Planejamento é vital para melhorar sindicatos, diz presidente do Sindileite-BA

Em entrevista ao Boletim do PDA, o líder reitera a necessidade de profissionalizar as estruturas e os serviços sindicais

Há 25 anos no ramo de laticínios, Paulo Cintra conhece muito bem a importância de fortalecer a representação empresarial e estar em sintonia com os pares de outros estados. Além de duas décadas no comando da Natural Gurt, que emprega 300 funcionários, Cintra é dono de vasta experiência na gestão sindical, adquirida ao longo dos 14 anos à frente do Sindicato das Indústrias de Laticínios e Produtos Derivados do Leite do Estado da Bahia (Sindileite-BA). Em entrevista ao Boletim do PDA, o líder reitera a necessidade de profissionalizar as estruturas e os serviços sindicais. E isso, para ele, não se pode fazer sem planejamento estratégico, etapa em que o PDA teve suma importância para a instituição baiana. "Entendemos o valor do planejamento para a nossa gestão", afirma o gestor. A seguir, confira os principais trechos da entrevista.

Agência CNI de Notícias – Sabemos que o grande desafio de toda organização que opta pela gestão estratégica é fazer com que o planejamento seja parte ou reflexo da sua cultura e não apenas um mero documento. Como foi o processo de construção do planejamento estratégico do SINDILEITE/BA?  Quais medidas estão sendo tomadas para que o planejamento se torne um efetivo instrumento de gestão do SINDILEITE/BA?

Paulo Cintra – O primeiro passo foi perceber a necessidade de tratar o sindicato com o profissionalismo necessário a uma empresa que pretende se firmar no mercado, pois, apesar de ser um sindicato, os resultados precisam ser positivos e percebidos pelo seu público-alvo. Isso só se consegue com trabalho, compromisso e planejamento. O segundo passo foi mergulhar de cabeça na proposta do Sistema Indústria, através do PDA, para construirmos nosso planejamento estratégico. Fomos proativos, pois, de imediato, entendemos o quão valioso seria esta ferramenta de gestão e acompanhamento das nossas ações.

O processo então foi iniciado com reuniões periódicas com um consultor da CNI/PDA para construirmos o planejamento estratégico do SINDILEITE com base nas nossas informações e focando nossas necessidades. Após a formatação do planejamento estratégico, criamos o caderno “Plano de Ações do SINDILEITE”, batizado extraoficialmente como “Bíblia do SINDILEITE”. Lá estarão todas as “boas práticas” que teremos de seguir a cada ano. Este formato permitirá que qualquer associado acompanhe os passos e atividades do SINDILETE, mês a mês. Também será possível participar diretamente do desenvolvimento do nosso sindicato, sugerindo, cobrando, criticando, elogiando, etc.

Agência CNI de Notícias – A gestão estratégica deve orientar também os demais negócios do sindicato, como a defesa de interesses do setor, a negociação coletiva e a oferta de produtos e serviços. Quais ações o SINDILEITE/BA tem realizado para melhorar o ambiente de negócios do setor? Alguma conquista já foi alcançada?

Paulo Cintra – Sempre em parceria com a FIEB, o SINDILEITE cumpre anualmente um roteiro de ações junto ao Governo do Estado, Governo Federal e órgãos fiscalizadores, a exemplo da Agência Estadual de Defesa Agropecuária da Bahia (Adab) e o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), no sentido de manter benefícios fiscais e operacionais já conquistados. Também buscamos obter novas conquistas necessárias para melhorar a competitividade do nosso setor, principalmente no que diz respeito à concorrência com outros estados da Federação.

Agência CNI de Notícias – Outro fator priorizado no Planejamento Estratégico do SINDILEITE/BA é o relacionamento com as indústrias da sua base de representação. Quais estratégias de comunicação e de relacionamento já foram desenvolvidas pelo SINDILEITE/BA para se aproximar das empresas e quais foram os ganhos com a realização dessas ações? Quais os seus planos para avançar ainda mais nesse campo?

Paulo Cintra – O SINDILEITE é um sindicato formado por empresas localizadas no interior do estado. Com a experiência dos anos, percebemos que as reuniões realizadas na nossa sede, em Salvador, eram frequentadas sempre por um mesmo grupo de industriais. Foi necessário mudarmos esta estratégia para que mais empresas participassem do dia a dia do sindicato. Criamos então as reuniões itinerantes para oxigenar as diretrizes e também para entender as necessidades das indústrias nas mais diversas regiões do estado, que tem microclimas bastante diferentes. Além das reuniões itinerantes, realizamos anualmente o Encontro Baiano de Laticínios, sempre em Salvador, no último final de semana de setembro. O evento se tornou um encontro de negócios, pois envolve fornecedores, e também uma ocasião de ampliar o conhecimento das indústrias por meio de palestras técnicas e motivacionais.

Agência CNI de Notícias – No dia 12 de maio o SINDILEITE/BA foi anfitrião do 1º Intercâmbio de Lideranças Setoriais da Indústria de Laticínios, que contou com a participação de presidentes de sindicatos empresariais do setor, de diferentes estados. Como o senhor avalia essa iniciativa?

Paulo Cintra – Avalio como uma iniciativa inteligente da CNI e da FIEB que, através do PDA, demonstram perceber a importância da interação estratégica entre os líderes dos setores que compõem o Sistema Indústria. Para nós do SINDILEITE foi uma grande honra sermos escolhidos como anfitriões. Espero que este tenha sido o primeiro passo para formação de um grupo estratégico permanente para geração da inteligência do setor de laticínios do Brasil.

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