Pronatec representa avanço de 70 anos em 4

Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego apresentou mais de 2,5 milhões de matrículas desde sua criação até 2013

Mais de 2,5 milhões de matrículas. Esse foi o resultado apresentado pelo Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (Pronatec), em todo o país, em 2013. Na modalidade bolsa-formação, o montante foi de 1,3 milhões, dos quais mais de 560 mil oferecidas pelo Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai Nacional). Deste total, o Senai Mato Grosso, entidade do Sistema Federação das Indústrias do Estado de Mato Grosso (Sistema Fiemt), foi responsável por 14%, ou seja, 63,4 mil estudantes. O número representa 77% da fatia do Centro-Oeste.

Mato Grosso é o segundo Estado no país em número de matrículas, perdendo apenas para São Paulo, que realizou 78 mil, no ano passado. Desde a criação do programa, em 2011, até o fim de 2014, a expectativa é realizar 8 milhões de matrículas (faltam apenas 500 mil) nas mais diversas modalidades de ensino. De acordo com gerente executivo de Educação Profissional e Tecnológica do Senai Nacional, Felipe Morgado, coordenador nacional do Pronatec, o número representa um avanço de 70 anos em 4, em oferta de qualificação profissional no país. Apenas em Mato Grosso, a meta é de 70 mil matrículas este ano pelo Pronatec.

O Senai Nacional representa 48% da oferta de cursos pelo Pronatec, incluindo todas as ações de formação gratuitas. Em nível médio, a instituição responde por 23,1%. Os números vem coroar o programa que tem permitido o acesso de milhares de brasileiros ao mercado de trabalho. Segundo Morgado, em países desenvolvidos, o número de jovens que buscam a Educação Profissional é de 40% a 50%.

No Brasil, esse índice é de 6,6%. O Pronatec tem justamente a função de suprir essa carência. “As pessoas começam a identificar que a indústria pode ser um bom lugar para fazer carreira, para entrar mais rápido no mercado de trabalho. Além disso, diversos estudos tem mostrado que o salário de muitos técnicos está acima da remuneração de um curso superior”.

Se o grande desafio do país está em ampliar a produtividade, Mato Grosso está com a faca e o queijo na mão, é o que garante o especialista. Ele explica que o alto número de matrículas realizadas, em 2013, em Mato Grosso, demonstra o interesse das pessoas pela profissionalização, o que poderá servir de atrativo para novas indústrias no Estado. “A população quer aprender e o Senai-MT está cada vez mais preparado para ofertar cursos a essa demanda, a fim de ampliar o parque industrial de Mato Grosso”.

Felipe Morgado revela ainda a grande demanda por novas profissões. “A indústria está cada vez mais moderna e automatizada. Está faltando gente para operar as máquinas, supervisionar a linha de produção, realizar o controle de qualidade ou de produção, e muitas outras funções. Em todas as áreas se faz necessário o conhecimento em tecnologia”.

Ainda de acordo com o gerente executivo, o perfil do público do programa compõe cerca de 85% dos estudantes com o Ensino Médio incompleto, Ensino Médio Completo, Superior Incompleto ou Superior Completo. Cerca de 56% são mulheres.  Quando se refere à faixa etária, 15,4% têm entre 17 e 18 anos, 22,5% (19 a 24) e 19,3% (30 a 39). O índice de evasão está situado na faixa de 10%. “Nunca tinham visto uma política pública com índice de abandono tão baixo”, pontua.

Mato Grosso

Em Mato Grosso, onde existem oito unidades do Senai-MT , os cursos de qualificação profissional pelo Pronatec já alcançaram 122 municípios. De acordo com o presidente do Sistema Fiemt, Jandir Milan, só em 2013, foram 63,478 mil matrículas em 25 mil turmas. No quesito Pessoa com Deficiência, o Senai-MT também ficou em segundo, com 450 matrículas, perdendo apenas para São Paulo que tem 140 unidades, e realizou  541 matrículas. A região de Sinop, que atende 33 municípios, foi a que mais realizou atendimentos pelo programa, cerca de 12 mil, ou seja, 19% do total de Mato Grosso.

Nova agenda para a indústria

O Brasil é o 13º país em artigos científicos publicados, no entanto, não consegue transformar essas pesquisas em soluções para a indústria. Mas essa realidade irá mudar. É o que garante o analista de Desenvolvimento para a Indústria do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai Nacional), Marcos Dias de Paula, que participou do ‘Interação Senai-MT 2014’. Segundo ele, existe uma nova agenda para a indústria brasileira e o gargalo atual deverá ser preenchido com os 60 institutos tecnológicos que serão instalados até 2015 no Brasil. Um deles será em Cuiabá, na área de Alimentos e Bebidas. “Vamos suprir a carência do mercado e agregar valor aos bens que produzimos”, pontua.

Os institutos consistem em uma ampla rede de laboratórios que estarão à disposição da indústria no sentido de gerar soluções de curto e médio prazo. Eles também farão a validação e criação de novos produtos e novas técnicas, nas mais diversas áreas do conhecimento, de acordo com a demanda de cada Estado.  O analista falou ainda sobre a criação e implantação dos Institutos Senai de Inovação com atuação Nacional. “Estaremos trabalhando na fronteira do conhecimento com impacto direto no aumento da competitividade”.

O novo ciclo tecnológico culminará, ainda, com a geração de novas necessidades, exigindo das indústrias uma postura empreendedora e adaptada ao cenário. “Pretendemos ser os grandes protagonistas dessa mudança e permitir com que as indústrias transformem o nosso conceito de montadores de produtos para geradores de tecnologia. O caminho é longo, mas se caminharmos juntos com a indústrias poderemos ir muito além”.

Mato Grosso

O Instituto Senai de Tecnologia (IST) deverá atuar nas áreas de tecnologia e segurança de alimentos e bebidas, inclusive carnes e grãos, de acordo com a demanda dos segmentos e mercados de Mato Grosso. O IST também facilitará a inserção de produtos das empresas em novos mercados, fornecendo serviços de análises laboratoriais e otimizando a criação de novos produtos e processos. O investimento será de R$ 12,5 milhões provenientes do Departamento Nacional e Regional e Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (Bndes).

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