Sindiquímica/CE dá exemplo na representação das indústrias

Dono de uma trajetória empresarial bem sucedida no setor químico e farmacêutico, o administrador Marcos Soares assumiu em 2012 o Sindicato das Indústrias Químicas, Farmacêuticas e da Destilação e Refinação de Petróleo no Estado do Ceará

Dono de uma trajetória empresarial bem sucedida no setor químico e farmacêutico, o administrador Marcos Soares assumiu em 2012 o Sindicato das Indústrias Químicas, Farmacêuticas e da Destilação e Refinação de Petróleo no Estado do Ceará (Sindquímica/CE) e foi reconduzido neste ano para um segundo mandato. Participante ativo da Rede Sindical da Indústria Química e Farmacêutica, Soares conta à Agência CNI de Notícias algumas das principais ações do sindicato na representação do setor, entre as quais se destacam a implantação do Polo Industrial Químico de Guaiuba e a articulação com a Anvisa em relação a normas que impactam o setor.

Confira a entrevista completa a seguir:

Agência CNI de Notícias – Sabemos que a criação do Polo Industrial Químico na Região Metropolitana de Fortaleza é resultado de negociação entre o Sindquímica/CE e a prefeitura de Guaiuba, e foi formalizada em abril de 2015, com a assinatura de um protocolo de intenções.  Conte-nos um pouco sobre como surgiu essa ideia e como beneficiará as indústrias representadas pelo sindicato.

Marcos Soares – A ideia de instalar o Polo surgiu há seis anos, quando vários associados do Sindquímica/CE nos procuraram para expor as dificuldades enfrentadas pelas indústrias do setor situadas em Fortaleza para expandir suas unidades fabris, dada a limitação do espaço físico disponível. Nosso primeiro passo foi levantar as necessidades das indústrias do setor. Com base nesse levantamento foi possível estimar a dimensão do empreendimento e elaborar os argumentos que balizariam a negociação com as prefeituras. Vencida essa etapa, iniciamos a realização das missões técnicas aos municípios vizinhos. A cada missão, o grupo de empresários visitava opções de espaço e negociava com as prefeituras locais condições que favorecessem a instalação do Polo. Esse processo levou mais de um ano e resultou na escolha de Guaiuba. Após a escolha de Guaiuba como sede do Polo, foi necessária a contratação de uma consultoria jurídica para elaboração do protocolo de intenções. Como contrapartida ao investimento da prefeitura de Guaiuba, as indústrias comprometeram-se a contratar mão-de-obra local para ocupar os cerca de 2 mil postos de trabalho a serem criados.
O Polo trará diversos benefícios às 28 empresas que lá operarão numa espécie de Condomínio Industrial: compartilhamento de áreas comuns como auditório, refeitório e locais destinados à segurança e ao controle de qualidade; qualificação de e transporte de funcionários; e equipamentos de ponta. Tudo isso proporcionará redução de custos para as empresas, além de facilitar a realização de compras coletivas.
Nossa expectativa é que o Polo comece a funcionar em 2017. Inicialmente serão implantadas 10 empresas, no ano seguinte mais 10 e, em 2019, outras oito empresas. A implantação ocorrerá em etapas, para que a cidade de Guaiuba possa adequar gradativamente sua estrutura para recebê-las.

Agência CNI de Notícias – Em julho deste ano o Sindquímica/CE foi anfitrião do 2º Intercâmbio de Lideranças Setoriais da Indústria Química e Farmacêutica, que reuniu presidentes de sindicatos empresariais do setor de todas as regiões do País. Como o senhor avalia momentos como esse? Qual a importância da formação dessa Rede Sindical da Indústria Química e Farmacêutica?

Marcos Soares – O 2º Intercâmbio de Lideranças Setoriais da Indústria Química e Farmacêutica foi um momento muito importante para interação entre presidentes de sindicatos empresariais do setor químico e farmacêutico. Além de trocar experiências e compartilhar dificuldades e soluções sobre assuntos que afetam o setor, os presidentes participantes tiveram a oportunidade de conhecer negócios do setor fora do eixo Rio - São Paulo. O Sindquímica/CE apresentou as futuras instalações da Fiocruz no Ceará, que será umas das empresas âncoras do Polo Industrial Químico, ao lado do Centro de Plataformas Vegetais da Fundação Oswaldo Cruz (Biomanguinhos).
Com relação à Rede Sindical da Indústria Química e Farmacêutica, da qual eu faço parte, considero uma ferramenta online importantíssima, que possibilita a troca de ideias e aproximação dos líderes sindicais. É um grupo altamente profissional.

Agência CNI de Notícias – O Sindiquímica/CE está participando da implantação do Modelo de Atuação Articulada entre as Áreas Sindical e de Mercado do Sistema Indústria. O Modelo visa fortalecer o vínculo entre os sindicatos e as demais entidades do Sistema – federação, CNI, SESI, SENAI e IEL – para oferta de produtos e serviços, e para o estímulo ao associativismo. Que ganhos esse projeto pode trazer para as indústrias?

Marcos Soares – Esse projeto não “pode trazer”, ele já está trazendo ganhos efetivos tanto para as indústrias quanto para os sindicatos e também para o Sistema FIEC. Antes da implantação do Modelo, muitos presidentes de sindicatos aqui do estado não conheciam bem os produtos e serviços ofertados pela FIEC e por SESI, SENAI e IEL. Hoje já posso afirmar que há uma maior clareza do Sindquímica/CE sobre o portfólio do Sistema FIEC e um maior contato e articulação a área de mercado dessas casas. Já registramos também a ampliação da nossa base de empresas associadas. Em quinze dias de visitas a quinze empresas, oito já se associaram. Os sindicatos estão acompanhando de perto as atividades do projeto, pois há reunião de acompanhamento toda sexta-feira. É uma iniciativa excelente para o estímulo ao associativismo.

Agência CNI de Notícias – Um assunto que tem preocupado a indústria Química e Farmacêutica são as RDCs 47 e 48 da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), que estabelecem boas práticas de fabricação para saneantes, produtos de higiene pessoal, cosméticos e perfumes. Que aspectos dessas normas merecem aperfeiçoamento? Como o Sindiquímica/CE e os demais sindicatos empresariais têm atuado para aprimorá-las?

Marcos Soares – As RDCs são excelentes como parâmetros para as indústrias de cosméticos, saneantes, produtos de higiene pessoal e perfumes, mas penso que não deveriam ser uma imposição e sim uma recomendação. As exigências, apesar de necessárias, foram muitas, o prazo curto e infelizmente a maioria das empresas desse setor não está preparada física, estrutural e financeiramente para o atendimento completo das normas.
Por meio da Rede Sindical da Indústria Química e Farmacêutica realizamos uma reunião com a CNI onde alinhamos todos os pontos que nos causam aflições. A CNI elaborará um Plano de Ação com as atividades a serem realizadas e envolverá as federações e os sindicatos do setor na elaboração do documento a ser encaminhado à Anvisa.

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