Exploração de O&G no Brasil tem boas perspectivas, mas pré-sal ainda tem plano difuso

Exploração do pré-sal traz oportunidades de negócios para as indústrias e para o país, mas o Brasil deve ter uma visão estratégia de longo prazo, segundo o diretor do Departamento de Competitividade e Tecnologia (Decomtec) da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), José Ricardo Roriz Coelho

A exploração de petróleo e gás (O&G) no Brasil, por conta da descoberta da camada do pré-sal, traz oportunidades de negócios para as indústrias e para o país, com a geração de empregos de qualidade no Brasil, em especial em áreas de alta tecnologia e na atração de empresas multinacionais de P&D.

Para que tudo isso seja possível, no entanto, o Brasil deve ter uma visão estratégia de longo prazo, segundo o diretor do Departamento de Competitividade e Tecnologia (Decomtec) da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), José Ricardo Roriz Coelho.

“É preciso ter um projeto de país, mas hoje esse plano do pré-sal ainda está muito difuso, ainda em construção”, analisou Roriz em sua palestra no painel “O Futuro da Cadeia Produtiva, Petróleo &Gás (O&G) no Brasil”, parte da programação desta segunda-feira no 13º Encontro Internacional de Energia da Fiesp.

De acordo com Roriz, as projeções indicam que entre 2010 e 2030 a produção mundial de petróleo ainda estará em crescimento, embora essa fonte tenha sofrido queda na participação da matriz energética. Citou como exemplo dessa tendência os altos investimentos de governos no setor no mundo afora, as novas descobertas de jazidas e o fato de ainda não existir nenhum substituto para os hidrocarbonetos.

Roriz também mencionou projeções de que, em 2030, o combustível de origem fóssil ainda será o principal no setor de transportes e que a relação de consumo de combustível/litro será menor em função da melhora na eficiência energéticas nos veículos nas próximas décadas.

As perspectivas, disse ele, são bastante positivas para o Brasil que tem um dos maiores potenciais de exploração de petróleo em águas profundas. “Além de estarmos entre os principais produtores de petróleo do mundo temos uma estabilidade institucional que é um importante fator de atração de investimentos.”

O diretor do Decomtec Fiesp finalizou sua palestra listando pontos que merecem atenção para o desenvolvimento do setor: investimentos prioritários em setores que combinem demanda relevante e geração de empregos de alta tecnologia; a existência de empresas nacionais com foco  em internacionalização; o estabelecimento de clusters com elementos competitivos gerais; preços competitivos no cenário internacional; a atratividade para as empresas de engenharia; e o aprimoramento de políticas locais, privilegiando a simplificação e eficiência.

O coordenador do painel, Armando Guedes, comentou que os erros de planejamento realizados no setor nos últimos anos devem ser evitados. Ele destacou também que, apesar do setor estar recebendo investimentos é importante se ter em mente que o preço do petróleo não cairá. As perspectivas, de acordo com Guedes, apontam para o aumento do preço dessa fonte energética.

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