Conheça os vencedores do Prêmio CNI de Economia 2016

Nesta edição, o Prêmio entregará uma menção honrosa para a mestre em Economia Mariana Camarin Gazonato, da Universidade Federal de São Carlos

Como o Simples Nacional afeta positivamente as chances de sobrevivência das pequenas empresas? Este é o tema do artigo vencedor do Prêmio CNI de Economia 2016 

Com base em uma amostra de cerca de 3 mil empresas criadas em 2007, no estado do Rio Grande do Sul, o estudo avalia o desenvolvimento e as chances de mortalidade das empresas, entre 2007 e 2013. Um dos autores é o mestrando em economia da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS) Otavio Canozzi Conceição.

Ele conta que o resultado do trabalho foi interessante e por isso fazia sentido divulgar e tentar concorrer. “A gente não imaginava essa conquista. O que nós percebemos é que as empresas com incentivos fiscais tinham mais chances de sobreviver, no que se refere ao Simples Nacional”, diz. Em entrevista à Agência CNI de Notícias, Otavio avalia que o Prêmio serve de estímulo para a produção de bons trabalhos de economia aplicada. Ouça clicando aqui:

O segundo lugar do Prêmio ficou com o mestre em Economia pela Universidade Federal do Ceará (UFC) Hermelino Nepomuceno de Souza e o professor da UFC Maurício Benegas. O estudo apresentado desenvolve um novo método para o cálculo do percentual de utilização da capacidade instalada da indústria de transformação.

Já em terceiro lugar ficou o mestrando em Economia pela Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) Edilberto Tiago de Almeida e a professora da UFPE Roberta de Moraes Rocha. Com uma análise para as empresas industriais nordestinas, o estudo mostra que as empresas procuram se localizar próximas de outras empresas, sendo que a concentração é maior entre as empresas intensivas em tecnologia.

Nesta edição, o Prêmio entregará uma menção honrosa para a mestre em Economia Mariana Camarin Gazonato, da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), e a professora Maria Aparecida Silva Oliveira, também da UFSCar. O estudo elaborado por elas calcula a produtividade total dos setores econômicos, que se baseia na quantidade de trabalhadores empregados pela indústria (efeito direto) e daqueles empregados na produção de insumos para a indústria (efeito indireto). Os artigos podem ser baixados na página do Prêmio CNI de Economia. Leia o resumo dos trabalhos vencedores:

1º Lugar

O Simples Nacional e as empresas industriais: uma análise de sobrevivência a partir dos microdados da RAIS

O artigo mostra que o Simples Nacional afetou positivamente as chances de sobrevivência das pequenas empresas. Com base em uma amostra de cerca de 3 mil empresas criadas em 2007, no estado do Rio Grande do Sul, o estudo avalia o desenvolvimento e as chances de mortalidade das empresas, entre 2007 e 2013.

Das 3.187 empresas criadas em 2007, apenas 1.010 continuavam a existir em 2013, ou seja, 68% das empresas morreram nesse período. Comparando empresas similares, optantes e não optantes pelo Simples Nacional, o estudo conclui que a taxa de mortalidade é 30% menor nas empresas optantes. O trabalho também mostra que o Simples Nacional apresenta impacto positivo no número de empregados com carteira assinada, na duração do vínculo empregatício e na massa salarial.

Autores:
Otavio Canozzi Conceição

Mestrando em Economia, Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS)

Maurício Vitorino Saraiva
Mestre em Economia (PUCRS)

Adelar Fochezatto
Professor titular (PUCRS)

Marco Tulio Aniceto França
Professor adjunto (PUCRS)

2º Lugar

Estimação não-paramétrica da taxa de utilização da capacidade instalada nos setores da indústria de transformação no Brasil

O estudo desenvolve um novo método para o cálculo do percentual de utilização da capacidade instalada (UCI) da indústria de transformação. Os métodos convencionais são baseados em pesquisas de opinião empresariais, como as realizadas pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) e pelo Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (IBRE/FGV).

