interno vem sendo tomado por importações e isso tem diminuído o emprego na indústria. Estamos perdendo espaço", destacou.
Para o presidente da fabricante de ônibus Marcopolo, José Rubens de La Rosa, a carga tributária é um dos maiores problemas brasileiros. "A questão tributária atrapalha a internacionalização das empresas", afirmou.