Bloco K entra em pauta na Fibra durante o Encontro de Contadores

O Bloco K do SPED representa um grande desafio para os contadores, seja do ponto de vista técnico, seja do ponto de vista de relacionamento com as indústrias, que precisarão investir em procedimentos e processos

A Federação das Indústrias do Distrito Federal (Fibra) promoveu, na noite desta terça-feira (27), o “Encontro de Contadores”, evento que reuniu empresários do segmento industrial e responsáveis pelas áreas fiscais e contábil das empresas para discutir a implantação do Bloco K do Sistema Público de Escrituração Digital (SPED). A partir desta mudança, o Fisco passa a ter total controle sobre a apuração de estoque e produção das empresas, o que pode gerar relevantes impactos na gestão financeira das organizações.

O encontro foi iniciativa da Diretoria de Relações do Trabalho e Apoio Sindical da Fibra, em parceria com a Confederação Nacional da Indústria (CNI). Para conduzir a palestra, os participantes receberam o consultor Arnóbio Neto Durães, que é Pós-Graduado em Contabilidade Avançada, Gerência Financeira, Auditoria e Controladoria, e Bacharel em Ciências Contábeis pela Universidade São Francisco. Segundo ele, algumas empresas já mantém a gestão de processos de acordo com o que será implementado pelo Bloco K. Mas, para as que não estão nessa situação, serão necessárias algumas alterações.

“Uma das principais modificações é que, a partir de agora, as empresas deverão manter um bom controle dos seus estoques e mapear detalhadamente os seus processos produtivos, já que eles serão informados no Bloco K. Esses dados também poderão ser utilizados nas tomadas de decisões e, principalmente, na formação dos preços de vendas, uma vez que os empresários saberão, detalhadamente e com muita precisão, quanto custou para produzir”, explica o consultor.

O Bloco K do SPED representa um grande desafio para os contadores, seja do ponto de vista técnico, no que se refere aos requisitos necessários para sua implementação, seja do ponto de vista de relacionamento com as indústrias, que precisarão investir em procedimentos e processos que, nem sempre, estão presentes no modelo atual de gestão de estoques.

Para o consultor, a maioria das empresas já possuem os softwares necessários para a contabilização e controle das operações. Portanto, esta não será a fase mais árdua do processo. “Existem detalhes nessa implementação que merecem destaque, como o fato de que, a partir de agora, deverão ser informados ao fisco os processos produtivos realizados por terceiros, e os processos de terceiros realizados pela sua empresa. Mas estas obrigações vão acontecer de forma gradativa, de modo que as empresas terão tempo para se adaptar”, ressalta Durães.

Os prazos legais de adequação variam de acordo com o faturamento das empresas. Para 01/01/2017, estarão obrigadas as empresas com faturamento anual igual ou superior a R$ 300 milhões. Em 01/01/2018, as regras começam a valer, também, para as empresas com faturamento anual igual ou superior a R$ 78 milhões; e, em 01/01/2019, o Bloco K deverá estar implementado nos demais estabelecimentos industriais, atacadistas e equiparados.

Apesar de polêmico, o assunto foi discutido com bastante profundidade durante o Encontro de Contadores. Entre os temas levantados durante a palestra, destacaram-se: o livro de registro do controle de produção e estoque; a industrialização efetuada por terceiros; o consumo específico padronizado; as ordens de produção internas; o início da obrigação; e o cruzamento ao alcance do fisco.

Entre os participantes estava a proprietária da empresa de moda praia Vento Radical, Maria do Socorro Vale. Segundo ela, a implementação do Bloco K na sua empresa só será obrigatória em 2019. Entretanto, por ser um tema muito relevante, é importante, desde já, buscar informações e entender como funcionarão os controles de produção.

“Eu achei esta iniciativa maravilhosa, porque é um assunto que interessa a todos os empresários. Mesmo não tendo que me adequar de imediato, eu já venho fazendo este controle de forma manual na minha empresa. Mas, eu acredito que, com a implementação do Bloco K, o processo se tornará mais fácil, porque a receita quer saber essas informações e, se isso for sistemático, será muito mais simples de gerenciar”, finaliza a empresária.

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