O método proposto utiliza informações de valor da produção e da estrutura de custos das indústrias do país, fornecidas pela Pesquisa Industrial Anual do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e estima o estoque de capital. O estudo é relevante no aperfeiçoamento dos métodos de estimação da UCI, importante indicador para mapear o nível de atividade industrial.

Autores
Hermelino Nepomuceno de Souza
Mestre em Economia, Pós Graduação em Economia - Universidade Federal do Ceará (CAEN/UFC)

Maurício Benegas
Professor Associado I, Pós Graduação em Economia (CAEN/UFC)

3º Lugar

Labor pooling como fator de aglomeração: evidências para o Nordeste no período 2005-2010

Com uma análise para as empresas industriais nordestinas, o estudo mostra que as empresas procuram se localizar próximas de outras empresas, sendo que a concentração é maior entre as empresas intensivas em tecnologia. O estudo mostra que uma das razões para esse comportamento encontra-se no mercado de trabalho, o que justifica a maior tendência de aglomeração das empresas intensivas em tecnologia, que requerem mão de obra mais qualificada.

As empresas procuram se localizar em regiões onde há um grande número de trabalhadores com as habilidades necessárias para sua produção. Ou seja, a existência de trabalhadores qualificados em uma região é um atrativo importante para a decisão de instalação de uma indústria. Desse modo, as novas indústrias procuram se instalar em locais onde já existem empresas similares, ou seja, que utilizam mão de obra com habilidades similares às necessárias para a empresa que está chegando.

Autores
Edilberto Tiago de Almeida
Mestrando em Economia, Programa de Pós-Graduação em Economia – Universidade Federal de Pernambuco (PPGECON/UFPE)

Roberta de Moraes Rocha
Professor adjunto IV, Centro Acadêmico do Agreste (CAA/UFPE)

Menção Honrosa

Variação da produtividade e seus transbordamentos intersetoriais: uma análise da economia brasileira

O estudo calcula a produtividade total dos setores econômicos, que se baseia na quantidade de trabalhadores empregados pela indústria (efeito direto) e daqueles empregados na produção de insumos para a indústria (efeito indireto).

O estudo avalia ainda a capacidade dos setores da economia brasileira em transferir seus ganhos de produtividade para outros setores. A importância desse fator pode ser ilustrado com o fato de que, entre 2000 e 2009, para a economia como um todo, 73% do ganho com produtividade deveu-se ao aumento da produtividade na produção dos insumos. No caso da indústria, a produtividade direta caiu no período, mas cresce quando se incorpora o efeito indireto, ou seja, do ganho de produtividade na produção dos insumos.

O estudo também mostra a importância da indústria para a transmissão de ganhos ou perdas de produtividade para outros setores, sobretudo da indústria intensiva em escala, intensiva em recursos naturais e dos serviços industriais de utilidade pública: indústrias com elevados percentuais de produtos utilizados como insumos em outros setores. O setor agropecuário apresenta o maior poder de transmissão de ganhos ou perdas, o que se explica por grande parte da produção agropecuária ser utilizada como insumos por outros setores.

Autores
Mariana Camarin Gazonato
Mestre em Economia, Universidade Federal de São Carlos(UFSCar)

Maria Aparecida Silva Oliveira
Professora associada (UFSCar)

PREMIAÇÃO - Os três melhores artigos recebem 35 mil reais em dinheiro, sendo R$ 20 mil para o primeiro lugar, R$ 10 mil para o segundo e R$ 5 mil para o terceiro lugar. O Prêmio é organizado pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) , com apoio da Associação Nacional dos Centros de Pós-Graduação em Economia ( Anpec ). A entrega da premiação será realizada no dia 13 de dezembro, em de Foz do Iguaçu (PR), durante o Encontro Nacional de Economia da Anpec.

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