MPEs e reforma das leis de trabalho também são discutidas no EEBA 2018

Durante o evento, que acontece na Alemanha, o presidente da FIERN, Amaro Sales de Araújo, afirmou que as micro e pequenas empresas são fundamentais pois representam mais de 50% da empregabilidade e mais de 52% da economia

Aspectos referentes às micro e pequenas empresas (MPEs) e às recentes modificações nas leis trabalhistas brasileiras foram discutidos no fórum “Parcerias com micro e pequenas empresas: Ambientes de negócio e modernização do Direito do Trabalho”, durante o 36º Encontro Econômico Brasil Alemanha. O presidente da Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Norte (FIERN), Amaro Sales de Araújo, afirmou que as MPEs são fundamentais no Brasil, pois representam mais de 50% da empregabilidade e mais de 52% da economia. Sobre as novas leis de trabalho, ele disse que era necessário “um avanço numa legislação que foi criada em 1950 e que nunca havia sido revista”.

As melhorias firmadas em 2017 envolvem pontos como a negociação coletiva; as novas formas de trabalho, como o teletrabalho; a terceirização; os turnos e turmas de trabalho; a modificação de leis processuais; e a prevenção e a resolução de conflitos, explicou o especialista em Relações de Emprego da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Pablo Carneiro. Para ele, não se trata de uma lei com benefícios unilaterais. “Essa lei foca na formalização do trabalho para acesso a direitos e garantias. Vem para trazer benefícios a todos”, ressaltou.

O CEO da Waelzholz Brasmetal Laminação, Andreas Reil, acredita que a reforma trabalhista traz mais segurança de planejamento às empresas, enquanto a sócia-diretora da LANAX Management, Angelika Westerwelle, considera elevado o número de sindicatos no Brasil, um gargalo comparado à infraestrutura, na opinião dela.

Em relação a internacionalização de empresas, o diretor de Gestão de Produtos e Negócios Internacionais do Santander Alemanha, Klaus Hübner, disse que as companhias brasileiras não pensam além do Mercosul. Talvez por isso, Westerwelle, da LANAX, identificou um desequilíbrio entre empresas sediadas no Brasil e na Alemanha. Segundo ela, há mais companhias alemães no Brasil que o contrário, por isso é preciso diminuir essa disparidade.

Os participantes alemães do fórum também apontaram outras questões além das esferas das MPEs e da reforma da legislação trabalhista. Para Reil, da Waelzholz Brasmetal Laminação, as reformas da Previdência e tributária precisam ser executadas no Brasil, enquanto Westerwelle, da LANAX Management, propôs mais cooperações entre ambos países, no sentido de dar maior liberdade no fluxo de capitais e no transporte de mercadorias, pelo lado brasileiro, e de concluir o acordo de bitributação, pelo lado alemão.

EEBA – O 36º Encontro Econômico Brasil Alemanha (EEBA) é organizado pela Confederação Nacional da Indúsria (CNI) e pela BDI, com apoio da Prefeitura de Colônia e da Câmara Brasil-Alemanha de São Paulo (AHK São Paulo). O evento ocorre de forma intercalada entre os dois países. A edição de 2019 será no Rio Grande do Norte, com o apoio da Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Norte (FIERN).

Neste ano, cerca de 260 participantes brasileiros estão em Colônia. A delegação empresarial brasileira é liderada pelo vice-presidente da CNI Paulo Tigre e conta também com a participação dos presidentes das federações estaduais das indústrias do Rio Grande do Norte (FIERN), Amaro Sales de Araújo; de Santa Catarina (FIESC), Glauco José Côrte; do Rio Grande do Sul (FIERGS), Gilberto Petry; de Roraima (FIER), Rivaldo Neves; do Maranhão (FIEM), Edílson Baldez; e de Minas Gerais (FIEMG), Flavio Roscoe. Integram ainda a comitiva o diretor de Desenvolvimento Industrial da CNI, Carlos Abijaodi, e os diretores regionais do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI) do Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, Roraima e Santa Catarina.

Fonte: Portal da Indústria