A postura do sindicato empresarial é determinante para o sucesso da negociação coletiva

Se tratada com profissionalismo, a condução da negociação coletiva pode trazer grandes benefícios a todos os envolvidos, ampliando a confiança das empresas em suas entidades de representação

A negociação coletiva é uma das principais frentes de atuação dos sindicatos empresariais da indústria. Se tratada com o devido profissionalismo, a condução da negociação coletiva pode trazer grandes benefícios a todos os envolvidos, ampliando a confiança das empresas nas suas entidades de representação.

O Sindicato das Indústrias Metalúrgicas, Mecânicas e de Material Elétrico do Estado do Paraná (SINDIMETAL/Maringá) sabe muito bem disso. Para conhecer um pouco mais sobre a experiência do SINDIMETAL em negociação coletiva, o Portal da Indústria entrevistou seu presidente, Carlos Walter Martins, que também é presidente do Conselho de Relações do Trabalho da Federação das Indústrias do Estado do Paraná (FIEP).

Portal da Indústria – Sabemos que o processo de negociação coletiva não se resume a um momento específico do ano e exige preparação adequada de todos os envolvidos. Como o SINDIMETAL costuma se preparar para representar as empresas de sua base nesse processo? Na sua opinião, há uma exigência maior em termos de preparação hoje do que havia há alguns anos?

Carlos Walter Martins – Hoje temos um dinamismo muito maior na relação entre a força de trabalho, considerando as diferenças do quadro funcional, e a empresa industrial. E isto exige atenção e acompanhamento constante. Em tempos passados, inclusive com inflação alta, o objetivo maior da negociação era a reposição salarial.

Hoje existem diferenças mais complexas a serem atendidas. No chão de fabrica existe a necessidade de requalificação e atualização contínua. No setor comercial as metas são cada vez mais agressivas. Na inovação e no desenvolvimento de produtos a urgência tem sido cada vez maior. A administração da questão salarial e de benefícios também tem exigido maior cuidado, até para preservar a força de trabalho da empresa. O SINDIMETAL/Maringá busca monitorar essas questões, pois tudo se reflete nas negociações do sindicato patronal com o laboral, que na convenção coletiva de trabalho negociam e definem as condições para esta relação, cada vez mais sensível, entre empregados e empresas.

Portal da Indústria – O senhor poderia citar alguma situação em que a atuação do SINDIMETAL tenha sido decisiva para o sucesso da negociação coletiva?

Carlos Walter Martins – Sim. Como atualmente temos mais pedidos e em diversas esferas – tais como saúde e segurança, qualificação e educação formal, benefícios indiretos e alimentação – o relacionamento do sindicato patronal com as empresas e a condução da negociação propriamente dita têm que acontecer de forma muito atenta e eficaz. Não podemos produzir custos maiores do que o suportável e divergentes daquilo que foi autorizado pela assembleia do sindicato. Assim, procuramos negociar positivamente e ativamente para chegar a um bom termo no fechamento da convenção. Essa postura do sindicato é fundamental!

Portal da Indústria – Pelo que o senhor nos relata, o SINDIMETAL adota uma postura extremamente proativa e eficaz na condução das negociações coletivas das indústrias representadas. De que forma isso tem contribuído para aprimorar o relacionamento com sua base de representação?

Carlos Walter Martins – Respeitamos os limites e necessidades de cada lado – patronal e laboral – e mantemos o contato com as empresas representadas e com o sindicato laboral durante todo o ano em diversas questões, como qualificação, banco de empregos, palestras e eventos técnicos etc. Além disso, respeitamos o que foi negociado e buscamos constante entendimento e colaboração no que for preciso. O resultado é que não me lembro de greve ou movimentos para isto em nossa região! Nunca deixamos de fechar uma negociação e isso une o setor.

Portal da Indústria – No final do ano passado, o senhor teve a oportunidade de assistir à palestra "Negociação Coletiva", promovida pela FIEP em parceria com o Programa de Desenvolvimento Associativo da CNI (PDA). O senhor acredita que iniciativas como esta ajudam a promover o associativismo e fortalecer o setor?

Carlos Walter Martins – Sem dúvida! Precisamos que a FIEP e a CNI continuem esse movimento e desenvolvam, cada vez mais, mecanismos de ajuda e fortalecimento dos sindicatos patronais da indústria. Estas iniciativas ligam cada vez mais o industrial ao seu sindicato, à sua federação e à confederação. Tudo a ver.

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